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Estado de Minas

Espetáculo discute a relação entre filhos e pais na terceira idade

Escrita pelo francês Florian Zeller em 2012, e adaptada para diversos idiomas, O pai se propõe a oferecer uma experiência sensorial à plateia


22/06/2018 08:00 - atualizado 21/06/2018 18:23

Carol Mariottini e Fulvio Stefanini contracenam em O pai (foto: João Caldas/divulgação)
Carol Mariottini e Fulvio Stefanini contracenam em O pai (foto: João Caldas/divulgação)

Escrita pelo francês Florian Zeller em 2012, e adaptada para diversos idiomas, O pai se propõe a oferecer uma experiência sensorial à plateia. Ao promover a troca de atores para o mesmo personagem, a peça faz com que o público se sinta tão confuso quanto André, um senhor que enfrenta dificuldades cognitivas próprias de sua idade. No fim de semana, o espetáculo ficará em cartaz no Cine Theatro Brasil Vallourec, em Belo Horizonte.

Fulvio Stefanini, de 78 anos, faz o papel do protagonista. “Abordamos um tema que preocupa todo mundo: o lugar do idoso na sociedade. A história é contada com humor, mas de forma comovente. Os personagens são muito autênticos, o que permite a identificação das pessoas com eles”, afirma o ator. Ele dá vida a um octogenário que apresenta sintomas do mal de Alzheimer. O conflito se instala quando a filha única de André se vê dividida entre se mudar para Londres com o novo marido e cuidar do pai, em Paris.

“A principal questão é como resolver esse impasse. A filha, com muito menos idade, não pode abandonar sua vida em função do pai. É preciso encontrar outro tipo de solução que não seja se doar a tal ponto de aniquilar a própria vida”, comenta Stefanini.

“É uma discussão muito pertinente. A peça chega com muita facilidade ao espectador, toca a alma das pessoas de forma espontânea. Muita gente vem nos dizer que aquela história está sendo vivida por sua própria família”, revela.

SHELL O pai estreou em 2016, quando Fulvio Stefanini completou 60 anos de carreira. Em 2017, o papel de André lhe deu o Prêmio Shell de melhor ator. “Personagens idosos são raros. De repente, me apareceu uma peça com esse potencial, essa sensibilidade, e um personagem tão rico”, comenta.

Fulvio atua sob a direção do filho, Léo Stefanini. “Desde o início, fizemos nosso trabalho com total e absoluto distanciamento. No teatro, não somos pai e filho, mas ator e diretor profissionais. Isso se dá de forma espontânea”, afirma.

Léo Stefanini destaca como ponto alto da peça o momento em que plateia e personagem se confundem. De acordo com ele, a adaptação da história para o cinema, A viagem do meu pai (2015), perdeu parte do encanto por ignorar artifícios que permitem ao público compartilhar o raciocínio confuso do protagonista. “Esses recursos teatrais pertencem à peça original. São alguns dos motivos pelos quais ela faz tanto sucesso”, acredita o diretor.

A iniciativa de trazer o texto francês para o Brasil partiu da atriz Carolina Gonzalez, que interpreta a filha de André. Completam o elenco Déo Patricio, Carol Mariottini, Paulo Emílio Lisboa e Wilson Gomes.

INCLUSÃO 


O pai tem proposta inclusiva que não se limita à abordagem de temas referentes à terceira idade. As sessões em Belo Horizonte contarão com tradução em libras (sábado e domingo) e audiodescrição (apenas no domingo), para atender espectadores deficientes visuais e auditivos.

O PAI
De Florian Zeller. Direção: Léo Stefanini. Com Fulvio Stefanini, Carolina Gonzalez, Déo Patricio, Carol Mariottini, Paulo Emílio Lisboa e Wilson Gomes. Sábado (23), às 21h; domingo (24), às 19h. Cine Theatro Brasil Vallourec. Praça Sete, Centro. 
(31) 3201-5211. Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). 


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