Torturado na ditadura, Amado Batista defende militares e apoia Bolsonaro

Em programa do humorista Fábio Porchat, cantor revela que foi preso por vender livros censurados e critica situação atual do país

por Estado de Minas Pedro Antunes/Estadão Conteúdo 06/04/2017 10:21
Youtube / Reprodução
Cantor goiano completou 66 anos em fevereiro deste ano (foto: Youtube / Reprodução)
Ícone da música romântica nacional, com cerca de 35 milhões de discos vendidos e vídeos que ultrapassam 1 bilhão de visualizações na internet, Amado Batista surpreendeu o público com algumas declarações no Programa do Porchat exibido nessa quarta-feira (5/4) pela Rede Record.

Com algumas canções censuradas durante o regime militar, como tantos outros artistas, o convidado do humorista Fábio Porchat revelou que foi preso e torturado durante a ditadura por vender livros considerados subversivos pelo governo. No entanto, o cantor acredita que mereceu a punição e ainda defendeu o regime responsável pela morte e desaparecimento de 434 pessoas entre 1964 e 1985, de acordo com a Commissão Nacional da Verdade. 

Batista revelou que foi preso quando trabalhava em uma livraria de Goiânia, onde, segundo ele “um grupinho comunistas faziam as reuniões deles”. O contato com o grupo foi o suficiente para que ele fosse levado pelos militares. “Eu nunca participei de nada, mas como eu os conhecia e deixava eles lerem os livros, certamente a Polícia Federal estava de olho daqui e me prendeu, fiquei dois meses preso”.

O cantor revelou que na detenção ficou “um mês sendo torturado e um mês descansando” e que os métodos usados incluíam choques elétricos. Mesmo assim, ele se posiciona a favor da ditadura e acha que mereceu ser preso por vender livros censurados. 

“Não me arrependo, se você anda com gente que faz coisa errado, você também está errado. Essa turma que queria tomar o poder na base da força e fazer disso aqui Cuba, graças às forças armadas isso aqui não é Cuba”. 

Surpreso, o apresentador Fábio Porchat perguntou: “Você não fica com medo de falar uma coisa dessas e alguém achar que você está defendendo a ditadura?”. Amado Batista então respondeu: “Será que alguém defenderia essa anarquia que tá hoje aqui? Prefiro a ditadura do que essa anarquia que tá aqui hoje”.
 
O cantor ainda continuou dizendo que “eu adoro a democracia, mas uma democracia tipo a dos Estados Unidos, por exemplo, onde as leis são cumpridas, não quero ditadura não, quero democracia, mas do jeito que está hoje eu prefiro a ditadura. A ditadura foi maravilhosa, foi ruim só para políticos que queriam tomar o poder a força, não tinha pivete na rua".

Por fim, indagado sobre em quem votaria nas eleições do ano que vem, ele declarou:  “democraticamente, eu acho que tem que ser o Jair Bolsonaro”. Confira o trecho do programa em que eses assuntos foram discutidos:
 

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