Evento realizado em BH chama a atenção para o combate ao colesterol ruim

O tipo LDL, em índices elevados, provoca doenças cardiovasculares. Bons hábitos alimentares e atividade física ajudam a mantê-lo sob controle

por Augusto Guimarães Pio 12/08/2018 07:00
Reprodução/Internet/Saúde Controle
(foto: Reprodução/Internet/Saúde Controle)

Manter um estilo de vida saudável, evitar o ganho de peso (especialmente o acúmulo de gordura abdominal), o tabagismo, o consumo excessivo de gordura trans (dos alimentos industrializados e processados) e de gordura saturada (das fontes de proteína animal) são medidas que podem ajudar a reduzir o LDL, considerado colesterol ruim. Cynthia Melissa Valério, endocrinologista, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), alerta que o excesso de LDL provoca doenças vasculares porque se deposita, sem dar sintomas, na parte interna das artérias e vai formando uma placa chamada ateroma.

“Esses ateromas vão obstruindo gradualmente as artérias e podem causar infarto agudo do miocárdio e AVC. Níveis altos de LDL colesterol ou colesterol ruim são a principal causa de aterosclerose, que é a maior causadora das doenças cardiovasculares, como angina do coração, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doenças da circulação, entre outras”, explica. Cynthia observa que os problemas causados pelo colesterol podem ocorrer em qualquer idade. “Existem doenças genéticas que podem levar ao aumento dos níveis de colesterol, inclusive em crianças. Por isso, todos os adultos e crianças, acima de 10 anos, devem dosar o colesterol e suas frações pelo menos uma vez na vida. Se elevados, deve-se consultar um endocrinologista para definir o risco cardiovascular individual e planejar um tratamento adequado.”

Para evitar riscos à saúde do coração, ela aconselha manter um estilo de vida saudável com alimentação equilibrada, praticar atividade física, evitar fumar, controlar o peso corporal e reduzir o consumo excessivo de sal e gordura saturada. “O ponto principal é manter o equilíbrio e fazer boas escolhas de cada grupo alimentar (preferir carboidratos complexos e integrais e fontes de gorduras insaturadas, por exemplo). De qualquer maneira, é importante lembrar que cerca de 70% do colesterol no sangue vem do fígado e apenas 30% da alimentação.”

MEDICAÇÃO

A especialista afirma que o uso de medicamentos para controle do colesterol é altamente eficaz para reduzir o infarto e o AVC. “A dislipidemia, que é a presença de níveis elevados de gorduras no sangue (colesterol e triglicerídeos), é o principal fator de risco tratável para evitar esses males. A maioria das pessoas tem colesterol alto pelo estilo de vida inadequado e muitas não sabem que ele pode matar. Obesidade, sedentarismo, estresse, alimentação gordurosa e tabagismo são os vilões que podem afetar a saúde. Um outro grupo tem níveis altos de colesterol devido à genética. Por isso, nem sempre a dieta é suficiente para o controle total. O indicado é usar medicamentos seguros e eficientes, de acordo com orientação médica para que a prevenção seja realmente eficaz.”

Arquivo Pessoal
"A maioria das pessoas tem colesterol alto pelo estilo de vida inadequado e muitas não sabem que ele pode matar. Obesidade, sedentarismo, estresse, alimentação gordurosa e tabagismo são os vilões que podem afetar a saúde" - Cynthia Melissa, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) (foto: Arquivo Pessoal)
Cynthia esclarece que mesmo que o indivíduo seja magro e tenha um estilo de vida saudável, poderá precisar utilizar medicações para controlar o colesterol. “Por isso, é importante fazer exames de sangue regularmente e consultar o médico. Nesses casos, em geral, o tratamento deve ser contínuo e mantido por toda a vida”, diz a médica. Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Colesterol - 8 de agosto -, Belo Horizonte recebeu na semana passada, de terça-feira a sábado, o 33º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia (CBEM), que teve como um dos destaques a importância do colesterol no bom funcionamento do organismo.

“É importante ressaltar que comidas gordurosas são muito perigosas para o colesterol e Minas Gerais tem pratos típicos nesse perfil, como queijos amarelos, pão de queijo, leitão à pururuca, frango ao molho pardo, polenta, doce de leite, ambrosia e feijão-tropeiro, entre outros. Assim, quando se apresenta em excesso no organismo, o colesterol pode se acumular nas artérias e causar um estreitamento ou até mesmo um entupimento”, ressalta.