(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas Rússia

1001 Lugares pra se viver: Parque da Vitória, em Moscou

Este parque deslumbrante tem grande importância histórica: simboliza o triunfo russo sobre os horrores da Alemanha nazista ao final da Segunda Guerra Mundial


10/07/2018 07:12 - atualizado 13/07/2018 17:24

 

Monumento aos mortos em forma de baioneta estilizada de 141,8 metros(foto: Visit Russia/Divulgação)
Monumento aos mortos em forma de baioneta estilizada de 141,8 metros (foto: Visit Russia/Divulgação)

Jatos vermelhos jorram incessantes das 225 fontes, distribuídas em cinco terraços. Colorem a noite de Moscou ao longo da monumental Gody Voyny – Avenida Russa dos Tempos de Guerra. As luzes noturnas se acendem de dentro do lago artificial, escavado na colina Poklonnaya Gora, um dos pontos naturais mais altos da cidade, onde em 1812, ao cercar a capital russa, Napoleão esperou em vão pelas chaves do Kremlin. O espetáculo noturno de luzes e água é referência à Segunda Guerra Mundial, ou Grande Guerra Patriótica, como chamam-na os russos: do engenhoso lago artificial, cinco terraços que correspondem ao número de anos em que o país sangrou na Segunda Guerra Mundial, com 15 fontes cada – ao todo, 225 semanas de carnificina imortalizam a derrota imposta a Adolph Hitler.


Essa linda atração do Parque da Vitória – Park Pobedy – desmonta mitos e pontua adequadamente a história: assim como contra o general francês, a derrota nazista não se deve à neve. Deve-se, antes de tudo, à mais realista e brutal versão inglesa do “sangue, suor e lágrimas”, luta à qual se lançou esse povo, numa tragédia épica que entre 1941 e 1945 matou mais de 26 milhões de soldados e civis russos, cerca de dois milhões deles ainda desaparecidos e procurados.


Se meses e semanas estão retratados nas fontes, o escultor Zurab Tsereteli registrou no Monumento da Vitória uma baioneta estilizada de 141,8 metros, a cada dez centímetros os dias do violento combate. Em seu cume, a deusa Nike vela pela batalha e observa à base São George em combate contra o dragão adornado por símbolos nazistas. Toda a obra é abraçada em sua retaguarda por um gigantesco semicírculo, que também acolhe em seu diâmetro a chama eterna: trata-se do Museu Central da Grande Guerra Patriótica, inaugurado na abertura do Parque da Vitória, em 1995, em celebração ao cinquentenário do fim da guerra. Fotografias, vídeos, e exibições permanentes detalham a Batalha de Moscou, de Stalingrado, o cerco a Leningrado (São Petersburgo), a Batalha de Kursk, a travessia do Rio Dnieper e a ofensiva final soviética sobre Berlim.


O complexo do Parque da Vitória também se espalha por um grande museu a céu aberto. Entrecortado por três templos religiosos – uma igreja, uma mesquita e uma sinagoga –, pelos extensos parques estão blindados alemães Tiger ou Panzer IV; russos como o T 34, considerado o melhor blindado da Segunda Guerra Mundial, além de seu sucessor, o T 44; apelidado de Dora, o megacanhão ferroviário Schwerer Gustav, de 47 metros de comprimento e 1.350 toneladas. Para quem gosta de história militar, há muito mais. Os caças Messerschmitt 109, Spitfire, Huricane e, no lago artificial – uma engenhosa obra hidráulica que desafiou a topografia para abrigar nesta colina alguns barcos de guerra.


A principal entrada para o Parque da Vitória, sobre esta alta colina para onde, no passado, visitantes eram levados para observar e se curvar a Moscou, é o Arco do Triunfo, que celebra a vitória de Moscou sobre Napoleão. Ali, Napoleão, depois de 16 horas da Batalha de Borodino (7 de setembro de 1812), percebendo que o general Kutuzov ordenara a retirada do Exército russo em direção à capital, acampou enquanto esperava pela rendição. O francês esperou em vão pela pela resposta do Czar Alexandre I.

 

(Colaborou Eugênio Gomes)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)