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Estado de Minas

Slam poetry - a batalha de poesia ocupa Grande Teatro Sesc Palladium

Apresentação que lembra um duelo de rap, só que sem música, acontece nesta sexta-feira, 27, às 19h30


27/10/2017 08:30 - atualizado 27/10/2017 10:08

TV Cultura/divulgação(foto: TV Cultura/divulgação)
TV Cultura/divulgação (foto: TV Cultura/divulgação)

O slam poetry – a batalha de poesia – lembra duelo de rap, só que sem a música. Parece até um sarau. Lembra também algumas performances cênicas. Depois de invadir as ruas do Brasil, o movimento vem ganhando os teatros. Nesta sexta-feira (27) à noite, por exemplo, o Sesc Palladium recebe a finalíssima do Campeonato Estadual de Slams de Minas Gerais.

Roberta Estrela D’Alva, fundadora do coletivo ZAP! Slam de São Paulo, compara a atividade à ágora – espaço público onde os gregos se reuniam para compartilhar ideias, filosofar, fazer assembleias e decidir questões relativas ao seu dia a dia.

“Mais que poemas, cada um tem algo para contar. Slam é um espaço onde fazemos política e poesia. Parece muito com o que os gregos faziam para falar dos problemas da pólis”, explica Roberta, que participará do campeonato mineiro.

A proposta é a troca de informações de forma não acadêmica, incentivando a cidadania e a atuação coletiva. “É um erro dizer que ele dá voz. A pessoa já a tem, o slam a ajuda a ser ouvida. É um espaço onde todos podem falar, sem exclusão, de sentimentos. Ali, todos podem denunciar o racismo, o machismo e a homofobia”, enfatiza.

Do campeonato mineiro sairão três slammers para representar o estado na etapa nacional da disputa, que será realizada em São Paulo. Clubes de slam de BH, Sarzedo, Timóteo, Itabira, Uberaba, Vespasiano e Juiz de Fora se encontrarão no Sesc Palladium. O evento contará também com a participação dos paulistas Luz Ribeiro e Thiago Peixoto.

Minas Gerais ilustra uma das cenas mais fortes do Brasil, atrás apenas do Rio e de São Paulo”, lembra Estrela D’Alva.

PALCO Na década de 1990, o slam foi criado nos Estados Unidos. Era praticado em clubes. “No Brasil, ele tomou conta das ruas e praças. Sem precisar de qualquer tipo de estrutura, permitiu que mais pessoas participassem. É uma opção grátis – e sem pré-requisitos – de lazer, reflexão e confraternização”, resume a artista, que também é apresentadora da TV Cultura de São Paulo.

Diferentemente dos duelos de rap – baseados no improviso –, os poetas levam os versos já escritos para o campeonato de slam. Geralmente, um júri seleciona os melhores e o vencedor é escolhido pela plateia.

“Temos algumas regras básicas para garantir que todos participem, mas as competições são moldadas de acordo com cada comunidade”, lembra Roberta. O Brasil conta com 100 slams. A atividade estimula a comunicação direta entre as pessoas. Dispensa celulares e computadores, tão caros à era digital.

“O ser humano precisa se comunicar. Precisa falar, ouvir e ser ouvido. Precisa do corpo a corpo, o que não é possível nas redes sociais. A poesia sai das páginas daquele livro empoeirado e ganha as ruas com o slam”, comenta Roberta.

A popularização da atividade no Brasil comprova que há forte demanda por poesia, participação e atividades coletivas. “Cada brecha é a nossa oportunidade. O movimento está crescendo, as pessoas querem que sua voz seja ouvida. Recentemente, o Rio de Janeiro assistiu ao boom das competições. O slam é uma peça fundamental para a democracia, principalmente por ser independente, sem qualquer tipo de mediação do governo”, conclui Roberta Estrela D’Alva.

CAMPEONATO DE SLAMS DE MINAS GERAIS
Etapa final. Sexta-feira (27), às 19h30. Grande Teatro Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Entrada franca.


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