Mylla Christie mostra sua verve cômica em 'As aventuras de Poliana'

Na trama, atriz é uma perua do bem, sem arrogância, que depende financeira e emocionalmente do marido

por Ana Clara Brant 06/08/2018 08:00
A primeira vez que Mylla Christie apareceu na televisão foi há 36 anos. Ela era uma menininha e fez participação no especial de Roberto Carlos, em 1982, interpretando o Garoto, famoso nos filmes de Charles Chaplin, enquanto que o rei fez o papel de Carlitos. “Foi um começo com o pé direito, não é?”, celebra. Desde então, a atriz e modelo praticamente não saiu mais dos holofotes. Seja na própria TV – novelas, seriados, comerciais e até como apresentadora – ou nas capas de revistas. Mylla chegou a estampar uma edição da Playboy, em 1997.

João RAPOSO/SBT
Mylla em cena na novela do SBT/Alterosa com Otávio Martins, que interpreta seu marido (foto: João RAPOSO/SBT)

A estreia como atriz veio em 1990, num papel que até hoje é lembrado e é um dos destaques de sua carreira, Jéssica, a filha de Ricardo Miranda, na novela Meu bem, meu mal, na TV Globo. Em seguida, vieram Ully, em Deus nos acuda (1992); o anjo conselheiro Carlota de A viagem (1994); Silene de Engraçadinha; Ivana de Quem é você (1996) e Eleonora de Senhora do destino (2004). Logo depois, ela foi para a Record e, no ano passado, chegou ao SBT, onde fez uma participação em Carinha de anjo.

Após 11 anos sem personagem fixo, a atriz paulista está no ar em As aventuras de Poliana, como a divertida Verônica. “É muito bom voltar à ativa, mas se você for analisar, nunca sai do ar. Apesar de a minha última novela com personagem do inicio ao fim ter sido Amor e intrigas (2007), na Record. Vira e mexe tinha alguma reprise em que eu estava”, comenta. Boa parte desses trabalhos pode ser conferida no canal da artista no YouTube, o Mylla Christie Uiii. “Tem cenas de novelas e filmes, comerciais que fiz, participações em programas, clipes, making off. As pessoas podem acompanhar um pouco da minha carreira ali”, conta.

 


Na pele de Verônica, a atriz de 47 anos tem mostrado a sua verve cômica, que foi pouco explorada até então. “Fiz um especial da Comédia da vida privada, do Luis Fernando Veríssimo, há muitos anos e foi maravilhoso. Agora estou mais madura e tenho me divertido de verdade”, diz. Casada e mãe de dois filhos, Verônica é uma mulher dependente financeira e emocionalmente do marido. Gasta o tempo com compras e o dinheiro com plásticas.


Seu sonho é entrar para o Comitê do Laço Azul para fazer parte do grupo das socialites mais poderosas, mas é sempre barrada por não conseguir ser aceita pela presidente e sogra, Glória (Clarisse Abujamra). Mãe avoada, dá mais atenção para sua terceira “filhinha”, Vida, sua cadela, com quem anda para cima e para baixo. “Ela é uma perua do bem, sem aquela arrogância. A Verônica é uma criança no corpo de adulto. Ela adora a família e só pensa em cuidar dos outros. Ela não deixa de ser uma empoderada, mas do jeito dela”, observa.

APARÊNCIAS

Assim que o primeiro capítulo do folhetim foi ao ar, em maio, os telespectadores estranharam o visual de Mylla Christie. A atriz surgiu com um nariz bem ao estilo das bruxas de contos de fadas. Tudo fazia parte da composição da personagem. Há duas semanas, a dondoca finalmente se livrou do “adereço” que tanto a incomodava. “Ela sempre teve vergonha, queria fazer plástica de qualquer jeito. Acho que essa história serve pra alertar – mesmo que de uma forma leve – quem se preocupa com aparência o tempo todo, essa obsessão pela perfeição. As pessoas se esquecem que a principal mudança é muito mais interna do que externa. Temos que olhar pra dentro da gente”, defende.


Mylla – que é mãe de Arthur, de 7 anos – conta que está muito feliz em fazer parte de uma trama infantojuvenil e que o filho não perde um capítulo. Ela acredita que os ótimos índices de audiência da novela de Iris Abravanel se devem ao esgotamento das fórmulas tradicionais dos folhetins e que o público está cansado de tanta violência e agressividade. “A realidade já é cruel, as novelas também estão mais pesadas. Acho que os telespectadores sentem falta de algo mais leve. Essa novela tem uma corrente do bem. O jogo do contente da Poliana, de sempre ver o lado bom das coisas, é algo que todos nós precisamos praticar e tem muito a ver comigo”, ressalta.

 

 

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