Invasão de fofura: gatinhos roubam espaço nos lares

Nem sempre eles são a primeira opção de pet. Muitas vezes, sofrem preconceito e recebem a alcunha de pouco amorosos. Os gatos, porém, têm conquistado seu espaço no coração dos humanos e ganhado uma legião de catlovers

por Jessica de Almeida 30/06/2017 16:00

Digital Cat/Divulgação
Gatinhos reinam absolutos no Instagram (foto: Digital Cat/Divulgação)
A história dos felinos remonta a milênios. Os primeiros relatos de gatos domésticos vêm do Antigo Egito. Lá, os animais eram usados para proteger as casas e os depósitos de grãos dos ratos. Com o tempo e a convivência, criou-se afeto e carinho entre tutores e mascotes. Hoje, são muitos os que se autointitulam catlovers – amantes de gatos, em tradução livre – ou gateiros e defendem o fim do preconceito contra os bichanos, até então, descritos por muitos como animais frios e pouco apegados ao dono.

Um dos motivos que têm ajudado a reduzir a visão negativa sobre os gatos são as particularidades das raças com personalidade semelhantes aos cães. Os maine coons e os sphynx, por exemplo, têm as vantagens características dos gatos, como independência, mas trazem também traços mais comuns aos cachorros, como carinho excessivo pelo dono, possessividade e disposição para brincar a qualquer momento.

De acordo com a veterinária e especialista em medicina felina Vanice Allemand, existem mais de 200 raças de gatos descritas, mas apenas 100 delas são reconhecidas pela World Cat Federation, entidade internacional de regulação das raças felinas. Entre elas, há as mais famosas e desejadas pelos catlovers.

No Brasil, onde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 22 milhões de gatos domésticos, as raças que têm chamado mais atenção são maine coon, persa, sphynx, ragdoll, british short hair e british long hair, exótico e bengal. Os siameses viveram um boom há alguns anos e hoje não são os mais famosos, mas continuam adorados pelos amantes dos felinos.
Leandro Couri/EM
A advogada Priscila de Paula é tutora de um gatinho preto, o Batman, de 10 meses, por quem nutre um grande carinho (foto: Leandro Couri/EM)

Priscila de Paula é tutora – sim, afinal, coisas é que têm donos – de um gatinho preto, o Batman, de 10 meses. A indecisão de levar o filhotinho para casa durou três voltas de uma caminhada. A advogada fazia exercícios físicos e viu o pequeno abandonado, sozinho, perto do movimento dos carros. Na terceira volta, se rendeu e levou o bichano para o novo lar. “Tenho ajuda da minha família para comida e demais cuidados. Outros ele resolve independente. Batman aprendeu até a abrir a torneira para beber água fresca sem ter que 'pedir'.” E sobre a frieza dos gatos, Priscila desmistifica: “Quando saio, ele vai para o portão, quando estou quase chegando, ele mia na porta. Quando cheguei de viagem, ele miou louco e não parou até que eu o peguei no colo”.
Leandro Couri/EM
(foto: Leandro Couri/EM)


Na literatura 

O amor pelos gatinhos era expresso antes mesmo da era instagraniana. Além da psiquiatra Nise da Silveira, a literatura também reservou seu amor aos felinos. Vários escritos de Guimarães Rosa são dedicados aos bichanos; Cortázar era obcecado pelo companheiro Flanele; o amor de Borges pelo gato vinha logo depois do amor por sua mãe e Lorde Byron afirmou que os peludos têm “todas as virtudes do homem sem vícios”.

 

Quem vê cara não vê coração

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Sphynx, ou gato pelado, é uma raça de gatos originária do Canadá (foto: Digital Cat/Divulgação)
 

 

Uma das raças considerada injustiçada pelos criadores é o sphynx. O gato não tem pelos, o corpo é alongado e apresenta rugas que conferem expressão severa ao rosto. As orelhas grandes e pontudas e o focinho comprido dão uma impressão ainda mais austera aos que não conhecem o sphynx a fundo. Para os amantes da raça, as características revelam um gato elegante e esbelto, chamado também de gato esfinge. As rugas, que alguns criticam, indicam pureza: quanto mais enrugado quando adulto, mais legítima é a linhagem do gato.

