O governo brasileiro anunciou recentemente a intensificação do processo de revisão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para o ano de 2026. Esta medida visa garantir que apenas aqueles que realmente têm direito ao benefício continuem a recebê-lo. O BPC é um auxílio financeiro concedido a idosos de baixa renda, equivalente a um salário mínimo mensal. A decisão de aprofundar o chamado “pente-fino” ocorre em um ano eleitoral, o que adiciona uma camada de complexidade ao cenário político e social.
O objetivo principal desta revisão é a exclusão de beneficiários que não atendem aos critérios estabelecidos, resultando em uma economia significativa para os cofres públicos. Estima-se que, com a implementação dessas medidas, o governo possa economizar R$ 2,7 bilhões em 2025, R$ 2 bilhões em 2026 e R$ 4,2 bilhões em 2027. A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo para otimizar os gastos públicos, que também inclui a revisão de outros programas sociais e previdenciários.
Quais são os critérios para receber o BPC?

Para ser elegível ao BPC, não é necessário ter contribuído para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No entanto, o benefício não inclui o pagamento do 13º salário e não gera direito a pensão por morte. O processo de solicitação é realizado totalmente online, eliminando a necessidade de comparecimento físico a uma agência do INSS. Os critérios para receber o BPC incluem:
- Ter 65 anos ou mais;
- Ser brasileiro nato ou naturalizado, ou possuir nacionalidade portuguesa;
- Possuir renda familiar de até ¼ do salário mínimo por pessoa, conforme dados do Cadastro Único (CadÚnico) e dos sistemas do INSS.
Como o governo planeja implementar o pente-fino?
O secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Clayton Montes, destacou que a revisão do BPC será aprofundada, seguindo um cronograma de revisões que já ocorre a cada dois anos. Este processo envolve a verificação minuciosa dos cadastros dos beneficiários para identificar inconsistências ou fraudes. O Tribunal de Contas da União (TCU) já identificou que 6,3% dos beneficiários atuais não têm direito ao pagamento, o que reforça a necessidade de uma revisão rigorosa.
Quais são as implicações do pente-fino para os beneficiários?
A revisão do BPC pode ter várias implicações para os beneficiários. Aqueles que não atendem aos critérios estabelecidos podem perder o benefício, o que pode impactar significativamente suas condições de vida. Por outro lado, a medida visa garantir que os recursos sejam direcionados de forma justa e eficiente, beneficiando aqueles que realmente necessitam. Além disso, a economia gerada pode ser reinvestida em outras áreas sociais, potencialmente ampliando o alcance de programas de assistência.
Em suma, o aprofundamento do pente-fino no BPC em 2026 representa um esforço do governo para otimizar os gastos públicos e garantir a justiça na distribuição dos benefícios sociais. Embora a medida possa gerar controvérsias, especialmente em um ano eleitoral, ela destaca a importância de uma gestão eficiente e transparente dos recursos públicos.