O geocientista peruano-americano Andrés Ruzo ouviu falar de um rio na Amazônia tão quente que parecia ferver, uma história que o intrigou desde a infância. A única fonte dessa narrativa era seu avô, já que nenhuma das empresas de mineração, petróleo e gás, ou geólogos que ele contatou tinha conhecimento de tal fenômeno. Inicialmente, Ruzo considerou a história como uma lenda até descobrir que seus tios haviam visitado o misterioso rio.
Desafiando a descrença de seus colegas, que afirmavam que um rio fervente não poderia existir sem um vulcão próximo, Ruzo decidiu explorar a região em 2011. Guiado por sua tia e um aprendiz de xamã, ele encontrou um afluente de 80 pés de largura, quatro milhas de comprimento e com temperaturas superiores a 200 graus Fahrenheit. Os xamãs locais chamam o rio de Shanay-timpishka, acreditando que foi criado por um espírito de cobra gigante chamado Yucamama.
Como o Rio Shanay-timpishka é aquecido?
Na realidade, o aquecimento do Shanay-timpishka é resultado de um gradiente geotérmico. Ruzo descreve o fenômeno como uma artéria da Terra, onde a água quente sobe por uma falha geológica, aquecendo um riacho inicialmente frio no meio da selva. À medida que a água percorre essas zonas de falha, ela se transforma em um fluxo térmico que pode ser letal.
O rio já causou a morte de muitos seres, principalmente pequenos animais, mas também de um humano em 2014. Pesquisas posteriores confirmaram que o rio já havia surpreendido exploradores no século 20, não no 16, e que não eram espanhóis, mas sim topógrafos de petróleo. Inicialmente, eles acreditaram que a causa do rio era um vulcão e minimizaram sua existência para não assustar investidores.
O que é um fogo zumbi?
O termo “fogo zumbi” pode parecer fictício, mas refere-se a um incêndio que parece morrer no inverno e ressurgir na primavera. Na verdade, ele continua queimando no subsolo, emergindo quando está quente e recuando com a neve e o frio. Alimenta-se de turfa rica em carbono, comum sob florestas boreais do norte.
Embora os fogos zumbis tenham sido registrados há muitos anos, no Canadá eles eram considerados mais uma questão de folclore. Isso mudou com um estudo publicado na Nature em 2021, que quantificou a frequência desses eventos. Com o aquecimento global, é provável que ocorram com mais frequência.
Como os morcegos vampiros inspiraram mitos?
Os morcegos vampiros, conhecidos por se alimentarem de sangue, eram uma realidade dolorosa para os nativos americanos, mas para os europeus, essas criaturas pertenciam ao reino do mito. Os exploradores europeus relataram a existência de morcegos que se alimentavam de sangue humano nas Américas, o que inicialmente foi recebido com ceticismo.
Charles Darwin, durante sua famosa viagem no Beagle, observou um morcego vampiro se alimentando de um cavalo, confirmando o comportamento desses animais. Embora suas mordidas sejam fracas, a raiva que às vezes transmitem pode ser fatal, consolidando seu lugar no imaginário popular como criaturas assustadoras.
Por que o ornitorrinco é um animal inacreditável?
Mesmo séculos após sua descoberta, o ornitorrinco ainda parece estranho demais para ser real. Quando os primeiros espécimes chegaram à Europa vindos da Austrália, muitos cientistas acreditaram que se tratava de uma farsa. A combinação de características de diferentes animais levou a suspeitas de que era uma montagem artificial.
No entanto, após minuciosas investigações, o ornitorrinco foi confirmado como uma espécie real, desafiando as expectativas com seu bico de pato, cauda de castor, postura de ovos e produção de veneno. Até hoje, continua a fascinar cientistas e leigos, sendo um exemplo da diversidade surpreendente da vida na Terra.






