Lançado em 2019, o filme Coringa, dirigido por Todd Phillips, trouxe uma nova perspectiva ao gênero de filmes baseados em quadrinhos. A obra, protagonizada por Joaquin Phoenix, não é apenas uma adaptação de super-herói, mas um estudo profundo de personagem que explora a psique de Arthur Fleck, um homem mentalmente perturbado que se transforma no infame vilão Coringa. O filme não só quebrou recordes de bilheteria, arrecadando mais de 1 bilhão de dólares mundialmente, como também foi indicado a 11 Oscars, consolidando seu impacto cultural e cinematográfico.
O sucesso de Coringa pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo a atuação intensa de Joaquin Phoenix, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator. A abordagem do filme, que mistura drama psicológico com uma narrativa de origem de vilão, ofereceu ao público uma experiência única e provocativa. Além disso, a produção enfrentou desafios nos bastidores, como as diferenças de método entre Phoenix e o veterano Robert De Niro, que contribuíram para a tensão e autenticidade das performances.
Como Joaquin Phoenix se preparou para o papel?
Para dar vida a Arthur Fleck, Joaquin Phoenix mergulhou profundamente na preparação do personagem. Ele estudou a condição médica conhecida como afetividade pseudobulbar (PBA), que causa risos ou choros incontroláveis, para capturar a risada perturbadora de Fleck. Phoenix assistiu a vídeos de pessoas com essa condição, buscando entender e reproduzir essa manifestação de forma autêntica.
Além disso, Phoenix optou por não se inspirar em representações anteriores do Coringa, como as de Jack Nicholson ou Heath Ledger. Em vez disso, ele leu sobre assassinos políticos para compreender a transformação de um indivíduo comum em um assassino. Essa abordagem permitiu que Phoenix criasse uma interpretação única e não identificável do personagem, sem se prender a diagnósticos psicológicos específicos.
Quais foram os desafios nos bastidores de Coringa?
A produção de Coringa enfrentou diversos desafios, especialmente devido às diferentes abordagens de atuação de Joaquin Phoenix e Robert De Niro. Enquanto De Niro preferia ensaios tradicionais, Phoenix não era adepto desse método, o que gerou tensão inicial. No entanto, ambos os atores conseguiram encontrar um meio-termo, resultando em performances memoráveis.
Todd Phillips, o diretor, também teve que lidar com a natureza imprevisível de Phoenix no set. O ator, conhecido por seu método intenso, às vezes abandonava cenas no meio para recuperar a compostura, mas sempre retornava para entregar atuações impactantes. Essa dinâmica trouxe uma autenticidade crua ao filme, que se refletiu na tela.
Qual foi o papel da improvisação em Coringa?
A improvisação desempenhou um papel crucial na criação de algumas das cenas mais icônicas de Coringa. Phoenix frequentemente expandia o que estava no roteiro, trazendo uma camada adicional de surrealismo ao personagem. Um exemplo notável é a cena em que Arthur Fleck dança no banheiro após um ato de violência no metrô, que foi completamente improvisada.
O diretor de fotografia Lawrence Sher destacou como a equipe estava preparada para capturar esses momentos espontâneos, permitindo que Phoenix explorasse o espaço e o personagem de maneira livre. Essa abordagem resultou em cenas memoráveis que contribuíram para o sucesso crítico e comercial do filme.
O legado de Coringa no cinema
Coringa não apenas redefiniu o que um filme baseado em quadrinhos pode ser, mas também abriu caminho para narrativas mais ousadas e introspectivas dentro do gênero. A atuação de Joaquin Phoenix e a direção de Todd Phillips demonstraram que histórias de super-heróis podem ser contadas de maneira inovadora e profunda, desafiando as convenções tradicionais de Hollywood.
O impacto do filme continua a ser sentido, inspirando outras produções a explorar temas complexos e personagens multifacetados. Com uma sequência já em produção, Coringa solidificou seu lugar na história do cinema como uma obra que transcende o entretenimento e provoca reflexão sobre a natureza humana e a sociedade.
