The Last of Us não para de fazer barulho. A série da HBO virou febre mundial e não é por acaso. A segunda temporada, que estreou em abril de 2025, começou com tudo: 5,3 milhões de espectadores logo no primeiro episódio. Isso representa um aumento de 10% em relação à estreia da primeira temporada. É muita gente grudada na tela esperando pra ver o que vai rolar com Joel e Ellie. A produção baseada no jogo da Naughty Dog conseguiu algo que poucos imaginavam: transformar um videogame em uma das melhores séries de drama da televisão. O resultado? Uma legião de fãs que não consegue parar de falar sobre cada episódio.
A série protagonizada por Pedro Pascal e Bella Ramsey virou obsessão nas redes sociais. Entre 14 a 20 de abril de 2025, The Last of Us liderou a preferência dos espectadores brasileiros nos serviços de streaming, segundo dados da JustWatch. Todo mundo quer entender por que essa história pós-apocalíptica mexe tanto com as emoções. A resposta é simples: a série conseguiu criar personagens reais em um mundo irreal. É impossível não se envolver com a jornada de sobrevivência de um pai e uma filha em meio ao caos total. Cada episódio é uma montanha-russa emocional que deixa qualquer um vidrado na tela.
Qual é o segredo por trás do sucesso da segunda temporada?
A segunda temporada trouxe algo que ninguém esperava: ainda mais intensidade. A história agora se passa cinco anos depois dos eventos da primeira temporada. Joel e Ellie tentam viver em paz na comunidade de Jackson, mas o passado sempre cobra seu preço. O grande diferencial desta temporada é a introdução da Abby, interpretada por Kaitlyn Dever. Ela chega como uma força da natureza, trazendo vingança e revelações que mudam tudo. A HBO caprichou na produção e isso se nota em cada detalhe, desde os cenários destruídos até as cenas de ação de tirar o fôlego.
Craig Mazin e Neil Druckmann, os criadores da série, sabiam que tinham uma responsabilidade enorme. A primeira temporada foi um fenômeno global, então como superar o que já era perfeito? A resposta veio na forma de uma narrativa ainda mais complexa e personagens que evoluem de maneiras inesperadas. O trailer oficial da segunda temporada no YouTube acumula 33 milhões de visualizações, tornando-se o vídeo mais assistido do canal. A expectativa era gigantesca e, pelo menos no começo, a série correspondeu às expectativas. Cada episódio dos sete que compõem a temporada trouxe revelações que mudaram completamente a percepção sobre os personagens principais.
Por que Pedro Pascal e Bella Ramsey viraram ícones pop?
A química entre Pedro Pascal e Bella Ramsey é simplesmente mágica. Eles conseguiram capturar perfeitamente a essência da relação pai-filha que fez do jogo original um clássico. Pascal, que já tinha conquistado o mundo como Mando em The Mandalorian, mostrou uma faceta completamente diferente como Joel. É um homem quebrado pela perda, mas que encontra uma nova razão para viver em Ellie. Ramsey, por sua vez, deu vida a uma Ellie corajosa, inteligente e com uma personalidade marcante. A atriz conseguiu balancear perfeitamente a vulnerabilidade de uma adolescente com a força de uma sobrevivente.
O que mais impressiona é como eles conseguiram fazer o público esquecer que são atores interpretando personagens. No X, a série teve mais de 116 mil postagens referentes em virtude da estreia do 2º ano, publicadas por mais de 35 mil usuários. Os nomes dos protagonistas chegaram aos trending topics, acumulando quase 1,6 milhões de citações. É raro ver duas performances tão naturais e emocionantes ao mesmo tempo. Pascal e Ramsey não estão apenas atuando – eles estão vivendo esses personagens de uma forma que toca o coração de quem assiste. A dupla conseguiu criar uma das relações mais bonitas e realistas da televisão atual.
Como a série conseguiu superar a “maldição” das adaptações de jogos?
Tradicionalmente, adaptar jogos para cinema ou TV sempre foi um desastre. Filmes como Resident Evil ou Assassin’s Creed provaram que transformar videogames em outras mídias era quase impossível. The Last of Us quebrou essa regra de forma espetacular. O segredo foi ter Neil Druckmann, o criador do jogo original, envolvido diretamente na produção da série. Ele conhece cada detalhe do universo que criou e soube como traduzi-lo para a televisão. Além disso, a HBO deu total liberdade criativa para a equipe, sem interferências de executivos que não entendiam o material original.
