O mundo da dublagem brasileira se despede de uma de suas maiores vozes. Ângela Bonatti, aos 85 anos, faleceu no último domingo, 23 de março de 2025, deixando um legado inegável na indústria. A notícia foi confirmada pela colega Marisa Leal, que destacou a influência de Bonatti em sua carreira e na de muitos outros profissionais.
Nascida em Indaiatuba em 1939, Ângela Bonatti começou sua trajetória artística na TV Tupi durante os anos 1960. Sua paixão pelo palco a levou ao teatro, mas foi na dublagem que encontrou seu verdadeiro chamado. Em 1959, ingressou na CineCastro, marcando o início de uma carreira de mais de seis décadas.
As vozes que Ângela Bonatti deu vida
Ângela Bonatti emprestou sua voz a personagens que se tornaram inesquecíveis. Entre seus principais trabalhos, destacam-se:

- Batgirl em “As Aventuras de Batman e Robin”.
- Sigourney Weaver em “Alien — O Oitavo Passageiro” e “O Segredo da Cabana”.
- Meryl Streep em diversos filmes, trazendo vida e emoção às atuações da estrela.
- Lynda Carter, como a icônica Mulher-Maravilha em “Mulher-Maravilha 1984”.
Sua habilidade em capturar emoções tornou-se sua marca registrada, fazendo dela uma referência entre os profissionais da área.
Muito além da dublagem, uma mestra dos estúdios
Além de sua atuação como dubladora, Ângela Bonatti brilhou como diretora de dublagem. Em estúdios renomados como Herbert Richers, Audio Corp e Blue Bird, ela comandou projetos e formou novos talentos. Para muitos, Bonatti era mais do que uma colega:
- Uma mentora, sempre disposta a compartilhar conhecimento.
- Uma inspiradora, cuja paixão pela dublagem motivava todos ao seu redor.
- Uma perfeccionista, que prezava pela qualidade em cada trabalho.
Seu afastamento dos microfones ocorreu após o diagnóstico de Alzheimer, uma doença que afeta a função mental e a memória. Mesmo assim, seu legado permanece vivo nas inúmeras obras que ajudou a criar.
A voz que ecoa na cultura pop brasileira
O impacto de Ângela Bonatti na cultura pop brasileira é inquestionável. Seu trabalho permitiu que gerações de espectadores tivessem acesso a filmes e séries internacionais de forma mais próxima e envolvente.
Mais do que apenas dublar falas, Bonatti transmitia emoções, dando vida a personagens de maneira única. Sua voz marcou a infância e a juventude de muitos, transformando histórias em experiências inesquecíveis.
Ângela Bonatti não foi apenas uma dubladora. Ela foi uma pioneira, uma artista apaixonada e uma inspiração eterna para o mundo da dublagem.