Pessoas que ousam quebrar padrões abrem caminho para comportamentos que transformam a sociedade

Com pensamentos inovadores, elas são embaladas pela revolução tecnológica do século 21 e, até independentemente dela, desafiam tabus

por Laura Valente 18/06/2018 07:00

Fernanda Trancoso/Divulgação
A blogueira Ana Luiza Palhares criou o Cinderela de Mentira para mostrar que não é preciso seguir padrões (foto: Fernanda Trancoso/Divulgação)
O fenômeno Jojô Todynho, de seios ‘fartíssimos’ e de origem humilde, que estourou nas paradas de sucesso ao cantar funk na internet, está aí para provar que o mundo está mudando. Desde que virou celebridade, com o hit Que tiro foi esse?, a jovem de Bangu desafia os padrões de sucesso preestabelecidos e mostra a força da individualidade revelada na web, canal de exposição de pluralidades que dá voz a todos e a cada vez mais pessoas que se encorajam para sair do que é considerado norma ou modelo. “Meu padrão sou eu!”, diz ela.

Mas não pense que a revolução tecnológica é a única responsável por essa abertura. Antes de a comunicação digital se popularizar como hoje, pessoas com comportamentos de vanguarda já abriam caminho para o novo. Em BH, exemplo vem do cabeleireiro Nero Almeida, homossexual de aparência feminina que abriu, na Galeria do Ouvidor, na década de 1970, o primeiro salão unissex da cidade, virando atração turística à época. “A novidade abre a cabeça e o olhar das pessoas, não é?”.

Também no cotidiano, indivíduos se propõem a bancar escolhas fora do padrão. Na casa de Helem e Richard Alves, por exemplo, foi ele quem abriu mão de trabalhar fora para cuidar do filho, Joaquim, nos dois primeiros anos de vida da criança. No mercado de trabalho, Gabriela Teixeira seguiu carreira quase 100% masculina, a engenharia aeronáutica, e hoje comanda um grupo de mais de 100 profissionais, em que, aos poucos, surgem mulheres como ela.

PRINCESA

E mesmo no auge da adolescência - período em que muitos jovens, em busca da própria identidade, se ancoram em padrões para serem aceitos pelos grupos, Ana Luiza Palhares, manequim 50, decidiu se mostrar para o mundo exatamente como ela é, falando sobre moda e beleza no blog Cinderela de Mentira. “Mesmo vivendo em uma sociedade que ‘obriga’ as mulheres a serem princesas, nem sempre isso é possível. O blog representa a ideia de que todas nós podemos ser o quisermos”, afirma, representando um movimento que, segundo especialistas, abre caminho para discussões que podem levar a uma sociedade mais plural, tolerante e inclusiva.

Escolhas de vanguarda abrem caminho para (r)evoluções
O século 20 trouxe mudanças nos padrões sociais, mas é agora que elas explodem, numa vitrine de expressão de individualidades e quebra de paradigmas

Beto Novaes/EM/D.A Press
Na década de 1970, o cabeleireiro Nero Almeida causou ao abrir um salão unissex na capital (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

A expressão “dar a cara a tapa” cabe como luva na história de Nero Almeida. Homossexual assumido “desde menino”, como ele diz, Nero veio de São João del-Rei para Belo Horizonte na década de 1970, a fim de implementar uma ideia um tanto ousada para a época: abrir o primeiro salão unissex da cidade. “Sempre fui autêntico, desde a escola, e diferente do padrão, por ter traços muito femininos. O que fiz foi aproveitar minha ‘diferença’ para seguir um sonho e, mesmo em um tempo em que as pessoas não viam bem alguém transgressor, conquistei respeito e admiração”, conta.