O aspecto físico do sphynx, muitas vezes, causa reações negativas – enquanto uns o adjetivam como feio ou estranho, outros atribuem ao pet um temperamento hostil. Mas isso não reflete a realidade. Em estudo publicado em 2012, o Journal of Veterinary Behaviour apontou a raça como a mais afetuoso entre os bichanos. A pesquisa analisou 129 gatos, de 14 raças diferentes, que viviam em Paris, na França, e apontou a sphynx como a mais amorosa.

A criadora de sphynx Elizângela Tonial afirma que os gatos esfinge são tão carinhosos e apegados ao dono que têm o comportamento comparado ao dos cães. “Ele tem essa carinha que muitos acham feia, mas é um dos gatos mais doces. São muito ligados aos cuidadores, ficam seguindo e pedem colo. Os mais tranquilos chegam até a pular no colo das visitas, o que é incomum em gatos”, ressalta.


Arthur Menescal/Esp.CB/D.A. Press
Paulo Henrique Amorim Veríssimo, de 28 anos, com seu gato, Nudes, da raça Sphynx (foto: Arthur Menescal/Esp.CB/D.A. Press)

Paulo Henrique Amorim Veríssimo, de 28 anos, constata as características descritas por Elizângela todos os dias. Dono do sphynx Nudes, de 1 ano, quando chega em casa, o empresário é recebido na porta com miados e choros todos os dias. “Ele não para de miar enquanto não o pego no colo, aí são carinhos, lambidas e chamego”, garante.

O carinho de Nudes com Paulo beira à possessividade. Apesar de se dar bem com a namorada do rapaz, o gato não aceita ser cumprimentado depois da humana. “Eles se dão bem, ele é muito sociável e gosta de todos. Mas eu não posso dar um beijo nela antes de falar com ele”, diverte-se.

Além do apego semelhante ao dos cães, Nudes é extremamente brincalhão. Apesar de ter completado 1 ano, o gato continua tão ativo e brincalhão como quando era filhote. “Essa é outra característica da raça. Mesmo depois que deixam de ser filhotes, eles continuam adorando os brinquedinhos e precisando dessa distração para gastar energia”, afirma Elizângela. Os brinquedos preferidos de Nudes são o laser e as varetinhas com penduricalhos coloridos na ponta.

Além de ter ótimas relações com os humanos, o sphynx tem facilidade para conviver com outros animais, tanto gatos quanto cachorros. O tempo de adaptação a outro pet depende, no entanto, da vivência de cada animal. Nudes mora sozinho com Paulo, mas convive com o persa da mãe do empresário. “Na primeira vez que o levei para a casa da minha mãe, tive um pouco de receio. Depois de um estranhamento inicial, os dois começaram a se aproximar e, no fim do dia, estavam se lambendo”, lembra Paulo.

O empresário é um grande defensor da raça e afirma que Nudes foi o animal com quem criou um laço mais forte. “Eu não gostava de gatos, achava que eram frios e tinha todos aqueles preconceitos até, finalmente, conviver com um e mudar tudo o que pensei que sabia”, lembra-se. Paulo teve o primeiro gato há quatro anos, quando morava com a ex-namorada. O casal queria ter um pet, mas não pretendia criar cachorros em um apartamento. O gato foi a solução.

Apesar de não se envolver tão profundamente com o primeiro gato, Paulo foi mudando de opinião e se tornou um apaixonado por felinos. Ao se separar e morar sozinho, viu a oportunidade de ter o sphynx que desejava há tanto tempo. “Nossa ligação emocional é muito forte. O Nudes é muito especial na minha vida.”

Encantado pela raça, Paulo afirma que depois de conviver com Nudes só pretende ter sphynx. “Eu sou muito a favor da adoção, mas a ausência de pelos e o carinho característicos dele me conquistaram completamente. Morando em apartamento, o fato de não ter um animal que solta pelos é fundamental. No futuro, pretendo comprar uma fêmea para fazer companhia ao Nudes.”

A curiosa raça surgiu em 1966, no Canadá, a partir de uma mutação genética e, recentemente, tem crescido no Brasil. Elizângela cria sphynx há sete anos e percebe um aumento na procura pelo pet. “Acredito que o aspecto exótico dele chama a atenção. Eles se assemelham aos gatos que eram endeusados no Antigo Egito.”