A série conseguiu manter a essência do jogo enquanto expandia o universo de formas inteligentes. Críticos sentiram que a temporada reforçou The Last of Us como a melhor adaptação de um videogame, estabelecendo um novo padrão para futuras produções do gênero. Cada episódio funciona como um curta-metragem independente, com histórias que se conectam de forma orgânica. A produção não teve medo de explorar o lado mais humano dos personagens, mostrando que mesmo em um mundo devastado, as relações pessoais são o que realmente importa. O resultado é uma série que funciona tanto para quem jogou o game quanto para quem nunca ouviu falar dele.
O que explica a queda de audiência ao longo da temporada?
Nem tudo foram flores na segunda temporada. O episódio final da segunda temporada registrou 3,7 milhões de espectadores, uma queda significativa de 55% em comparação com o último episódio da primeira temporada, que alcançou 8,2 milhões de espectadores. A explicação para essa queda é complexa e envolve várias decisões narrativas polêmicas. A morte de Joel no segundo episódio chocou os fãs de uma forma que muitos não esperavam. Parte do público simplesmente não conseguiu aceitar que o protagonista favorito saísse de cena tão cedo na temporada.
A nova direção narrativa, focada em Ellie, Abby e Dina, também divide opiniões. Muitos espectadores tiveram dificuldade em se conectar emocionalmente com a Abby, mesmo ela sendo fundamental para a história. Além disso, a inclusão de temas como relacionamentos LGBTQ+ e questões sociais contemporâneas gerou debates acalorados nas redes sociais. Alguns fãs sentiram que a série estava forçando agendas políticas, enquanto outros aplaudiram a representatividade. Independente das opiniões pessoais, cada episódio da segunda temporada atingiu uma média de 37 milhões de visualizações globais, ultrapassando a primeira temporada. Os números mostram que, apesar das controvérsias, o interesse pela série continua gigantesco.
Qual é o futuro de The Last of Us na televisão?
A HBO já confirmou a terceira temporada, que deve estrear entre o final de 2026 e início de 2027. O showrunner Craig Mazin revelou que o foco será na personagem Abby, o que pode ser uma estratégia inteligente para desenvolver melhor essa personagem controversa. A adaptação completa do segundo jogo deve se estender até uma quarta temporada, mostrando que a HBO tem planos de longo prazo para a franquia. Os criadores deixaram claro que não vão acelerar o ritmo para terminar logo – eles querem contar a história no tempo certo, explorando cada nuance dos personagens.
O que mais impressiona é como The Last of Us conseguiu se estabelecer como um fenômeno cultural que vai muito além do entretenimento. A série gerou discussões profundas sobre moralidade, sobrevivência e o que significa ser humano em situações extremas. Ela provou que o público está faminto por histórias inteligentes e bem contadas, mesmo quando o tema é pesado. O Google revelou o TOP 10 das séries mais procuradas no seu motor de pesquisa no ano de 2023 e em primeiro lugar ficou The Last of Us. Com a terceira temporada confirmada e uma base de fãs apaixonada, The Last of Us parece ter encontrado a fórmula perfeita para continuar sendo uma das séries mais importantes da televisão atual.
The Last of Us pode estar perdendo sua essência original?
Aqui vai minha opinião mais polêmica sobre toda essa história: acho que The Last of Us está se afastando perigosamente do que a tornou especial em primeiro lugar. A primeira temporada funcionou porque era simples – um pai e uma filha tentando sobreviver juntos. Era uma história universal que qualquer pessoa podia entender e se emocionar. A segunda temporada, por outro lado, se perdeu em tramas complexas demais e personagens que ninguém realmente queria conhecer. A morte prematura do Joel foi um erro estratégico que alienou boa parte da audiência que estava investida emocionalmente nele.
A série original tinha alma porque focava nas pequenas coisas – uma conversa no carro, um momento de carinho, a esperança encontrada em situações desesperadoras. Agora virou uma novela de vingança cheia de reviravoltas desnecessárias. A Abby pode ser uma personagem interessante no papel, mas forçar o público a gostar dela depois de ela matar o protagonista favorito foi uma jogada arriscada que não deu certo. The Last of Us deveria ser sobre amor e família, não sobre política e agendas sociais. A série está se tornando muito pretensiosa para seu próprio bem. Às vezes, o mais simples é o mais poderoso.