Na Galeria do Ouvidor, onde mantém o salão até hoje, Nero conta que ficou famoso por trazer novidade e ousadia para uma cidade ainda pacata, de sociedade conservadora. “Aqui era uma roça, mas apesar do histórico e de problemas pelos quais meus pares passaram e passam até hoje, nunca sofri preconceitos ou discriminação. Pelo contrário, mesmo quebrando o costume da época, homens e mulheres vinham de toda parte para me conhecer e cuidar do cabelo. Faziam fila na porta”, recorda. Ele afirma, ainda, que abriu caminho para outros profissionais. “Logo depois surgiram mais e mais salões unissex em BH”, repercussão que é lembrada até os dias atuais. “Fui o primeiro homossexual de Belo Horizonte, Minas Gerais e do Brasil a receber o título de cidadão honorário, em solenidade na Câmara Municipal”, orgulha-se.

Casos de vanguarda como o de Nero indicam que as quebras de padrões fazem parte da organização social desde sempre, embora tenham ganho força no século 20 e vêm explodindo no 21, pós-revolução tecnológica, como comenta a socióloga Luciana Crivellari Dulci. “A quebra de um paradigma, de um modelo, de uma regra estabelecida, embora, em um primeiro momento, seja tachada outsider ou à margem por pessoas tradicionais, historicamente promove inovação e é precursora de novos modelos, novos tempos. É assim que a sociedade muda. No século passado, podemos citar mudanças como a revolução sexual, a emergência de movimentos civis buscando direitos iguais, e a respeitabilidade legal para grupos menos valorizados socialmente, como as mulheres, os negros, os homossexuais, as crianças e os deficientes, entre outros. E, hoje, percebemos que a internet vem alterando sobremaneira as relações sociais, já que confere acesso amplo a todo tipo de informação, permite estabelecer contatos, difundir ideias e conhecimento horizontalmente, levando pessoas antes não ouvidas ou vistas à possibilidade de se expressarem.”

Na web e para além dela, Jojô Todynho é exemplo bombástico dessa quebra de padrões. “Nem sei como isso ocorreu! Meus vídeos foram viralizando e ganhando força. Aí tudo aconteceu! Acredito que, pelo fato de gostar de falar o que penso, muita gente se identifica comigo. Na realidade, falo o que muita gente gostaria de ouvir e de falar”, disse a funkeira, num raciocínio que ilustra o comentário da socióloga. “Percebo a internet como espaço de relações e obtenção de informação que influenciou e influencia muito o questionamento de padrões de todo tipo, justamente por essa horizontalidade na difusão de informações, imagens e vídeos etc.”, frisa Luciana.

ARRANJO FAMILIAR

Lila Alves/Divulgação
Helem, com o marido, Richard Alves, que abriu mão de trabalhar fora para cuidar da casa e do filho Joaquim (foto: Lila Alves/Divulgação)
Embora muito presentes na rede global que conecta pessoas de todas as culturas e perfis, os comportamentos de vanguarda também existem fora dela, com o poder de quebrar padrões e abrir novos caminhos, inclusive os familiares, vide o exemplo do casal Helem, veterinária, e Richard Alves, educador físico. “Moramos longe das nossas famílias e, quando engravidei, o Richard estava terminando a faculdade. Então, optamos por ele não procurar trabalho até os 2 anos do Joaquim, para não termos que colocar nosso filho em uma creche. Assim, saio para trabalhar fora e ele fica por conta dos cuidados da casa e do pequeno.”

De fora, Helem conta que o arranjo do casal é muito aplaudido, mas também criticado. “Muitas pessoas acham legal, dizem que servimos de exemplo, que somos uma família moderna. Mesmo o meu pai, que é de uma geração bem machista, apoia nossa decisão. Mas o fato de sermos diferentes do padrão convencional, em que o homem é o provedor e a mulher dona de casa, ainda causa estranhamento. Na realidade, dou de ombros para quem critica, pois só nós dois sabemos da nossa vida e pensamos que este é e será um modelo cada vez mais comum, por privilegiar o bem-estar e o desenvolvimento sadio da criança no lugar de se prender a regras e a velhos padrões. Hoje, avaliamos que foi uma experiência positiva. Pensando no nosso filho, valeu muito a pena. Trabalhei esse tempo todo sabendo que ele estava com o pai, passeando, sendo bem cuidado, se divertindo. E agora que o Joaquim foi para a escola, o Richard pretende voltar com tudo ao mercado de trabalho.”

