Desde os primórdios da civilização, os seres humanos têm buscado maneiras de medir o tempo. Durante a Idade do Bronze, por volta do quarto milênio a.C., os sumérios foram pioneiros na criação de calendários, baseando-se nas fases da Lua e no ano solar. Cada mês tinha 29 ou 30 dias, dependendo da Lua cheia. Essa inovação foi crucial para o desenvolvimento das sociedades, permitindo a organização de atividades agrícolas e festividades religiosas.
Com o passar dos séculos, diferentes culturas desenvolveram seus próprios sistemas de calendário. Embora muitos países tenham adotado o calendário gregoriano, outras nações, como Israel e Arábia Saudita, utilizam o calendário judaico e islâmico, respectivamente. Essa diversidade de calendários reflete a rica tapeçaria cultural do mundo e as diferentes maneiras de perceber o tempo.
Por que a Etiópia está sete anos atrasada?
Na Etiópia, o ano atual é 2018, enquanto no calendário gregoriano estamos em 2025. Essa diferença de sete anos se deve ao uso do calendário Bahere Hasab, que conta com 13 meses por ano. Este calendário, também conhecido como “mar de pensamentos”, calcula o nascimento de Jesus Cristo em 7 a.C., cinco mil e quinhentos anos após a promessa divina de salvação para Adão e Eva.
O Bahere Hasab possui 12 meses de 30 dias cada, com um décimo terceiro mês, chamado Pagume, que normalmente tem cinco dias, mas se estende para seis em anos bissextos. O ano novo etíope é celebrado em 11 de setembro, ou 12 de setembro em anos bissextos, contrastando com o calendário gregoriano, onde os meses variam em número de dias.
Como os etíopes contam as horas?
Além das diferenças no calendário, a Etiópia também adota um sistema único de contagem de horas. Situada próxima à Linha do Equador, o país experimenta dias e noites de duração quase iguais ao longo do ano. Por isso, muitos etíopes utilizam um relógio de 12 horas, começando o dia às 1h, quando o sol nasce, e terminando às 12h, ao anoitecer.
Este método, embora prático para os locais, pode ser confuso para visitantes estrangeiros. No entanto, com o tempo, os turistas se adaptam a essa maneira distinta de contar as horas, que reflete a realidade geográfica e cultural da Etiópia.
Quais são as implicações culturais e práticas dessas diferenças?
As diferenças nos calendários e na contagem de horas na Etiópia destacam a diversidade cultural do mundo. Para os etíopes, esses sistemas são mais do que simples métodos de medir o tempo; eles são parte integrante de sua identidade cultural e histórica. Embora os turistas possam inicialmente enfrentar desafios, a maioria dos etíopes está familiarizada com o calendário gregoriano, facilitando a interação com visitantes internacionais.
Essas práticas únicas também oferecem uma oportunidade para explorar como diferentes culturas se adaptam às suas condições geográficas e históricas. A Etiópia, com sua rica herança cultural, continua a fascinar e educar aqueles que se aventuram a compreender suas tradições.