• Bolinhas de pelo

De aparência quase oposta aos sphynx, os persas têm o focinho achatado e o corpo coberto por pelos compridos e sedosos, que conferem um aspecto mais arredondado que os primos esguios e uma imagem de raça “fofa”. Apesar da diferença física, sphynx e persa compartilham a personalidade carinhosa e amorosa.

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A estudante Jade Goulart, de 24 anos, diz que sua gata persa, Marie, é tão amorosa que costuma acalmar toda a família (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press)

É com esses adjetivos que a estudante Jade Goulart, de 24 anos, refere-se à sua persa, Marie, de 9. Ela afirma que a gata, com seu jeito gracioso e temperamento carinhoso, é quem costuma acalmar toda a família. “Ela é tão amorosa que deita na minha barriga quando estou com cólica e sempre vem me consolar quando não estou bem”, derrete-se.

Amante de gatos desde criança, Jade afirma não ter preferência por raças, mas percebe diferenças claras entre a persa e Valentina, a gata sem raça definida da família. Marie é mais tranquila, sai de casa sem problemas e está sempre perto de alguém da família. Já Valentina é mais na dela. De vez em quando, prefere ficar sozinha e gosta bem menos de colo do que a companheira.

Jade conta que Marie chegou à sua vida por acaso. A família tinha perdido a primeira gata havia um ano quando uma amiga disse que ia doar a persa. “Ela vivia em uma fazenda e estava apanhando dos cachorros. Não era seguro para ela continuar lá e nós a pegamos. Ela tinha 3 anos”, lembra-se.

A estudante explica que o excesso de pelos, às vezes, pode ser um inconveniente, mas não o bastante para diminuir as qualidades da raça. Os cuidados com Marie são mais intensos que com Valentina. A mais velha precisa ir ao pet shop quinzenalmente para tosas higiênicas e requer limpezas mais constantes nos olhos, no nariz e nas orelhas.
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Bolinhas de pelo que deixam qualquer um apaixonado (foto: Digital Cat/Divulgação)

A criadora de persas Raquel Farias explica que os gatos da raça têm nariz achatado, curto e largo, situado bem próximo aos olhos. Por isso, costumam ficar com o focinho constipado, causando incômodo e exigindo uma limpeza mais cuidadosa. “A secreção lacrimal é muito desconfortável para o persa e o pH ácido das secreções as tornam meio de propagação de bactérias e fungos. Os olhos e focinho devem ser limpos com algodão ou pano umedecido com soro fisiológico”, afirma. A especialista ressalta ainda os cuidados com os pelos da raça e recomenda escovações diárias para evitar a formação de nós e tufos.

Os persas estão entre as raças mais antigas de gatos, com uma história secular. A criadora ressalta que o primeiro registro científico foi feito em 1707, por George Louis Leclerc Bufon, em seu livro de história natural. Como o próprio nome sugere, a linhagem veio da antiga Pérsia, atual Irã.

Nos registros encontrados sobre a raça, a sua propagação começou no século 17. Um viajante italiano estava na Pérsia e, quando voltou para casa, levou espécimes da raça, popularizando os persas na Itália. Quando levados para a Inglaterra, os gatos foram cruzados com a raça angorá, dando origem ao gato persa que conhecemos hoje e se tornando conhecidos por toda a Europa. Raquel ressalta ainda que, depois de tantos cruzamentos, a quantidade de cores da raça chega a mais de 100. 

 

O gigante gentil 

 

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O maior gato doméstico do mundo é da raça Maine Coon (foto: Digital Cat/Divulgação)

Conhecidos como gatos gigantes, os maine coons têm se tornado cada vez mais buscados como animais de estimação. A principal característica da raça é o tamanho avantajado dos animais – eles podem chegar a um metro de comprimento e são considerados a maior raça de gatos domésticos do mundo.

Esse foi o primeiro motivo pelo qual a veterinária Natássia Miranda, de 28 anos, apaixonou-se pela raça. Antes de ter o primeiro maine coon, ela descobriu um norueguês da floresta disponível em um gatil e não resistiu à possibilidade de ter um gato gigante.