Instagram/Reprodução
(foto: Instagram/Reprodução)
Entrevista - Jojô Todynho, funkeira

Sem regras para o sucesso

Autora de Que tiro foi esse?, ela alçou o estrelato desafiando os padrões do show bizz quando seus vídeos viralizaram na internet. Confira o que a celebridade que estourou na web tem a dizer sobre regras e modelos de sucesso.

Para você, o que são os padrões, para que servem e por que devem ser quebrados?

Meu padrão sou eu! Apoio a diversidade, temos que ser o que a gente quer ser. Ninguém é obrigado a amar alguém não, mas tem que respeitar, sim. Meu recado é: sejam o que quiserem ser. Autoestima é tudo. Amem-se, porque se a gente não fizer isso por nós, ninguém o fará.

Você tem 58cm de medidas de seios, pesa 90 quilos e mede 1,50cm. Quem é a Jojô no espelho?

Uma mulher muito bem resolvida e feliz!

Como lida com as críticas e o que tem a dizer para pessoas que não aceitam o seu sucesso?

Lido muito bem. Ninguém é obrigado a gostar de mim, mas mesmo quem não gosta acaba tendo que falar de mim. E assim a gente vai vivendo (risos).

Acredita que pessoas comuns podem fazer sucesso na web e fora dela? Por favor, justifique.

Hoje, a web é terra de ninguém e de todo mundo! Esse é o grande barato. Só não acho bacana quem usa essa ferramenta pra se esconder e ter a oportunidade de magoar e humilhar alguém. Aí não vale!

E esse sucesso, é algo fundamental? Por quê?

Sucesso é ter trabalho todo dia e levar pra casa o sustento da família. Esse é o sucesso que o povo brasileiro procura e precisa. Meu sucesso é resultado de muito trabalho, sempre trabalhei muito. Sucesso não vem de graça pra ninguém! Já fui camelô, trabalhei no shopping, num playground de crianças, vendi picolé, fui cuidadora de idosos, fiz muita faxina. Hoje, vejo a vida de uma outra forma, mas sigo com meus pés no chão.

Leandro Couri/EM/D.A Press
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Palavra de especialista - Luciana Crivellari Dulci, socióloga

De que forma a quebra de padrões interfere na organização social

Inclusão social

“A sociedade evoluiu muito com a quebra de padrões que privilegiavam inclusão social plena para poucos, principalmente os homens brancos, heterossexuais, ricos, bonitos, magros, sem deficiência, religiosos e tradicionais, sem abertura para mudanças sociais que pudessem colocar em risco seus privilégios.”

Novos tempos

“Impacta muito, pois altera todo o funcionamento da sociedade para estabelecer novos modelos, novas regras e, mais recentemente, até um questionamento sobre ter tantas ‘regras’ e ‘padrões’ para ser aceito socialmente. Se todas as pessoas têm direitos iguais perante as leis, por que as condições de existência, tratamento e aceitação são tão díspares? O tempo atual, nesse sentido, comporta muito mais as diferenças e as pluralidades do que tempos anteriores.”

Custo social

“A quebra de padrões, mesmo que em tempo posterior seja positiva, tem sempre um custo social no momento em que está ocorrendo pela primeira vez, pois a primeira reação das pessoas é estranhamento em relação ao que se conhecia anteriormente. Assim, para um padrão mudar de fato e novos paradigmas serem aceitos, é importante discutir sobre as razões que estabeleceram os padrões tradicionais e por que estão propondo novos padrões. Quando as pessoas compreendem e se sentem incluídas por um novo padrão, elas tendem a ser aceitas mais facilmente.”

