Os ursos-polares, conhecidos cientificamente como Ursus maritimus, são mamíferos carnívoros que habitam exclusivamente as regiões geladas do Ártico. Estes impressionantes animais são considerados os maiores carnívoros terrestres do planeta, com um porte físico que pode ultrapassar os 2,5 metros quando em pé. Além de seu tamanho, os ursos-polares destacam-se por sua capacidade de sobreviver em condições extremamente frias e inóspitas, utilizando sua pelagem branca para se camuflar entre os blocos de gelo.
Recentemente, um marco significativo ocorreu no Aquário de São Paulo com o nascimento de Nur, a primeira ursa-polar nascida na América Latina. Filha dos ursos Aurora e Peregrino, que vieram do Zoológico de Kazan, na Rússia, Nur nasceu em 17 de novembro de 2024, pesando cerca de 400 gramas. Seu nome, que significa “luz” em árabe, simboliza esperança para a conservação da espécie, ameaçada pelas mudanças climáticas. Este acontecimento destaca a importância de programas de conservação e o compromisso dos zoológicos com o bem-estar dos animais.
Como os ursos-polares sobrevivem no ártico?
Os ursos-polares possuem várias adaptações que lhes permitem sobreviver no Ártico. Uma dessas adaptações é a sua pelagem, que parece branca, mas é composta por pelos translúcidos que refletem a luz visível, criando a aparência de camuflagem na neve. Sob essa pelagem, a pele do urso é preta, ajudando a absorver melhor o calor do sol, uma vantagem crucial em temperaturas que podem chegar a -40°C. Além disso, o metabolismo dos ursos-polares é adaptado para queimar gordura de maneira eficiente, garantindo energia e calor suficientes para sobreviver no clima frio.
Além disso, os ursos-polares são nadadores excepcionais. Eles podem nadar por horas ou até dias em busca de gelo ou presas, com registros de natação contínua por mais de 400 quilômetros. Suas patas dianteiras funcionam como remos, enquanto as traseiras ajudam na orientação, uma habilidade cada vez mais necessária devido ao degelo do Ártico. O comportamento migratório e a resistência física dos ursos-polares são pontos chave para sua sobrevivência num ambiente em constante mudança.
Qual é o habitat natural dos ursos-polares?
Os ursos-polares são nativos exclusivamente do Círculo Polar Ártico, habitando regiões do Canadá, Alasca, Rússia, Groenlândia e Noruega. Eles não são encontrados na Antártida, que é o domínio dos pinguins. Seu habitat principal é o gelo marinho, onde caçam com eficiência, principalmente focas, sua principal fonte de alimento. A dependência do gelo torna-os extremamente vulneráveis às mudanças climáticas e ao aquecimento global. A proteção das áreas de gelo marinho é, portanto, vital para a conservação dos ursos-polares.
A presença de gelo marinho não afeta apenas a alimentação dos ursos-polares, mas também a reprodução, já que as fêmeas frequentemente escolhem locais próximos ao gelo estável para construir tocas e dar à luz. As mudanças nas condições do gelo do mar podem impactar drasticamente o comportamento reprodutivo dos ursos-polares, obrigando-os a adotar novos padrões migratórios e de caça para sobreviver.
Quais são as características dos filhotes?
Apesar do grande tamanho dos adultos, os filhotes de urso-polar nascem pequenos e frágeis, pesando entre 600 e 700 gramas. Nascem cegos, sem pelos e totalmente dependentes da mãe. As fêmeas criam tocas de neve onde dão à luz e cuidam dos filhotes por até três meses, período em que não se alimentam, vivendo das reservas de gordura acumuladas antes da gestação. Este período de cuidado intenso é crítico para a sobrevivência dos filhotes, que emergem das tocas quando estão mais fortes e já possuem uma camada de gordura protetora.
Durante os meses em que permanecem na toca, os filhotes desenvolvem habilidades essenciais para a sobrevivência, como a capacidade de caminhar e buscar sustento. Com a saída da toca, começam a aprender a caçar e a se proteger sob a supervisão da mãe, que continua a ensinar e proteger os filhotes até que estejam prontos para viver de forma independente. A mortalidade dos filhotes é alta, principalmente devido às condições climáticas extremas e à escassez de alimento, tornando vital a proteção desses primeiros meses de vida.
Quais desafios enfrentam os ursos-polares e como podemos contribuir para sua conservação?
Os ursos-polares enfrentam sérias ameaças de extinção devido ao derretimento acelerado do gelo marinho, que reduz suas áreas de caça e os obriga a percorrer distâncias maiores para encontrar alimento. Isso afeta diretamente sua saúde, reprodução e expectativa de vida. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica a espécie como vulnerável, destacando a importância da preservação de seu habitat natural para garantir sua sobrevivência futura. A cooperação internacional em políticas de mudança climática e a proteção de áreas árticas são essenciais para garantir um futuro para os ursos-polares.
Além disso, os ursos-polares possuem um olfato altamente desenvolvido, capaz de detectar o cheiro de uma foca a 1,5 km de distância ou através de camadas de gelo espessas. Essa habilidade é essencial para localizar presas escondidas e é crucial para sua sobrevivência no ambiente ártico. A conscientização sobre os desafios enfrentados por esses animais é fundamental para promover ações de conservação, como a redução de emissões de gases de efeito estufa e o apoio a organizações de preservação, assegurando assim que futuras gerações possam continuar a coexistir com esses majestosos gigantes do Ártico.
