Já reparou como é comum ouvir gente dizendo que não merece o que conquistou? Ou aquela sensação de estar fingindo ser quem não é? Parece que, hoje, todo mundo vive uma crise de autoestima coletiva — e a síndrome do impostor está no centro desse fenômeno. Mas o que exatamente é essa tal síndrome do impostor coletivo e por que ela está dominando o papo nas redes e até na vida real?
Neste artigo, vamos explorar de onde vem essa sensação, por que ela cresceu tanto nos últimos anos, o que especialistas têm a dizer e como isso impacta nossa cultura hoje. Afinal, será que é só um modismo ou um sinal de mudanças profundas?
O que é síndrome do impostor coletivo?
A síndrome do impostor, em si, não é novidade — trata-se da sensação persistente de que você não é bom o suficiente, que suas conquistas foram sorte ou engano, e que a qualquer momento alguém vai “descobrir” que você não merece estar onde está. Agora, imagina isso espalhado, quase viralizado, como um sentimento coletivo em grupos, comunidades e até gerações inteiras. É disso que falamos quando dizemos “síndrome do impostor coletivo”.
O termo original foi criado nos anos 70 pela psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes para descrever um padrão de autossabotagem em pessoas altamente qualificadas, principalmente mulheres. Hoje, esse sentimento ganhou novas formas e tamanho, alimentado por redes sociais, comparações constantes e a pressão do sucesso imediato.
No dia a dia, a síndrome aparece quando alguém desvaloriza seus resultados, dúvida das próprias habilidades e se sente sempre menor que os outros — e isso não acontece só em momentos isolados, mas em conversas, posts e até dentro de grupos de trabalho ou amizade.

Por que síndrome do impostor coletivo viralizou?
Redes sociais são terrenos fértil para essa síndrome. A facilidade de mostrar só o lado “perfeito” da vida, os filtros, os números de likes e seguidores criam um ambiente perfeito para a insegurança florescer. Além disso, o mercado de trabalho e o mundo digital atual exigem mais velocidade, inovação e produtividade — o que aumenta o medo de “não dar conta”.
Influenciadores e movimentos que falam abertamente sobre ansiedade, burnout e saúde mental também deram voz ao que antes era tabu. Memes, desafios e relatos pessoais fizeram a síndrome do impostor virar um tema de conversa popular e até fonte de identificação, especialmente entre jovens.
Essa identificação é um dos motores do fenômeno: muita gente se sente “menos” e quer ouvir que não está sozinha, que esse sentimento é normal.
O que dizem especialistas sobre síndrome do impostor coletivo?
Psicólogos alertam que reconhecer a síndrome do impostor pode ser o primeiro passo para buscar ajuda e reduzir o impacto emocional — mas quando ela se torna coletiva, pode virar uma armadilha. Sociologicamente, esse fenômeno expõe uma cultura que valoriza demais o sucesso e pouco o processo.
Especialistas apontam que, por um lado, a síndrome aproxima pessoas ao mostrar vulnerabilidade real. Por outro, pode criar um efeito tóxico, onde a dúvida excessiva bloqueia iniciativas e gera uma insegurança constante.
Estudos indicam que entre 70% e 80% das pessoas já sentiram algum grau dessa síndrome ao longo da vida, e que a pressão social e econômica recente aumentaram sua incidência, especialmente em países com alta competitividade e desigualdade.
Como a síndrome do impostor coletivo afeta a cultura atual?
Esse fenômeno muda como as pessoas se comunicam — termos como “não sou bom o suficiente” ou “só tive sorte” viraram comuns. Isso influência também o consumo: cresce a busca por terapias, cursos de autoconhecimento e conteúdos que prometem ajudar a “se aceitar”.
Na moda, por exemplo, há uma valorização maior do conforto e da autenticidade, sinais de que as pessoas querem ser menos “fabricadas” para o olhar dos outros. O trabalho remoto e flexível, por sua vez, também desafia o modelo tradicional que pode alimentar a síndrome.
Tudo isso sugere que, mais que uma moda, a síndrome do impostor coletivo sinaliza uma transformação cultural profunda, que questiona padrões antigos de sucesso e identidade.
Curiosidades sobre síndrome do impostor coletivo
- Pesquisas mostram que cerca de 70% das pessoas experienciam a síndrome do impostor em algum momento da vida.
- Ela é especialmente comum entre millennials e a geração Z, que cresceram com a internet e as redes sociais.
- Famosos como Maya Rudolph e Tom Hanks já falaram publicamente sobre sentir essa insegurança, mostrando que o fenômeno não escolhe status social.