Entrevista: após período sabático, Otávio Mesquita fala sobre sua volta à TV

Programa 'Operação Mesquita', exibido ao sábados no SBT/Alterosa, é um desafio para o veterano

Lourival Ribeiro/SBT
(foto: Lourival Ribeiro/SBT )
Ele está na televisão aberta há três décadas e deixou sua marca na programação das madrugadas. Depois de um período sabático, desde o encerramento do Okay pessoal, que saiu do ar em setembro passado, Otávio Mesquita diz que precisou se reinventar. Aos 57 anos, ele ocupa agora o horário das 18h15, sempre aos sábados, no SBT/Alterosa. No comando do Operação Mesquita, o paulista mostra seu lado mais humano e até aventureiro. “É um desafio especial na minha vida. Estou no ar há 30 anos. Foi muito tempo de experiência e também de luta. Gosto de programa de auditório, mas acho que já existem vários na TV. Tenho uma conexão forte com as ruas, com as pessoas”, conta ele.

A ideia do formato do Operação Mesquita foi sua. Quais os desafios desse trabalho, depois de tantas experiências na televisão?
Achei que tinha de me renovar. Quantos apresentadores estão no ar há 30 anos? Você não enche uma mão. Então, resolvi me reinventar. Desta vez, não dá para brincar o tempo todo. Claro que tenho um DNA de humor, de brincadeira, mas esse programa não tem nada a ver com os anteriores. Tenho que, ao longo do percurso, mostrar um lado mais pessoal.

Teme a concorrência?
Na minha opinião, a maior concorrência da televisão está nas redes sociais. Nossa preocupação com a internet é grande. Tanto que a minha ideia é que a área digital do SBT desenvolva um conteúdo especial para a web.

O que a atração vai trazer de mais diferente?
Quis que o formato fosse divertido, para que pegasse a molecada. “Olha lá, o Otávio está de moto para cima e para baixo”... Fiz um estudo para isso. Digo que não sou apresentador, estou apresentador. Na verdade, sou publicitário. Em tudo que faço, já penso em merchandising (risos).

Você aborda as celebridades e passa o dia com elas. Quem gostaria de entrevistar?
Sei que o Silvio Santos está sempre no Jassa (cabeleireiro). Um dia, posso segui-lo de moto. A minha ideia é gravar com ele. E eu vou!

Você sempre curtiu carros, motos e velocidade. Sente-se seguro ao levar as celebridades na garupa da moto?
Sim. Minha relação com automobilismo e motociclismo é intensa. Ando de moto desde adolescente. É uma scooter, então a pessoa consegue se sentar de um jeito confortável. Gravei com Larissa Manoela, Danilo Gentili e Carlos Alberto de Nóbrega, entre outros nomes. Pode dar merda? Sim. E já deu. Descobri, da pior maneira, que o Carlos Alberto de Nóbrega não gosta de moto. O que pode dar errado é eu cair da moto. Existe um cuidado enorme, porque você leva uma celebridade para dar uma volta, é um risco. Mas temos um sistema seguro, não pegamos avenidas movimentadas, temos carros de segurança atrás e na frente.

O horário de exibição gerou um mal-entendido com o Raul Gil. Como vocês resolveram isso?
Nunca quis o horário do Raul Gil. Eu o amo de paixão, ele é meu ponto de referência. Tudo isso me fez muito mal. Quando surgiu essa história, em outubro do ano passado, fiquei três meses tentando me aproximar dele. Tive o apoio do Raulzinho e, para minha surpresa, recebi um Whatsapp do Raul que me emocionou bastante: “Se você quiser ir ao programa falar sobre sua estreia, fique à vontade”. Essa é a prova de que nunca atrapalhei ninguém.

No quadro Operação Carona, você transporta um convidado e acompanha uma situação marcante na vida dele. Caso você fosse escolhido como personagem do quadro, qual sonho gostaria de viver?
Adoraria ser levado para jantar com o Silvio Santos. Frequento o Jassa há 18 anos. Todos os meses, vou cortar o cabelo lá e marco sempre no horário em que o Silvio está. Já tomamos vários cafés juntos. Nunca pedi nada para o Silvio Santos.

Suas redes sociais são bem movimentadas e você posta um pouco de tudo. As suas discussões sobre política são bem populares. O que o motiva?
Ah, sou bem politizado. Sempre comento. Não sou artista, não sou diferente de você, sou como todo mundo. Tenho a minha opinião. Prefiro ter no comando do país um cara que seja sério, íntegro e gestor a um político que rouba. Não estou preocupado com partido. Não sou amigo do Aécio (Neves), não sou PT, PSDB, nada. Tem gente que fala que sou coxinha. Eu sou brasileiro, pô. (Karina Craveiro/Estadão Conteúdo)

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