Pesquisa confirma que administrar testosterona em homens mais velhos melhora função sexual

Até agora, os estudos sobre os efeitos benéficos desses tratamentos tinham sido inconclusivos. Pesquisa comprovou melhoria de todos os aspectos da função sexual, incluindo o desejo e capacidade de ter uma ereção

por AFP - Agence France-Presse 19/02/2016 10:28
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Viagra surgiu há 15 anos nos EUA para tratar disfunção erétil (foto: AFP PHOTO)
Administrar testosterona em homens com mais de 65 anos melhora suas funções sexuais e suas capacidades físicas, mostraram pela primeira vez testes clínicos publicados nesta quarta-feira (17/02) numa revista médica norte-americana.

Até agora, os estudos sobre os efeitos benéficos desses tratamentos em homens com mais de 65 anos, para os quais os níveis deste hormônio andrógeno diminuem com a idade, tinha sido inconclusivos, dizem os autores no New England Journal of Medicine.

Em 2003, o Instituto de Medicina dos Estados Unidos concluiu que não havia orientação clínica suficiente para determinar se esse tratamento teve qualquer efeito benéfico.

Os pesquisadores que realizaram esta série coordenada de sete ensaios (TTrials) analisaram os resultados dos três primeiros sobre o impacto das funções sexuais, condição física e vitalidade.

Eles descobriram que o tratamento com testosterona aumentou o nível deste hormônio no sangue, levando aos níveis médios normalmente observados em homens jovens.

Foi notada uma melhoria de todos os aspectos da função sexual, incluindo o desejo e capacidade de ter uma ereção, disseram os pesquisadores. Esta terapia também melhorou o humor e reduziu sintomas depressivos.

"Os resultados destes testes clínicos mostram alguns benefícios de um tratamento com testosteronas nos homens mais velhos que tinham baixos níveis deste hormônio", concluiu Ronald Swerdloff, pesquisador do LABioMed na Califórnia.

"Estes primeiros resultados são encorajadores e vamos continuar a analisar os dados para determinar se o tratamento com testosterona melhora a função cognitiva, a densidade óssea, saúde cardiovascular e anemia, bem como os riscos desses tratamentos", incluindo coração, explicou.

Swerdloff notou que os TTrials representam os maiores testes clínicos para examinar a eficácia dos tratamentos de testosterona nos homens com mais de 65 anos cujos níveis deste hormônio diminuíram claramente com a idade.

Esses pesquisadores testaram a testosterona de mais de 51.000 homens, dos quais 790 tinham níveis bastante baixos para qualificá-los para estes sete ensaios clínicos.

Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um deles tomando um gel de testosterona aplicado diariamente e o outro um placebo.

A eficácia foi medida em três, seis e doze meses.

As funções sexuais e físicas (distância percorrida caminhando durante seis minutos) foram avaliadas com questionários sobre a vitalidade, o humor e sintomas depressivos, explicam os autores.

Os efeitos colaterais nos três testes clínicos (crise cardíaca, acidente vascular cerebral, saúde da próstata) foram similares no grupo tratado com testosteronas e no do placebo.

No entanto, o número de homens nos três primeiros testes clínicos foi muito pequeno para tirar conclusões sobre os riscos do tratamento, disseram os pesquisadores.