Pouco tempo depois, pesquisando sobre os maine coons, Natássia não esperou mais e comprou seu gato gigante. Mesmo com o casal adulto Vishnu e Una, a veterinária queria mais. Comprou mais uma fêmea, Mistika, hoje com 8 meses, e começou a se arriscar como criadora. “Eu quis ter diversos gatos da raça porque me encantei por eles. Tive a primeira ninhada agora e meu objetivo é difundir a raça. Não existe gatil em Brasília e muitas pessoas deixam de comprar o maine por causa do transporte”, explica.

Dona de 20 gatos, sendo cinco de raça, incluindo norueguês e persa, e 15 sem raça definida, Natássia afirma que o maine coon está entre as raças com temperamento semelhante ao de cão. “Além de ser enorme, ele aceita andar de coleira, é brincalhão e companheiro.”

Segundo o criador de maine coons Marcelo Ravagnani, os gatos surgiram como uma raça de trabalho, tendo grande resistência física e suportando climas rigorosos. “São musculosos e têm pernas fortes e com tufos de pelos nas patas, que se parecem com pantufas e servem para andar na neve”, explica. A pelagem também é adaptada ao frio, sendo bastante espessa e parcialmente impermeável, apesar de lisa e suave ao toque.

Eles são a raça de gato nativa mais antiga dos Estados Unidos e ficaram famosos no estado do Maine. A origem da raça é incerta, mas muitos acreditam que surgiu da cruza entre os gatos de pelo curto nativos e os europeus de pelo longo, provavelmente angorás. O gato tem um ar selvagem, salientado pelos olhos grandes, ovais e expressivos e pelas orelhas com tufos de pelos na ponta, semelhantes aos linces.

Apesar da aparência, o temperamento do maine coon é uma grande surpresa para os que se deixam levar pela aparência robusta. Ele é conhecido como o “gigante gentil” e tem temperamento dócil e amável, gosta de seguir o dono, dormir junto e passar horas no colo. Curiosos e ativos, são vistos como ótimas companhias para crianças por serem brincalhões e amadurecer tardiamente, só alcançado a maturidade aos 4 anos.

Marcelo, no entanto, faz uma ressalva quanto ao cuidado com o maine coon. “Quem não puder telar as janelas precisa ficar atento. Ele é um gato muito ativo, que gosta de explorar e caçar. Se vir uma borboleta entrando pela janela, por exemplo, vai à caça até apanhá-la. Em uma casa sem telas, pode cair e não se salvar.”

• Bichinhos resgatados

Leandro Couri/EM
Nayara Bernardes, de 25 anos, tem cinco gatos, todos resgatados na rua (foto: Leandro Couri/EM)

Apesar das inúmeras raças de gatos, existem aqueles que preferem os famosos vira-latinhas. Os motivos vão desde ser contra a compra de animais até um amor instantâneo por algum bichano de rua encontrado no meio de um caminho.

É o caso de Nayara Bernardes, de 25 anos, que tem cinco gatos, todos resgatados na rua. Ela ficou meses sem ter um bicho em casa logo depois que o pai morreu. “Estava abalada emocionalmente e minha mãe encontrou a Pussy. Eu me sentia muito sozinha, tinha poucas amigas na época e ela (Pussy) me fazia companhia. Ela me melhorou demais e era muito agarrada a mim, até que eu trouxe outros gatos para dentro de casa e ela se afastou por ser ciumenta”, conta Nayara, explicando que cada gato tem sua personalidade. Beto, por exemplo, não saiu do colo da jovem enquanto ela era entrevistada. “Enquanto tomo banho, ele fica em cima do box do banheiro”, derrete-se.

Os cinco amiguinhos de Nayara, duas fêmeas e três machos, são resgatados. Ela é voluntária da ONG (organização não governamental) Proteger, que promove a adoção responsável de cães e gatos abandonados e educação para a guarda dos animais. Segundo ela, a opção pela adoção em vez da compra foi principalmente política: “Sempre tive noção da importância da adoção, até por ser vegetariana pela causa animal. Você compra um objeto e um amigo não é objeto”, diz. O que felinos têm de especial? “Gato é sincero. Se ele tá a fim, ele fica. Se não, ele não fica como um bobão. Eles são enigmáticos, misteriosos.”

