Cirurgia bariátrica para diabéticos tem mostrado resultado, mas especialistas pedem mais provas

Os pesquisadores descobriram que os diabéticos com obesidade moderada perderam mais peso e tiveram um controle melhor da glicose em dois anos com este tipo de cirurgia do que com tratamentos não cirúrgicos, como dietas e medicamentos

por AFP - Agence France-Presse 05/06/2013 11:10

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A cirurgia bariátrica, conjunto de procedimentos de redução de peso, pode ajudar pessoas diabéticas moderadamente obesas, mas é necessário mais provas antes de se promover sua generalização, alerta um estudo publicado na terça-feira nos EUA.

"A cirurgia bariátrica para diabéticos que não são muito obesos tem mostrado resultados promissores no controle da glicose", disse Melinda Maggard-Gibbons, autora principal do estudo e cirurgiã da Universidade da California em Los Ángeles (UCLA).

O estudo, publicado na revista da Associação Médica de Estados Unidos (JAMA), se baseia em uma revisão da evidência que apoia o uso da cirurgia bariátrica para tratar diabéticos com um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 a 35 - considerado o mais baixo do espectro de obesidade.

Os pesquisadores descobriram que os diabéticos com obesidade moderada perderam mais peso e tiveram um controle melhor da glicose em dois anos com este tipo de cirurgia do que com tratamentos não cirúrgicos, como dietas e medicamentos.

Os pacientes com um bypass gástrico (técnica de derivação gástrica), um dos procedimentos de cirurgia barátrica mais utilizados, conseguiram melhores resultados - mais perda de peso a curto prazo e melhor controle dos níveis de açúcar no sangue - do que os que se submeteram a uma banda gástrica, cirurgia bariátrica de tipo restritivo.

Apesar dos bons resultados, é preciso ter cautela.

"Sem dúvida, precisamos de mais informações sobre os benefícios e riscos a longo prazo antes de recomendar a cirurgia bariátrica, ao invés de um tratamento não-cirúrgico de perda de peso para estas pessoas".

O cuidado se justifica, uma vez que os pesquisadores informaram que os resultados surgem de um número relativamente pequeno de pesquisas e que mais estudos são necessários, especialmente sobre como os pacientes reagem depois de dois ou mais anos, assim como são as eventuais complicações e efeitos secundários.

A Administração de Medicamentos e Alimentos dos EUA (FDA) aprovou a banda gástrica para pessoas com um IMC entre 30 e 35 e que tenham doenças relacionadas à obesidade.

Mais de um terço dos adultos norte-americanos (35,7%) são obesos, com um IMC mínimo de 30, segundo as estatísticas oficiais.