O filme “Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes” chegou aos cinemas em maio de 2025 carregando grandes expectativas dos fãs de Abel Tesfaye, mais conhecido como The Weeknd. Dirigido por Trey Edward Shults, o thriller psicológico marca a estreia do cantor como protagonista no cinema, mas a recepção da crítica especializada foi devastadora.
Com apenas 15% de aprovação no Rotten Tomatoes e uma nota de 29 no Metacritic, a produção se tornou um dos filmes mais mal avaliados do ano. Os críticos classificaram o filme como um projeto egocêntrico e narcisista de Tesfaye, enquanto o público geral demonstrou mais simpatia, atingindo 75% de aprovação na mesma plataforma.
O que os críticos mais atacaram na performance de The Weeknd?
A atuação de Abel Tesfaye foi um dos pontos mais criticados pelos especialistas. Sua interpretação foi considerada rígida e sem naturalidade, com críticos comparando sua performance a um ensaio de teatro escolar. A presença de Jenna Ortega no elenco acabou intensificando as críticas, já que sua experiência destacou ainda mais as limitações do protagonista.
Diversos veículos apontaram que The Weeknd essencialmente interpreta a si mesmo no filme, mas mesmo assim não consegue entregar uma performance convincente. A crítica do Roger Ebert observou que, mesmo com a câmera constantemente focada no rosto suado do protagonista, não há sinais de vida ou nuances em sua atuação.
Como a duração afetou a experiência dos espectadores?
Com 1 hora e 45 minutos de duração, o longa foi duramente criticado por seu ritmo arrastado e pela sensação de que o tempo não passa. O título do filme é ironicamente apropriado – durante toda a sessão, você só quer que aquilo acabe logoironizou um crítico do IMDb.
A estrutura narrativa também foi questionada, com especialistas apontando que o filme demora uma hora inteira para apresentar elementos centrais da trama. O fato de que os personagens principais se encontram apenas após uma hora dos 100 minutos totais demonstra como a produção falha em manter o interesse do público nas primeiras sequências.
Por que consideram o filme um projeto de vaidade?
A principal crítica direcionada à produção é seu caráter autopromocional. Críticos do Geeks of Color afirmaram que mal pode ser considerado um filme, sendo apenas uma tentativa desesperada de se passar por uma experiência artística arrojada, mas que acaba parecendo forçado, pretensioso e vazio de substância.
O filme funciona como acompanhamento do álbum homônimo de The Weeknd, lançado em janeiro de 2025. Especialistas apontaram que a produção tenta se apresentar como uma declaração artística profunda, mas na prática funciona como um comercial de 100 minutos para promover o novo álbum. Até mesmo uma cena onde Jenna Ortega analisa as letras do protagonista foi vista como exemplo desse caráter egocêntrico.
Quais aspectos técnicos salvaram a produção?
Apesar das críticas devastadoras ao roteiro e atuação, alguns elementos técnicos receberam elogios. A cinematografia de Chayse Irvin e a edição de Trey Edward Shults foram destacadas como pontos positivos. Um crítico do Screen Rant reconheceu que a fotografia é agradável de assistir, com ângulos de câmera bem posicionados e closes marcantes.
A trilha sonora também foi elogiada, o que não surpreende considerando a expertise musical de The Weeknd. Alguns críticos reconheceram que, visualmente, o filme tem momentos interessantes, mas isso não foi suficiente para compensar as falhas narrativas e de performance.
O fracasso comercial refletiu as críticas negativas?
O desempenho nas bilheterias confirmou as previsões pessimistas da crítica. O filme teve um fracasso nas bilheterias, ficando apenas em sexto lugar com uma estreia de 3,2 milhões de dólares. Até junho de 2025, a arrecadação mundial chegou a apenas 6,3 milhões de dólares, um resultado desastroso para uma produção com distribuição da Lionsgate.
O fracasso foi tão significativo que o filme foi rapidamente disponibilizado em plataformas digitais, apenas três semanas após sua estreia nos cinemas. Devido à resposta comercial ruim, acabou sendo lançado nos serviços de vídeo sob demanda premium em 6 de junho de 2025, uma estratégia que raramente é adotada com produções que têm expectativas comerciais altas.
A recepção de “Hurry Up Tomorrow” serve como lembrete de que a transição da música para o cinema exige mais do que apenas reconhecimento do público. Para The Weeknd, que já havia enfrentado críticas similares na série “The Idol” da HBO, este novo projeto confirma que sua carreira como ator ainda precisa de muito desenvolvimento antes de conquistar o respeito da crítica especializada.