A veterinária especialista em felinos Christine Souza Martins afirma que os gatos sem raça definida costumam ser mais saudáveis, com uma resistência maior às doenças, e ter uma expectativa de vida maior. “Algumas vezes, os gatos que carregam certas características da raça não são muito numerosos e isso pode facilitar problemas genéticos. Os gatos sem raça definida têm uma variedade genética maior, sendo, em geral, mais saudáveis”, explica.
Arquivo Pessoal
Júlia Alvarenga, de 16 anos diz que nunca se sente sozinha quando está com o seu gato (foto: Arquivo Pessoal)

A expectativa de vida dos gatos sem raça definida pode ultrapassar 20 anos, a depender dos cuidados a ele dispensados e das condições de saúde dos pais. A veterinária afirma ainda que, dentro da variedade de gatos disponíveis para adoção, não é difícil encontrar espécimes com características físicas semelhantes às raças procuradas pelos humanos. “Os vira-latas são muito diferentes, é fácil encontrá-los grandes, pequenos e com todas as cores, atendendo a muitas expectativas estéticas.”

Com relação ao temperamento, Christine afirma que os traços do pai ou da mãe podem ser encontrados no filhote, no entanto, as características dos gatos sem raça definida são muito particulares e felinos de uma mesma ninhada podem apresentar personalidades completamente diferentes. “A forma de agir de um gato pode ser muito específica. Eles têm essa coisa de características individuais, como as pessoas. A forma como ele é criado também é superimportante na formação dessa personalidade”, completa a especialista.

A assessora Natália Ribeiro Pereira, de 29 anos, vive essa situação em casa. Ela tem dois gatos sem raça definida e com personalidades diferentes. Maluco, um gato branco e peludo, foi a primeira adoção da família. “Ele me escolheu. A gata de uma amiga deu ninhada e eu fui escolher. Toda vez que pegava um filhote e colocava no colo, o Maluco expulsava o irmão e deitava. Tive que levá-lo”, lembra-se.
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Augusto Faustino, de 12 anos diz que se diverte muito com a gata Atena e acha ela muito fofa (foto: Arquivo Pessoal)

Poucas semanas depois de se apaixonar pelo primeiro gato que tinha na vida, Natália disse ao marido que Maluco estava solitário. Não demorou muito para que o casal encontrasse um irmão para o primogênito. Assim, Tom passou a fazer parte da família. Enquanto Maluco é carinhoso e não dispensa um colo, Tom é retraído. E não é para menos. Ele passou por um histórico de abandono e Natália acredita que isso afeta a forma como se relaciona com humanos.

Apesar da diferença de personalidade, Natália afirma que os dois gatos são igualmente amorosos e gratos. “Acho que essa é a característica mais forte dos gatos adotados, eles são muito gratos e demonstram isso até com o olhar. Mas, no fundo, sou eu que tenho que agradecer. Eles me transformaram em uma pessoa melhor, mais humana”, declara.

Outras raças
Arquivo Pessoal
Daniela Miranda Cota é apaixonada pela gatinha Nina: "ela é o centro das atenções, carinhosa, educada e obediente. É um ser livre, que veio e quis ficar conosco contrariando o direito de ser livre. Nosso presentinho de Deus! Parte da nossa vida. Pedaço do meu coração !" (foto: Arquivo Pessoal)

• Ragdoll
Principais características: gato de porte maior que o comum, pelo semilongo e olhos azuis
Temperamento: sociável, ele e se dá bem com crianças e outros pets. Quando carregado, fica completamente relaxado, o que dá origem ao nome ragdoll – boneca de pano

• Siamês
Principais características: gato alongado, com corpo tubular, pés longos, cabeça triangular longa e orelhas grandes. Pelo curto e brilhante
Temperamento: graciosos e muito inteligentes, são brincalhões e sociáveis

• British shorthair ou inglês de pelo curto
Principais características: gato de pelagem cinza, 
curta e densa. Os olhos são grandes, redondos bem abertos e amarelo vibrante
Temperamento: inteligente, tímido e afetuoso

• British longhair
Principais características: gato de pelagem longa e densa. Os olhos são grandes, redondos bem abertos e amarelo vibrante. São uma variação do british short hair
Temperamento: inteligente, tímido, afetuoso

• Bengal
Principais características: gato de tamanho médio a grande, musculoso e robusto, com corpo alongado. Os olhos são grandes e ovalados e tem pelagem com pintas semelhantes a onças
Temperamento: carinhoso e brincalhão, tem um ar de ferocidade e independência, mas se mantém 

companheiro 

 

* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram