Dia Mundial de Combate ao AVC: hospital faz ação de promoção de saúde com comunidade do Barreiro

O Acidente Vascular Cerebral é a causa mais frequente de óbito na população adulta brasileira, mas pode ser prevenido em 90% dos casos. Quanto mais cedo o paciente é socorrido, maior a chance de recuperação completa

por Estado de Minas 25/10/2018 12:20
Albanusa Costa/Divulgação HMDCC
Campanha busca divulgar informações de auto cuidado, sinais e sintomas da patologia, com uma série de atividades (foto: Albanusa Costa/Divulgação HMDCC)

Quando se trata de Acidente Vascular Cerebral (AVC), cada segundo faz diferença. O quanto antes a pessoa acometida é socorrida, maiores as chances de recuperação completa. Conforme o Ministério da Saúde, o mal é o motivo mais comum de morte na população adulta no Brasil, que figura na quarta posição no ranking da taxa de mortalidade entre os países latino-americanos e o Caribe. Segundo levantamento do ministério, a doença mata mais de 100 mil brasileiros por ano. A estimativa é que em 2018 a incidência será de 18 milhões de casos em nível global, enquanto, em 2030, irão somar 23 milhões de pessoas. Em praticamente metade das ocorrências, os pacientes que sobrevivem ficam com sequelas sérias. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC representa a primeira causa de incapacidade no planeta. Nesse ponto, reconhecê-lo e tratá-lo são grandes desafios.

Em 80% dos casos, o AVC é isquêmico (quando há um entupimento de um vaso sanguíneo), gerado pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria do cérebro - o que origina a falta de circulação vascular na região. Já o AVC hemorrágico ocorre em 20% dos casos, quando o sangramento aparece dentro ou ao redor do cérebro. Entre os fatores de risco para os dois tipos, estão a hipertensão, colesterol alto, obesidade, diabetes tipo 2 e tabagismo, relacionados a hábitos não saudáveis, além de inflamações nos vasos sanguíneos e distúrbios de coagulação do sangue, como a hemofilia.

Na próxima segunda-feira, 29 de outubro, é lembrado o Dia Mundial de Combate ao AVC, data que serve para a conscientização sobre a doença e as maneiras de evitá-la - na quase totalidade dos casos, 90%, pode ser prevenida. Em ação especial, o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC), de Belo Horizonte, comparece à comunidade do Barreiro encabeçando a iniciativa "Falando sobre AVC", que busca divulgar informações de auto cuidado, sinais e sintomas da patologia, com uma série de atividades. A importância de se precaver em relação ao AVC e conhecer suas características está justamente no fato de que é considerado uma doença tempo-dependente, o que significa que, quanto mais rápido o tratamento, maior a chance de sobrevida ou reabilitação total.

No encontro, que terá início às 9h e vai até às 11h, no Centro Poliesportivo Milionários, serão tratados temas como fatores de risco, reabilitação e prevenção. A programação começa com a apresentação de dados sobre o impacto da Unidade de AVC do hospital na rede SUS-BH. Balanço da Central de Internação (CINT) da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH) dá conta que, entre as 694 solicitações de transferência para internação recebidas pela entidade nos primeiros seis meses deste ano, 588 foram atendidas pelo HMDCC, o que corresponde a quase 85% do total.

Em seguida, às 9h15, a agenda continua com um aulão sobre o AVC, que será oferecido pela equipe multiprofissional do Hospital Célio de Castro, com a participação de neurologista, enfermeiro, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social e técnico de enfermagem. O time fará explanações sobre o AVC e esclarecer dúvidas dos presentes. Às 9h40, será a vez de uma aula aeróbica motivacional.

Olavo Maneira/Divulgação HMDCC
Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, em Belo Horizonte, é referência no atendimento a ocorrências de AVC (foto: Olavo Maneira/Divulgação HMDCC)

O evento terá quatro estações temáticas em que profissionais da unidade de saúde e da Regional de Saúde do Barreiro irão abordar os principais fatores de risco para o AVC, ofertando serviços de aferição da pressão, teste de glicemia, apresentação do programa para parar de fumar do SUS-BH, além do Riscômetro do AVC, método para reconhecer o risco da doença. A Unidade de AVC do HMDCC foi inaugurada em agosto de 2017 e tem 35 leitos. A média de internação no hospital varia entre sete a dez dias.

Sinais de alerta

Entre os sinais que podem indicar um quadro próximo de AVC, estão fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, confusão mental, alteração da fala ou compreensão, alteração na visão (em um ou ambos os olhos), no equilíbrio, alteração no andar. Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente, além de tontura, perda de consciência seguida ou não de paralisia em um lado do corpo, também são indícios importantes. Ao reconhecer esses sintomas, a orientação é ligar imediatamente para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), no 192.

Prevenção e tratamento

“O sedentarismo, a má alimentação, obesidade, tabagismo, uso de drogas e excesso de bebidas alcoólicas, bem como as altas taxas de colesterol no sangue, diabetes, pressão alta e doenças cardíacas, são considerados fatores de risco e hábitos de vida que aumentam as chances de ocorrer um AVC”, aconselha o neurologista do HCor, doutor José Renato Bauab.

Reprodução Internet/Ilustração editada por Álvaro Miranda
(foto: Reprodução Internet/Ilustração editada por Álvaro Miranda)

Reprodução Internet/Ilustração editada por Álvaro Miranda
(foto: Reprodução Internet/Ilustração editada por Álvaro Miranda)

Ele esclarece que as áreas do cérebro afetadas pelo AVC podem se reconstituir aos poucos, se receberem os estímulos certos. “Por isso, os programas de reabilitação são muito importantes. Eles ajudam o paciente a retomar as atividades diárias e funções que ficaram comprometidas. Caso apresente algum sintoma de derrame ou sinta dúvida sobre o assunto, não deixe de procurar um médico. Ele poderá pedir exames e avaliar o seu caso, além de orientar sobre como evitar um derrame”, diz. De acordo com o neurologista, é possível prevenir um AVC, já que a maioria dos fatores que podem levar à doença são facilmente evitáveis.

O médico dá dicas para diminuir o risco de AVC:

- Cuidado com o colesterol

- Controle do peso

- Controle da pressão arterial

- Não fumar e não usar drogas

- Cuidado com os anticoncepcionais

Ele explica ainda como tratar cada tipo de AVC:

Isquêmico: o tratamento consiste em desobstruir o vaso cerebral afetado para normalizar a circulação cerebral. Quanto mais rápido for iniciado, maiores as chances de salvar os neurônios que estão em sofrimento, o que diminui muito, ou até evita, as sequelas.

Hemorrágico: o tratamento cirúrgico pode ser necessário para conter a hemorragia. Depois de estabilizada a situação, o tratamento se concentra na prevenção de um novo derrame e na recuperação das funções afetadas.

SERVIÇO:
Falando Sobre AVC (Dia Mundial de Combate ao AVC)
29 de outubro, segunda-feira, de 9h às 11h
Centro Esportivo Milionários (Rua David Fonseca, nº 1.386, Bairro Milionários, Barreiro)
Mais informações: (31) 3472-4158 ou 3472-4161
www.hmdcc.com.br