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Câncer que matou blogueira Nara Almeida atinge mais os homens


A morte da modelo e influenciadora digital Nara Almeida não é comum para os casos de câncer gástrico, principalmente porque os homens, principalmente a partir dos 50 anos, são os mais afetados, segundo a Associação Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed). No caso dela, ocorreu uma metástase no peritônio rara em mulheres com menos de 25 anos. Por isso, Nara só conseguia ingerir líquidos e recebia nutrientes por sonda. A doença também avançou para outros órgãos, como fígado e pâncreas, o que diminuiu drasticamente a perspectiva de cura. Quando diagnosticada precocemente, no entanto, a doença tem índices elevados de cura, segundo a Sobed. Os três tipos da doença podem ser desencadeados por fatores ambientais, ligados à rotina da pessoa, e também por predisposição genética.

Confira alguns momentos da carreira de Nara Almeida

Projeções da entidade apontam para 20 mil novos casos nos próximos dois anos no Brasil, a maioria em homens. Entre os tipos de câncer, o gástrico é o terceiro que mais mata homens e a quinta maior causa de morte de  mulheres.

De acordo com Jairo Silva Alves, médico do Instituto Alfa e vice-presidente da Sobed, em alguns casos, a rapidez no diagnóstico permite o tratamento medicamentoso, sem a necessidade de medidas mais agressivas como retirada da parte do órgão com a lesão, quimioterapia e radioterapia. “Os sintomas inciais, geralmente, são enjoo, dor leve no estômago, queimação persistente.
Como esses sintomas são confundidos com azia, a grande maioria procura tardiamente tratamento e, nesse intervalo, toma antiácido e chás caseiros”, afirmou.

O especialista ressalta que, com o diagnóstico precoce, a chance de cura ultrapassa os 80%, mas o quadro se inverte quando é feito tardiamente, passando a taxa de mortalidade ser de oito em cada 10 pacientes. “Importante é que o indivíduo com mais de 30 anos que apresenta sintomas como dores de estômago – ou no local popularmente conhecido como ‘boca do estômago’ – recorrentes e persistentes, associadas à perda de apetite e anemia, procure um médico”, enfatiza.

De acordo com Jairo Alves, tirando os fatores genéticos que são responsáveis pelo tipo difuso da doença, as outras duas variedades são mais influenciadas pelo modo de vida. A alimentação é fator primordial. “O ideal é uma dieta com pouco sal, baixa ingestão de alimentos hidrogenados, processados e embutidos. Além disso, é sabido que carnes vermelhas devem ser evitadas. Outro fator de risco está associado à obesidade.” O vice-presidente da Sobed destaca ainda que a infecção pela bactéria H. Pilori, situação que acomete cerca de 60% da população, também pode contribuir para o desenvolvimento do câncer.
(Marcelo Ernesto).