Veja dicas de coloração para cabelos crespos

São comuns relatos envolvendo descolorações e tinturas que deram errado

por Revista do CB 18/10/2016 13:00
Breno Fortes/CB/D.A Press
Rosi Ribeiro precisou cortar os cabelos bem curtinhos para reparar os efeitos de uma descoloração (foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Progressivas, selagens, relaxamentos. Procedimentos que toda cacheada passa bem longe por medo de esticar os fios. Mas o que muita gente não imagina é o estrago que a coloração pode fazer em um cabelo crespo. Basta uma visita a alguns salões especializados para ouvir relatos envolvendo descolorações e tinturas que deram muito errado. Histórias de garotas que entraram em um estabelecimento para tingir os cabelos e saíram com os fios danificados e até mesmo alisados.

Kássia Morais, proprietária do Espaço Chacheei, afirma que os fios crespos são muito mais suscetíveis a sofrer danos do que os cabelos lisos. Mas isso tem uma explicação: segundo ela, a estrutura do cabelo cacheado é bem mais fina, o que o torna mais sensível. “Quando o cabelo passa por uma química, fica com as cutículas e as escamas muito abertas, o que leva à quebra e ao excesso de porosidade”, explica.

Rosi Ribeiro, 30 anos, é dona do salão especializado em cabelo afro, o Via Cachos, e conta que descoloriu os fios em novembro do ano passado. Segundo ela, o procedimento foi feito corretamente, respeitando a estrutura do fio crespo. O problema foi a rotina de cuidados posteriores. “Embora eu trabalhe em um salão, relaxei nos cuidados. Parei de fazer hidratação, manutenção, e meu cabelo começou a quebrar, a cair e a abrir os cachos. Quando chegava nas pontas, estava todo espichado”, lamenta. A solução foi cortá-lo bem curtinho e esperar crescer.

Rosi alerta que, apesar de ter profissionais experientes em coloração no mercado, a maioria não está apta a lidar com o cabelo enrolado. Segundo ela, os processos ainda estão muito engessados e voltados para alisamento. A explicação é que, antes, essa demanda era muito pequena. Quem tinha os fios encaracolados acabava os deixando lisos e dispensava os cuidados com os cachos.

A dica que ela dá, depois de ter sido vítima da própria negligência, é procurar salões especializados ou um cabeleireiro de muita confiança. A empresária Kássia concorda e acrescenta: é obrigação do profissional de beleza alertar quando o resultado que o cliente deseja não for possível e, assim, indicar o melhor para cada situação.

Esse foi o caso da maquiadora Gardênia Braga, 30. Ela conta que procurou um salão exclusivo em coloração, com a intenção de platinar o cabelo. Quando chegou lá, não recebeu qualquer tipo de avaliação do estado dos cachos e conta que não foi alertada sobre as possíveis consequências da química. “Percebi que meu cabelo havia alisado na hora da lavagem. Cheguei a realizar alguns tratamentos, lá mesmo, para tentar reparar os estragos, mas não deram certo”, desabafa. O jeito foi procurar outro estabelecimento para tentar amenizar os danos. Gardênia só conseguiu recuperar a beleza dos fios após três meses de cuidados.

Por isso, quem estiver interessada em encarar a tintura deve estar atenta aos sinais que o cabelo dá: se está saudável, se não está danificado por outras químicas, se não há excesso de porosidade. Segundo Rosi, todo cabelo pode ser tingido, mas deve ser avaliado antes de passar por qualquer tipo de procedimento. “Quando chega uma cliente, avaliamos o cabelo dela. Se ele não aguenta, não fazemos a química. As meninas que trabalham aqui são proibidas”, avisa.

Alerta!

Se o cabelo começar a cair mais do que o normal, quebrar ou apresentar excesso de porosidade, especialmente depois de um procedimento capilar, procure, imediatamente, um profissional para tratar os fios.

Fique longe:
Água oxigenada fator 40 ou mais;
Xampu antirresíduos;
Procedimentos químicos sem consultar um profissional;
Chapinha ou calor excessivo após a tintura;
Coloração em curtos intervalos. Faça o retoque da raiz de três em três meses.