Better call Saul mostra novos passos na rota de um anti-herói

Lançada nessa semana, 4ª temporada aproxima a trama ainda mais de Breaking bad

por Pedro Galvão 10/08/2018 08:00
Netflix/Divulgação
Netflix/Divulgação (foto: Netflix/Divulgação)
O encerramento de uma série pode gerar um vazio irremediável para os fãs mais dependentes. No caso da estimulante Breaking bad, fenômeno de audiência e crítica, cujos estoques de episódios se esgotaram em 2013, foi sintetizado um ótimo paliativo. Em 2015, chegou ao mercado Better call Saul, cuja trama é derivada da história do professor de química fabricante de metanfetamina Walter White (Bryan Cranston).

Produzida pela Netflix, Better call Saul foi criada por Vince Gilligan e Peter Gould, os mesmos que desenvolveram Breaking bad na AMC. A quarta temporada dessa fórmula eficiente para agradar a velhos consumidores e conquistar uma nova legião de espectadores foi liberada nesta semana.

Se em Breaking bad o protagonista envereda pelo caminho dúbio da produção e venda de substâncias ilícitas ao descobrir que tinha um câncer, Better call Saul também se sustenta sobre desvios de caráter e comportamentos eticamente discutíveis. Saul (Bob Odenkirk) é, na verdade, James Morgan, advogado mequetrefe da região de Albuquerque, no Novo México. Embora os episódios sempre comecem com um flash forward em preto e branco, mostrando seu futuro, os acontecimentos do seriado se desenvolvem seis anos antes de James, ou melhor, Jimmy, conhecer White em Breaking bad e se tornar seu comparsa, sob a alcunha de Saul Goodman.

CARREIRA
Nas três temporadas anteriores, a série mostrou como Jimmy construiu sua controversa carreira, abraçando causas perdidas, participando e escapando de golpes, fazendo acordos escusos e se envolvendo com todo tipo de charlatão. O roteiro é cheio de surpresas, ciladas, violência e do tom característico de humor negro.

Além do protagonista, outros personagens foram reaproveitados de uma série para a outra, como o policial aposentado Mike Ehrmantraut (Jonathan Banks), cujo passado também é mostrado em Better call Saul.  

A expectativa para a recém-lançada quarta temporada é de que a trama se aproxime ainda mais de Breaking bad, quase entrando em sincronia cronológica, conforme foi antecipado pelos criadores da série em entrevista à revista Entertainment Weekly. Depois do fim trágico da anterior, Jimmy tenta seguir em frente, ao lado da consorte Kim (Rhea Seehorn), capaz de equilibrar a conturbada mente do companheiro e colega de trabalho por meio do coração ao longo da história.

Logo no primeiro episódio, já liberado pela Netflix, no entanto, uma novidade aparece para Jimmy, com potencial de influenciar seu comportamento, dentro daquilo que se espera dele rumo à sua transformação completa em Saul Goodman. Mike Ehrmantraut também está de volta, revelando alguns aspectos de sua vida pessoal, assim como os traficantes Gus Fring e Nacho Varga (Michael Mando), que mostram o que esperar deles na sequência.

Sem nenhum acontecimento muito drástico, o capítulo de 45 minutos de duração dá ao espectador uma ideia do que esperar dos outros nove, que serão disponibilizados no streaming nas próximas semanas. Outros personagens conhecidos devem aparecer, para satisfação dos fãs de Breaking bad. A certeza é que a história de Jimmy, ou Saul, não vai terminar por agora. A AMC, detentora dos direitos, já anunciou a renovação para a quinta temporada.

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