Pesquisadores brasileiros desenvolvem método inédito que promete eficácia no tratamento da fibromialgia

Aparelho une técnicas de laser e ultrassom e também pode combater artrite e artrose. Novo método deve estar disponível no país a partir de agosto

por Estado de Minas 10/05/2019 13:31
USP/Divulgação
(foto: USP/Divulgação)

Acaba de ser desenvolvido no Brasil um novo aparelho que pode aliviar as dores da fibromialgia, um tratamento inédito que chega a partir de agosto, unindo laser e ultrassom. Além da fibromialgia, pacientes com artrite e artrose também serão beneficiados. O procedimento por terapia fotodinâmica é uma alternativa a analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos. Trata-se de uma combinação inédita do ultrassom, cujas ondas mecânicas chacoalham o tecido da região onde é aplicado, e do laser, de baixa intensidade, que acelera o metabolismo. É a primeira vez que as duas técnicas são usadas juntas.

Com o objetivo de combater a fibromialgia partindo da palma da mão, diferente do método que considera os pontos de dor distribuídos pelo corpo, a novidade foi elaborada por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP). As aplicações de luz são feitas diretamente nas palmas das mãos, e cada uma tem duração inferior a três minutos. Em um espaço de tempo de dez sessões, quando utilizado em outros membros do corpo, o aparelho também é capaz de amenizar sintomas de enfermidades como artrite e artrose.

A partir da análise de artigos da área, os estudiosos puderam compreender que pessoas que sofrem com a fibromialgia têm um número maior de neuroreceptores perto dos vasos sanguíneos das mãos, e daí partiu a inspiração para desenvolver o método. Foram três anos de trabalho, e os pesquisadores já atenderam mais de 800 pessoas para atestar a eficácia do aparelho. Na fila de espera, estão outras mil pessoas que desejam participar do estudo voluntariamente.

A intenção é evitar os efeitos colaterais dos medicamentos indicados para tratar esses males, partindo de uma intervenção não medicamentosa que tem resultados melhores no que concerne a qualidade de vida do paciente. Necessidade reforçada pelo fato de que cada vez mais indivíduos em idades ativas estão sendo diagnosticados com problemas reumatológicos. Além da minimização considerável da dor, os participantes da experiência relataram outras melhoras como redução de cansaço, motivação para realizar atividades diárias e sono equilibrado.

Em relação a artrite e artrose, o aparelho chega a ser três vezes mais eficiente que os tratamentos disponíveis no mercado, e, no caso da fibromialgia, o diagnóstico é mais complexo e outras variáveis entram nessa conta, incluindo características psicológicas.

A perspectiva é que, nos próximos meses, empresas patrocinadoras do projeto reunirão esforços para que o aparelho alcance todo o território nacional, além de treinamento para médicos e fisioterapeutas que poderão utilizar a tecnologia. Mesmo com os custos de produção, distribuição e impostos, a ideia é que o aparelho chegue nas clínicas barato o suficiente para atender a população. No momento, nas clínicas parceiras da universidade, os pacientes pagam R$ 40 por sessão.