'Chicago med' incorpora crise da COVID em sua sexta temporada

Nova leva de capítulos de toda a franquia 'Chicago' chega ao Universal TV, a partir desta segunda (25/01)

Mariana Peixoto 22/01/2021 04:00
 UNIVERSAL/DIVULGAÇÃO
A enfermeira April Sexton (Yaya da Costa) cuida de pacientes com COVID-19 na sexta temporada de Chicago Med (foto: UNIVERSAL/DIVULGAÇÃO)
Sim, o mundo mudou com o streaming, que, nos dias de hoje, salvo exceções, apresenta o melhor da produção em série. Mas o velho mundo, das séries procedurais (um caso por semana), sobrevive. O Universal TV exibe quatro das 10 produções mais vistas nos canais abertos em 2020 nos EUA: FBI, Chicago Fire, Chicago P.D. e Chicago Med. 

A partir da próxima segunda-feira (25/01), o canal volta a exibir as novas temporadas de seus carros-chefe: além das quatro citadas, também Law & order: SVU (agora em seu 22º ano) e FBI: Most wanted. Todas, vale dizer, têm o mesmo DNA: são do produtor Dick Wolf. 

Com a pandemia, as séries tiveram as gravações interrompidas e só retomadas no segundo semestre de 2020. As novas temporadas, que estrearam lá fora no fim do ano passado, dão prosseguimento às histórias que estavam em curso. A COVID-19 e o assassinato de George Floyd estão na pauta da franquia Chicago, que abre a programação de novas temporadas do canal.

HOSPITAL

Chicago Med, a mais nova das três séries ambientada na “Cidade dos Ventos”, dá início à sua sexta temporada sem respiro para o telespectador. O hospital que dá nome à série é quase outro, já que conta com uma imensa área dedicada aos pacientes com COVID-19. 

Mesmo que sejam histórias trágicas, não há falta de nenhum insumo. Há uma área de desinfecção automática, profissionais da saúde se comunicam com aqueles que estão no setor de doentes por meio de walk-talkie, todos têm tablets para verificar seus pacientes e por aí vai.
 
As histórias contadas, no entanto, são como tantas outras que ouvimos ao longo do ano que passou. Por meio de teleconferência, o Dr. Charles (Oliver Platt), psiquiatra, comenta com a administradora do hospital, Sharon Goodwin (S. Epatha Merkerson), sobre o estresse que o atendimento remoto causa.

Ambos tiveram sua experiência com a doença. O psiquiatra contraiu o vírus da filha adolescente, que passou a se culpar por ter infectado o pai. Por ter mais de 65 anos, a administradora do hospital pertence ao grupo de risco e não pode sair de casa para ir trabalhar. 

 UNIVERSAL/DIVULGAÇÃO
Com ecos do assassinato de George Floyd, a relação entre policiais brancos e o colega negro fica tensa na oitava temporada de Chicago P.D. (foto: UNIVERSAL/DIVULGAÇÃO)

DRAMAS

Separado da enfermeira April Sexton (Yaya da Costa), o Dr. Choi (Brian Tee) se preocupa com ela, pois a profissional não deixa, há dias, a área dos pacientes  com COVID. A médica Natalia Manning (Torrey DeVitto) deixou o filho pequeno com a mãe e foi para um hotel, para não correr o risco de contaminar a família. O maior drama amoroso do episódio é o de Will Halstead (Nick Gehlfuss), que chega ao hospital em uma ambulância. levando a namorada, a também médica Hannah Asher (Jessy Schram), vítima de uma overdose.  

Enfim, tem melodrama e muita música orquestral feita para levar o espectador às lágrimas – o que não é nada difícil. Já Chicago P.D., a menos novelesca das séries da franquia, dá início à sua oitava temporada com uma tentativa de revisão. Desde o assassinato de George Floyd, em maio de 2020, não só a discussão do racismo sistêmico nos EUA tornou-se urgente como também a atuação da polícia.

E o chefe do esquadrão da Inteligência de Chicago, o sargento Hank Voight (Jason Beghe), ainda que seja um homem justo, sempre primou por métodos nada ortodoxos para conseguir confissões de suspeitos. Mantém, inclusive, uma jaula nos porões da delegacia. Pois ele vai ter que entrar nos eixos. 

Mas a grande história envolve o detetive Kevin Atwater (LaRoyce Hawkins), o único policial negro do time de Voight. Quando Chicago P.D. foi interrompida, Atwater estava em uma situação complicada. Ele declarou que um policial branco, que acabou morto por um jovem negro, havia sido o culpado pelo crime. No retorno da série, boa parte da corporação está contra ele por haver quebrado o código de silêncio corporativista da polícia. E ele sofre represálias constantes dos parceiros do policial morto, todos de um grupo racista.

Com violência policial e racismo na pauta, a série se desenvolve. A pandemia aparece só como pano de fundo e é um tanto estranho ver os policiais atuando nas ruas de Chicago sem máscaras ou colocando o acessório de proteção só de vez em quando. Ainda que a vida real paute as séries, a gente nunca pode esquecer que é ficção.  

FRANQUIA CHICAGO
• Segunda (25/1), às 21h30, no Universal TV. Serão exibidos Chicago Med, Chicago Fire e Chicago P.D., em sequência

LAW & ORDER: SVU
• Terça (26/1), às 22h, no Universal TV

FRANQUIA FBI
• Quinta (28/1), às 22h, no Universal TV. Serão exibidos FBI e FBI: Most wanted em sequência

MAIS SOBRE SERIES-E-TV