Conheça os principais tipos de amor e apego

A forma como lidamos com relacionamentos (e com o fim deles) está intimamente ligada à maneira como nos apegamos e amamos quando crianças

por Gláucia Chaves 13/09/2013 09:21

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Parte 2: As várias formas de amar

A forma como lidamos com relacionamentos (e com o fim deles) está intimamente ligada à maneira como nos apegamos e amamos quando crianças. Pelo menos é o que diz a chamada teoria do apego, criada nos anos 1950 pelo psiquiatra John Bowbly, que estudava os diferentes problemas de relacionamento que crianças órfãs e abandonadas apresentavam no pós-guerra na Europa. A teoria é ponto de partida do livro Apegados — Um guia prático para estabelecer relacionamentos românticos compensadores (Novo Conceito).

Na obra, escrita pelo psiquiatra Amir Levine e pela psicóloga Rachel Heller, os autores destacam que há três principais estilos de apego: ansioso, evitante e seguro. Uma vez reconhecido o próprio estilo, a ideia é de que o leitor aprenda sobre os riscos de se envolver com pessoas com necessidades emocionais extremamente diferentes das próprias. Saber em que pé está seu apego é importante, mas, caso essa informação ainda não esteja assim tão clara, o importante, de acordo com a psicóloga Melissa Chaves, do Hospital do Coração, é entender como lidar com as perdas. E isso, claro, vai depender da personalidade de cada um e da natureza do relacionamento.

Janine Moraes / CB / DA Press
(foto: Janine Moraes / CB / DA Press)
Se o término foi consensual, tudo tende a ficar bem. São esses casais que podem, eventualmente, manter contato e até mesmo estabelecer uma amizade. Quando uma das partes não estava prevendo o fim, contudo, as chances de continuar em contato com o ex no futuro são remotas, ela explica. “Cada um tem uma história de vida diferente, logo, não dá para dizer que existe um ‘protocolo’ do término”, analisa Chaves. A maneira como cada um aprendeu a se relacionar afetivamente determinaria os ânimos do fim.

Mas por que para algumas pessoas parece tão simples continuar convivendo com alguém que já partilhou da sua intimidade? Tudo depende da forma como o relacionamento foi conduzido, segundo a especialista. “Se era um relacionamento em que as pessoas se davam bem e que terminou de uma maneira legal, é mais fácil conseguir um nível de convivência. Mas, se era conturbado, com muitas brigas, a tendência é que não se consiga isso. Em alguns casos, um não quer nem mais ver a cara do outro.”

Gabriel de Sousa Barreto, 25 anos, é do time dos que não se animam muito quando o assunto é ficar amigo das ex-namoradas. O estudante conta que teve dois relacionamentos longos, mas ambos terminaram de maneira não tão amigável. Nos dois casos, ele aproveitou o fim para “se fechar para balanço”, ou seja, deu-se um tempo para repensar tudo o que tinha acabado de viver. “É um tempo de reflexão para mim. Paro para pensar nas minhas opiniões, posturas e tento sempre tirar algo de bom daquilo, para não repetir os erros nos relacionamentos futuros.”

CB / DA Press
Gabriel Barreto prefere manter distância das ex-namoradas (foto: CB / DA Press)
A primeira providência a ser tomada quando um relacionamento acaba, para ele, é se afastar: não manter contato, não procurar saber por onde a pessoa anda ou com quem. Gabriel não chega ao extremo de bloquear as ex em suas redes sociais, nem as impede de verificar as informações de seu perfil. “Não faço isso porque tenho o maior respeito por elas”, justifica. Se acontecer de encontrá-las na rua, a educação, ele garante, prevalece. Cumprimenta-as e segue adiante, sem maiores aproximações.

Porém, mesmo que seus relacionamentos anteriores tivessem acabado bem, Gabriel diz que continuaria sem criar vínculos de amizade com as ex. Não por mágoa ou recalque, ele garante, mas pela dificuldade em “retroceder” na dinâmica do relacionamento. “Acho até que seria interessante conseguir (manter uma amizade), porque é uma pessoa que passou um tempo com você e que te conhece bem”, pondera. “Mas não dou conta. Para mim, terminar e continuar amigo seria como manter um pouco da relação que a gente tinha, acho problemático.”

Há também as pessoas que não querem nem ser amigas e muito menos manter distância dos ex: querem reconquistá-los. No livro Como reconquistar seu ex (All Print), a escritora Paula Cassim pretende “ajudar o maior número de pessoas que terminam o relacionamento, contra a vontade, a viver”. A ideia, segundo ela, é de mostrar que é preciso ser forte e continuar com os afazeres do dia a dia para despertar novamente o interesse do ser amado. “Ninguém quer voltar com alguém depressivo, que não desperte atração.”

Paula conta que, no livro, ensina técnicas para fazer com que o ex se arrependa e volte a se aproximar. “Enumero os erros mais comuns que todos cometem ao tentar voltar”, completa. Entre as orientações principais, Paula aconselha suas leitoras a desaparecerem completamente, não conviverem com amigos em comum nem demonstrarem que estão ótimas em redes sociais. A observação de experiências de pessoas próximas serviu como base para o livro, especialmente, das vividas por homens. “Acredito que ninguém melhor do que eles para nos desvendar as atitudes em torno disso”, justifica. Paula Cassim conta que usou também seus conhecimentos de terapeuta comportamental e o conteúdo dos cursos sobre relacionamentos que ministra para mulheres, em que fala sobre temas como ciúme e insegurança.