Guerra (de verdade) entre vizinhas vira série de Miguel Falabella

'Eu, a vó e a Boi', nova atração do Globoplay, inspirou-se no conflito relatado no Twitter pelo neto das brigonas. Arlete Salles e Vera Holtz protagonizam o seriado

Ana Clara Brant 29/11/2019 06:00
Globoplay/divulgação
Turandot (Arlete Salles) e Yolanda (Vera Holtz), as inimigas da série Eu, a vó e a Boi (foto: Globoplay/divulgação)

Foi no Twitter que surgiu a ideia da série Eu, a vó e a Boi, que estreia nesta sexta-feira (29), no Globoplay. Em 2018, o internauta Eduardo Hanzo revelou, nessa rede social, a rivalidade entre sua avó e uma vizinha – a briga começou há mais de 60 anos. A história chamou a atenção de famosos, como a novelista Glória Perez e o ator, diretor e dramaturgo Miguel Falabella. Das mãos do criador de Toma lá da cá e Pé na cova nasceu a narrativa de humor ácido, com personagens alucinados e absolutamente comuns.

Eduardo contou que a avó conhece a “inimiga” desde criança. E explicou a origem do apelido: “Boi é a maneira como a vizinha é chamada por minha avó. Até lá pelo meio dos anos 1990, ela chamava a vizinha de 'A Vaca', mas lá por 1996 decidiu que isso era muito machista e tudo tinha limites. Foi então que 'A Vaca' foi renomeada para 'A Boi'.”
BRASIL Durante o lançamento da atração, Miguel Falabella destacou a conexão da antiga briga das vizinhas com o momento belicoso vivido atualmente pelo Brasil. “Embora seja uma série de humor e com tipos muito inusitados, ela também coloca o dedo na ferida. Temos um país cindido, dividido. O discurso é sempre o da truculência. E é isso que a avó e a Boi fazem nessa história. Elas não argumentam, agem uma contra a outra. São situações engraçadas, mas por trás desse humor as coisas são ditas”, declarou.
Arlete Salles interpreta Turandot, a inimiga de Yolanda (Vera Holtz). Ninguém sabe quando a guerra começou. Aposentadas, viúvas e dispondo de tempo livre, nenhuma das duas tem intenção de propor o tratado de paz.

No meio da confusão está Roblou (Daniel Rangel), neto das duas, que tenta sobreviver ao ambiente hostil. O jovem se agarra à única oportunidade que encontra: Demimur (Valentina Bulc), garota cheia de sonhos, com quem descobre as alegrias e as dores do amor.

VALA

Narrador da história, é Roblou quem conduz o público pelo “front” armado por Turandot e Yolanda. O cenário é a Tudor Afogado, rua cinza e monocromática inspirada nos subúrbios cariocas. Separadas por uma vala que remete à aura de ódio e rancor entre as vizinhas, as duas famílias vivem frente a frente. Por ali, ninguém escapa ileso dos embates diários das matriarcas.

Quando Norma (Danielle Winits) e Montgomery (Marco Luque), filhos das rivais, se apaixonam perdidamente, tudo parece fadado ao caos. Não há trégua, nem mesmo quando nascem Roblou e Matdilou (Matheus Braga), netos das duas.

Miguel Falabella considera Eu, a vó e a Boi seu trabalho “mais arrojado, mais contemporâneo, e também o mais fora da caixinha”. O seriado foi escrito por ele, Flávio Marinho e Ana Quintana. Paulo Silvestrini assina a direção artística. O elenco conta também com Otávio Augusto, Alessandra Maestrini e Stella Miranda.

EU, A VÓ E A BOI
• Globoplay
• 12 episódios
• Estreia nesta sexta-feira (29)

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