Cientistas desenvolvem pele artificial que pode sentir

Estudo pode originar, no futuro, próteses com tato para pessoas amputadas. Equipe utilizou circuitos orgânicos flexíveis e sensores de pressão para reproduzir a sensibilidade da pele

por AFP - Agence France-Presse 16/10/2015 10:03

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Bao Lab / Stanford University
Estudo pode possibilitar que pessoas que usam próteses recuperem alguma parte do tato (foto: Bao Lab / Stanford University)
Pesquisadores criaram uma pele artificial experimental capaz de sentir os objetos e que poderia um dia permitir às pessoas que usam próteses recuperar alguma parte do tato.

Esta tecnologia, ainda nas primeiras etapas de desenvolvimento, poderia também melhorar o controle das próteses e minimizar ou eliminar a sensação de "membro fantasma" que afeta 80% dos amputados, segundo os cientistas.

A pesquisa, conduzida por Alex Chortos e Andre Berndt da Universidade de Stanford, na Califórnia, foi publicada nesta quinta-feira (15/10) pela revista especializada Science.

Os autores explicaram que utilizaram circuitos orgânicos flexíveis e sensores de pressão para reproduzir a sensibilidade da pele e que puderam transmitir estes sinais sensoriais para as células cerebrais de ratos de laboratório por meio da optogenética.

Novo campo de investigação que combina ótica e genética, a optogenética se baseia principalmente numa proteína que tem a propriedade de ativar-se com a luz azul.

Os autores conseguiram então converter a pressão estática de um objeto sobre a pele, em sinais digitais comparáveis aos diferentes graus de resistência mecânica que pode detectar a pele humana.

Para fabricar os sensores, utilizaram nanotubos de carbono de forma piramidal, que são particularmente eficazes para canalizar os sinais do campo elétrico dos objetos próximos. Estes últimos são captados por eletrodos.

Em artigo publicado também na revista Science e onde se comenta o estudo, Polina Anikeeva e Ryan Koppes, do laboratório de pesquisa eletrônica do Massachusetts Institute of Technology (MIT), escreveram que reproduzir as propriedades mecânicas e as funções da pele "é um desafio difícil de engenharia", embora considerem a pesquisa promissora.

Anikeeva e Koppes, que não participaram do estudo, destacaram a aceleração dos progressos no campo dos circuitos eletrônicos flexíveis e orgânicos que permitem desenvolver miniaturas de sensores epidérmicos.