'Cresci respeitando as mulheres, a vida e o tempo', diz Tony Ramos

No ar como José Augusto, o vilão redimido de 'Tempo de amar', ator afirma aos 69 anos: 'Envelhecer é uma dádiva'

18/03/2018 14:00

 

Marília Cabral/Globo
Final de José Augusto será a redenção (foto: Marília Cabral/Globo)
Tony Ramos acredita ter cumprido sua missão na pele de José Augusto em Tempo de amar, novela das 18h da Globo que termina amanhã. Na novela de Alcides Nogueira, o ator enaltece a beleza da trama do pai que se redime com Maria Vitória (Vitória Strada), após tê-la separado da filha recém-nascida. O conservadorismo do personagem afastou os dois por um período, mas o perdão triunfou no fim.

 

Na mini-entrevista a seguir, Tony, que completará 70 anos em agosto, comenta o caminho da redenção de José Augusto. Além disso, confessa ser conservador, diz como vê o Brasil atualmente, o que espera do país e quais são seus próximos projetos.

O que você achou dessa virada do personagem, como um vilão, mas que se redimiu com a filha?
Mas o que é um vilão de fato? Nós estamos muito acostumados ao psicopata. Mamãe me dizia: ‘Filho, isso é triste, mas conheço, no mínimo, uns três casos destes’. Quando ele (José Augusto) começa a se dar conta do ato agressivo que fez, há uma virada. Então, isso mostra a contradição do próprio ser humano.

Como você lida com o passar do tempo?
A coisa que mais gosto é de assumir as minhas idades, porque nunca tive crise com elas. Sou um homem que foi criado numa família que minha mãe era separada de meu pai e você pode imaginar o que era ser separada no início dos anos 1960. Então, a minha mãe, uma mulher muito forte, lidou bem com isso, com minha avó e elas me educaram no sentido de que a vida é libertária, os homens é que a tornam proibitiva. Então, cresci assim, respeitando as mulheres, a vida e o tempo. Envelhecer é uma dádiva.

Para você, como está o Brasil atualmente?

O meu Brasil está enfermo, triste, desesperado por segurança, emprego, hospitais, educação. Sempre vou voltar ao assunto educação, pois um país sem educação não pode se chamar de nação. O meu Brasil é triste, mas esperançoso. Sou um incorrigível otimista. O que quero é um país que se reencontre, se renove, reflita sobre ele mesmo.

Quais são os seus próximos projetos?
Estou convidado para a série Aracy, o anjo de Hamburgo, mas ainda não está fechado 100%. É uma história verídica da viúva de Guimarães Rosa, que ajudava os judeus a escaparem da Alemanha. Mas só vou procurar saber se estou nesse projeto depois de gravar 45 do segundo tempo, o filme de Luiz Villaça.

 

(Estadão Conteúdo)

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