A série The Last of Us virou um fenômeno mundial, mas quem jogou os games da Naughty Dog logo percebeu: a HBO não está seguindo o roteiro à risca. Os criadores da série fizeram mudanças importantes que deixaram os fãs divididos. Alguns adoraram as novidades, outros ficaram meio desconfiados. O fato é que Craig Mazin e Neil Druckmann criaram uma nova versão da história que funciona muito bem na TV.
As diferenças começam logo nos primeiros episódios e só aumentam conforme a trama avança. Joel e Ellie continuam sendo o coração da história, mas o caminho que eles percorrem tem várias mudanças. A cidade de Jackson não é mais aquele lugar super seguro dos jogos. Na série, os infectados são uma ameaça real mesmo dentro da comunidade. Isso muda completamente a sensação de segurança que os personagens tinham.
Como a série The Last of Us mudou os jogos?

Uma das mudanças mais significativas na série é a introdução do Conselho, que decide as ações da cidade frente aos ataques da Frente de Libertação de Washington (WLF). No jogo, Ellie age de forma independente, enquanto na série, há uma estrutura mais organizada que influencia suas decisões. Essa mudança adiciona uma camada de complexidade política à narrativa, ausente nos jogos.
Outro aspecto alterado é a relação entre Ellie e Joel. Nos jogos, a separação entre eles ocorre de forma pacífica, enquanto na série, há um conflito mais evidente. Essa diferença pode ser explorada em flashbacks futuros, adicionando profundidade ao desenvolvimento dos personagens.
Quais personagens ganharam mais destaque na série?
A série também trouxe mais atenção a personagens secundários, como Seth, que tem um papel ampliado em comparação com os jogos. Enquanto no jogo sua história termina após um pedido de desculpas, na série ele se torna um aliado inesperado de Ellie. Essa mudança tem gerado debates sobre a intenção da série em dar arcos de redenção a personagens menores.
Além disso, a série introduz os Serafitas mais cedo na narrativa, alterando a dinâmica dos confrontos. Nos jogos, eles aparecem em um ponto mais avançado, mas na série, são apresentados como adversários logo no início, o que modifica a tensão e o ritmo da história.
Qual a cena mais impactante que mudou dos jogos?
Uma das mudanças mais marcantes acontece quando Joel e Tommy se encontram depois de anos separados. No jogo, esse reencontro é mais tranquilo, mas na série, a tensão entre os irmãos fica muito mais evidente. Tommy questiona as escolhas de Joel de forma mais direta, criando um conflito que não existia antes.
A cena acontece na ponte de Jackson, com os dois discutindo enquanto Ellie observa de longe. É um momento que mostra como os relacionamentos podem ser complicados, mesmo entre família. A série aproveitou para explorar melhor os sentimentos dos personagens, algo que no jogo ficava mais nas entrelinhas.
Como a série mudou nossa percepção dos infectados?
Uma das grandes diferenças da série é a forma como os infectados são apresentados. Nos jogos, eles eram mais como obstáculos a serem superados. Na série da HBO, eles ganharam uma humanidade assustadora. A gente vê que por trás de cada infectado existe uma pessoa que um dia teve sonhos e família. O episódio com Anna e Ellie bebê é um exemplo perfeito disso. A série mostrou o momento exato da infecção de forma muito mais emocional do que qualquer cutscene do jogo conseguiu fazer. Quando vemos Anna lutando contra a transformação enquanto segura sua filha recém-nascida, o impacto é devastador.
A verdade é que The Last of Us da HBO se tornou uma obra independente. Ela mantém a essência da história original, mas conta tudo de um jeito novo. Para quem nunca jogou, é uma experiência completa. Para quem já conhece os games, é uma chance de ver personagens queridos ganhando novas camadas. No fim das contas, todo mundo sai ganhando.