Novos "modelos" levam à revisão de valores
Plus size que expõe o corpo e as ideias na web e mulher que optou por profissão considerada masculina mostram que a quebra de padrões tem potencial de transformar a sociedade

Beto Novaes/EM/D.A Press
"Muitas acabam seguindo os canais do Cinderela para entender um pouco mais sobre como se libertar destas amarras e se sentirem realmente felizes consigo mesmas" - Ana Luiza Palhares, criadora do blog Cinderela de Mentira (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Lá em 2012, aos 17 anos, Ana Luiza Palhares, adolescente acima do peso, decidiu falar para o mundo sobre tudo aquilo que pensava em relação à moda e à beleza, com a criação do blog Cinderela de Mentira. “Estava em um momento da vida em que buscava autoconhecimento e espaço para expor minha opinião sobre assuntos que me interessavam. Como, desde sempre, amei tudo relacionado ao universo de moda e beleza, escolhi esses temas. Na época, ainda não tinha entendido muito sobre questões plus size, gordofobia e afins, mas levei a ideia adiante e fui amadurecendo junto com o blog”, afirma.

Hoje com 23 anos, manequim 50, Ana se caracteriza, sim, como uma mulher gorda. “Na moda, faço parte das sessões plus size, de tamanhos maiores do que os convencionais”, avisa. No entanto, não se intimida por “modelos” de beleza convencionais. “Pra mim, padrão é aquilo definido como regra ou modelo, o que é estipulado pela mídia e pela sociedade como aceito, com o objetivo de enquadrar todos, mesmo os que não se encontram dentro dele. Assim, acredito que quebro padrões por não seguir esse tipo de regra e modelo de beleza propostos e, principalmente, por respeitar o meu tipo de corpo e ser eu mesma em todas as situações.”

Com o espaço que já conta com 81 mil seguidores (somando as plataformas Instagram, YouTube e Facebook), a voz da jovem ecoa, inspirando outras mulheres como ela a se sentirem mais confortáveis com a própria imagem, desejos e anseios. “Recebo muitas mensagens com desabafos em relação à dificuldade de seguir tantas ‘regras’. Querendo ou não, toda mulher sofre pressão estética. Não precisa, necessariamente, ser gorda para se sentir inadequada com alguma parte do corpo, cabelo, estilo, enfim. Muitas acabam seguindo os canais do Cinderela para entender um pouco mais sobre como se libertar destas amarras e se sentirem realmente felizes consigo mesmas”.

EVIDÊNCIA

Aliás, a internet, segundo ela, tem sido ferramenta fundamental nessa quebra geral de paradigmas que estamos experimentando. “A web vem dando voz a pessoas realmente fora do padrão, que, antes da revolução tecnológica, não apareciam na mídia, em novelas ou revistas. A internet possibilitou que essas pessoas fossem colocadas em evidência e pudessem passar uma mensagem de apoio a outras que precisam de uma palavra amiga ou inspiração”, filosofa. E conclui indicando o que a sociedade pode ganhar com isso. “Liberdade pra ser quem quiser ser, sem padrões chatos e regras impostas. Seja magra, gorda, baixa, alta, enfim. Cada uma se amando e não tentando se encaixar em algo inatingível.”

Gabriela Teixeira da Silva Ribeiro, de 36, conta que teve em casa a inspiração e o incentivo para entrar em um curso de graduação quase 100% masculino, a engenharia aeronáutica. “Na minha família, nunca houve distinção de gênero, machismo. Meus pais ofereceram as mesmas oportunidades para mim e para meu irmão. Assim, como sempre gostei de matemática, de física e também frente a uma certa influência do avô materno, que foi piloto da Força Aérea Brasileira (FAB), entrei na faculdade de engenharia aeronáutica nos anos 2000. Numa turma de 50 alunos, apenas eu e mais duas mulheres concluímos o curso”, conta.

