O golpe do falso advogado tornou-se uma preocupação significativa, especialmente no estado do Espírito Santo, onde mais de 150 pessoas já se tornaram vítimas desse crime astuto. Trata-se de uma fraude que se aproveita de informações públicas de processos judiciais, resultando em um prejuízo estimado em R$ 300 mil. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES) lidera uma campanha para conscientizar e proteger a sociedade contra essa prática criminosa que atinge não apenas as vítimas, mas também a confiança na justiça.
De acordo com especialistas em segurança digital, esses golpistas conseguem enganar pessoas ao obter informações detalhadas sobre processos em tramitação, que são usadas para contato direto com clientes, fingindo ser o advogado responsável pelo caso. Através de táticas persuasivas e técnicas sofisticadas, eles conseguem convencer as vítimas a realizar transferências financeiras, sob o argumento de que isso acelerará o recebimento de indenizações supostamente devidas.
Como é executado o golpe do falso advogado?

Os golpistas utilizam dados públicos dos processos judiciais para se passarem por advogados legítimos. Utilizando essas informações, eles entram em contato com as vítimas, muitas vezes empregando imagens dos advogados retiradas de redes sociais para criar perfis falsos em aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. A tática envolve convencer a vítima de que ganhou uma ação judicial, alegando a necessidade de um pagamento para liberar a indenização prometida.
Além disso, os criminosos frequentemente solicitam transferências via Pix ou pagamento de boletos, garantindo que isso agilizará o processo. Assim que recebem o dinheiro, eles bloqueiam o contato, deixando a vítima no prejuízo. Este golpe afeta financeiramente as vítimas e também compromete a confiança no sistema jurídico, tornando as campanhas de conscientização e as medidas de proteção ainda mais urgentes.
Quais medidas estão sendo tomadas para combater esse golpe perigoso?
A OAB-ES, em colaboração com instituições como o Tribunal de Justiça do Estado e o Ministério Público, formou uma força-tarefa dedicada a combater esse crime. Um inquérito policial foi aberto para identificar os responsáveis, e um Comitê de Prevenção e Combate ao Golpe do Advogado foi criado. A campanha da OAB-ES inclui uma cartilha de orientação e um formulário para denúncias, disponível no site oficial da instituição, visando facilitar o acesso à informação e ao suporte.
Além disso, a OAB-ES está ativamente compilando informações sobre os casos reportados para entender melhor a extensão do problema e desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção. A colaboração entre as instituições é vista como essencial para coibir esse tipo de crime, que afeta não apenas os profissionais da advocacia, mas toda a sociedade, pois abala a confiança em serviços essenciais para a manutenção dos direitos civis.
Como se proteger e o que fazer se for vítima deste golpe?
Para se proteger, é fundamental não confiar em contatos de números desconhecidos e sempre verificar a autenticidade das informações recebidas diretamente com o advogado ou escritório responsável. Documentos recebidos por meios não oficiais devem ser tratados com desconfiança. Especialistas recomendam buscar sempre um contato direto e confirmado antes de realizar qualquer transação financeira.
Se alguém for vítima desse golpe, é crucial registrar uma ocorrência na Polícia Civil, que pode ser feita em qualquer delegacia ou online. A apresentação de provas, como números de telefone ou e-mails utilizados pelos golpistas, pode ajudar nas investigações. A OAB-ES também disponibiliza um formulário de denúncia em seu site para auxiliar as vítimas. Esse suporte visa facilitar a coleta de informações que possam levar à identificação e punição dos responsáveis.
Qual é o impacto legal do golpe do falso advogado?
O crime de estelionato, quando cometido com fraude eletrônica, como no caso do golpe do falso advogado, prevê penas mais severas. De acordo com o artigo 171 do Código Penal, a pena pode variar de 4 a 8 anos de reclusão, além de multa. Essa penalidade reflete a gravidade do crime, que utiliza informações pessoais para enganar e prejudicar financeiramente as vítimas, confirmando a necessidade de ações rigorosas contra os golpistas.
O combate a esse tipo de fraude requer vigilância constante e cooperação entre a sociedade e as instituições responsáveis pela aplicação da lei. A conscientização e a educação são ferramentas poderosas na prevenção de golpes e na proteção dos direitos dos cidadãos. É vital que o público esteja informado e engajado em práticas de verificação e segurança para reduzir o impacto desse delito.