O Himalaia, com suas imponentes montanhas cobertas de neve, é uma maravilha geológica que continua a se elevar devido à atividade tectônica. A cada ano, a cordilheira cresce cerca de quatro milímetros, resultado da pressão contínua entre as placas tectônicas indiana e eurasiática. Esse fenômeno, invisível a olho nu, tem implicações significativas para a região, especialmente para o Nepal, que se encontra na interseção dessas placas.
Milhões de anos atrás, o subcontinente indiano estava localizado próximo à atual ilha de Madagascar. Desde então, tem se movido lentamente em direção ao nordeste, colidindo com a placa eurasiática e dando origem ao Himalaia. Este processo geológico não apenas criou a cordilheira mais alta do mundo, mas também continua a moldar a paisagem e a vida no Nepal.
Quais são os efeitos da atividade tectônica para o Nepal?
A contínua movimentação das placas tectônicas tem consequências diretas para o Nepal. A pressão acumulada pode resultar em terremotos devastadores, uma preocupação constante para os habitantes da região. O Nepal, que depende significativamente do turismo associado ao Himalaia, enfrenta o desafio de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preparação para possíveis desastres naturais.
Especialistas alertam para a possibilidade de um “grande terremoto” devido ao avanço acumulado das placas. Com um deslocamento anual de 2 a 2,5 centímetros, a pressão pode se acumular ao longo de décadas, aumentando o risco de um evento sísmico significativo. A história recente da região já registrou terremotos devastadores, como o ocorrido em 1934, que resultou em milhares de mortes.

Quais são as medidas de prevenção e preparação contra riscos tectônicos no Nepal?
Apesar dos riscos conhecidos, a preparação para terremotos no Nepal ainda é limitada. O país carece de uma infraestrutura robusta para lidar com desastres naturais, e a coordenação entre as diversas agências envolvidas é um desafio. Em 2009, o governo aprovou a Estratégia Nacional para a Gestão de Riscos de Desastres, mas sua implementação ainda é incipiente.
Estudos identificaram 95 falhas ativas no Nepal, que poderiam servir como epicentros de futuros terremotos. Um evento de grande magnitude poderia ter consequências catastróficas, especialmente em áreas densamente povoadas como Katmandu. A falta de preparação adequada aumenta a vulnerabilidade da população e das infraestruturas locais.
Como o Nepal pode enfrentar os desafios impostos pela atividade tectônica?
Embora a ameaça de terremotos seja uma preocupação constante, a atividade tectônica também é responsável pela própria existência do Nepal. Sem esse movimento, o país poderia ser parte da Índia ou da China. Assim, o desafio para o Nepal é encontrar maneiras de coexistir com essa força natural, aproveitando suas vantagens enquanto minimiza os riscos.
Para o futuro, é essencial que o Nepal desenvolva uma abordagem integrada para a gestão de riscos de desastres, fortalecendo suas capacidades de resposta e aumentando a conscientização pública sobre a importância da preparação para terremotos. Somente assim o país poderá proteger sua população e seu patrimônio natural único, enquanto continua a se beneficiar do turismo e das oportunidades econômicas associadas ao Himalaia.