DIVERSIDADE

Hoje, Gabriela comanda uma equipe de 130 pessoas, a maior parte do sexo masculino, e conta que o estranhamento e a desconfiança pelo fato de ser mulher estão ficando para trás. “Nunca senti preconceito aberto, mas uma ‘dúvida’: observava que, por ser mulher, tínhamos que conquistar mais méritos que os homens. No entanto, eu e outras tantas estamos desbravando novos caminhos e, depois de 12 anos de formada, percebo uma abertura bem maior. Tanto que, na empresa em que trabalho, há engenheiras, supervisoras, técnicas de mecânica e pilotos etc. E penso que a sociedade só tem a ganhar por abrir as portas para a diversidade. É muito melhor que se manter em um mesmo padrão, valorizando “um único tipo de gente”.

Marco do século 21

Doutora em moda e comunicação, a professora Carla Mendonça conceitua o termo padrão como “aquilo que está dentro de uma norma e é colocado na sociedade como aceitável, correto, bonito ou certo”. Lembra, ainda, que, geralmente, esses modelos funcionam como força social muito forte, pois têm como potencial sedutor a sensação de pertencimento e aceitação que promovem o que pode ser cruel, como no caso daqueles relacionados à beleza. “Historicamente, na ideia de contemporaneidade ocidental, a quebra de padrões se dá com mais força a partir dos anos 1960, com a geração pós-Segunda Guerra, que passa a questionar modelos preestabelecidos, revendo conceitos de família, gênero, sexualidade, vide movimentos feministas, negros, hippies, bem como novas ideias de emprego, carreira, modos de vida. Aí surge a internet, meio de discursos dissonantes de alcance global, e mais e mais pessoas começam a perceber que a norma não diz respeito necessariamente a um padrão. A web abre a possibilidade de representatividade de outros discursos que não os dos meios dominantes.”

Nubia Moor/Divulgação
"As pessoas dizem %u2018não tenho problema com nada%u2019, mas ainda tratam a diferença como diferença" - Carla Mendonça, doutora em moda e comunicação (foto: Nubia Moor/Divulgação)

A quebra de padrões funciona com um marco deste século 21, continua ela, período em que as pessoas vêm se sentindo cada vez mais à vontade para abandonar velhas regras, pois começaram a entender que não existe a necessidade de corresponder a elas, ainda que corram o risco de isolamento, de serem julgadas. “Isso porque, explica, há um estranhamento em torno do que é fora do padrão. As pessoas dizem ‘não tenho problema com nada’, mas ainda tratam a diferença como diferença, já que ainda vivemos sob o discurso dominante, seja na mídia, na sociedade, seja na religião.”

Carla reforça, ainda, que só o fato de haver abertura para a quebra de padrões não indica que mazelas sociais, como preconceito e discriminação, serão resolvidas. “Nem na década de 1960 e nem hoje, com a quebra de padrões evidenciada pela internet e fora dela, podemos pensar que a coisa está resolvida. Ao mesmo tempo em que há mais abertura para o novo, também ocorre o aumento do radicalismo”, pontua.

ARMADILHA

Outra “contraindicação” que merece análise na opinião dela diz respeito à apropriação da quebra de padrões pelo status quo, com o objetivo não de gerar mudanças de fato, mas, sim, de vender uma imagem “disfarçada de diferenças”. E provoca o leitor para o que considera fato: “É uma armadilha imaginar que a coisa está consolidada. Não podemos achar que só porque existem diferenças, as pessoas deixaram de ser radicais ou de disseminar o ódio. Mesmo porque, ainda há resistência gigantesca em aceitá-las, já que, de modo geral, as pessoas encontram conforto no padrão. Assim, é importante observar que vivemos em um campo de forças e esses comportamentos, embora muitas vezes conflitantes, coexistem para o bem e para o mal. É preciso estar atento. De qualquer forma, repensar a ideia de diferença, pensar o outro, é um bom movimento, e a quebra de padrões é um lugar privilegiado para pensar nossos discursos”.