Sora Shimazaki/ Pexels
28/07/2023 17:38
Chegando a quase 9%, a taxa de desemprego no Brasil reflete um cenário duro e desolador. Milhões de pessoas têm dificuldade de conquistar uma ocupação, o que acaba refletindo na rotina, como em contas atrasadas e problemas para comprar o básico.
Diante da grande concorrência, se candidatar a uma vaga pode não parecer tão simples. Em alguns sites, por exemplo, é possível ver até quantas pessoas se candidataram ao mesmo cargo, número que pode passar de mil. Ou seja, é necessário ter alguma estratégia para se destacar dos demais, e a principal delas é caprichar no currículo.
Esse documento, que possui dados pessoais e histórico profissional, em geral, é o primeiro contato do empregador com os candidatos. Por esse motivo, ele merece uma atenção especial, para que possa ajudar na recolocação. Confira a seguir um guia do que não pode faltar no currículo e o que não é visto com bons olhos.
Evite informações muito pessoais
Antigamente, era comum os candidatos colocarem o endereço e alguns até o documento pessoal no currículo. Porém, além de serem detalhes dispensáveis, esses dados podem cair nas mãos de pessoas não confiáveis e se transformar em grandes problemas.
No cabeçalho do currículo, onde se colocam essas informações, só é necessário escrever o nome completo, a idade, a região que mora (o bairro e cidade) e os contatos, ou seja, e-mail, telefone e Linkedin.
Deixe claro seus objetivos
Um dos erros mais comuns que as pessoas cometem nos currículos é listar diferentes funções em que poderia atuar nos objetivos. Além de demonstrar confusão e falta de foco, os recrutadores tendem a não gostar da atitude.
A não clareza dos objetivos pode soar como “aceito qualquer cargo” e, embora seja verdade que muitos profissionais caem no desespero, a busca por um emprego deve demonstrar menos ansiedade e mais preparo. O ideal é colocar a posição que está sendo oferecida e algumas variações dela. Por exemplo: o objetivo é ocupar uma vaga de gerente de banco ou instituição financeira, de acordo com as experiência e conhecimento abaixo descritos.
Foque nas habilidades que podem ser comprovadas
O espaço seguinte é o de
competências e habilidades. Nessa parte do currículo, o candidato pode explicitar o que aprendeu até o momento e que pode ser usado no novo cargo. É o momento de ressaltar as soft skills, ou seja, as capacidades não técnicas, como resolução de problemas, comunicação oral para apresentações e facilidade de aprender.
Esse tópico pode soar vago se a pessoa apenas inserir adjetivos que crê serem importantes. Não basta escrever o que acredita que o recrutador irá gostar, é necessário um olhar atento para si mesmo. Muitas vezes, a empresa utiliza essas qualificações para fazer perguntas no momento da entrevista. Caso o candidato coloque que sabe resolver problemas, por exemplo, é interessante que saiba exemplificar com algo que viveu ou algum feedback positivo que teve sobre esse comportamento. Dessa forma, as softs skills se tornarão mais palpáveis e menos abstratas.
Coloque as experiências mais relevantes
Mesmo que o profissional tenha anos de experiência, é importante que coloque apenas as vivências mais significativas que viveu e na ordem decrescente de datas. Ou seja, no topo, o candidato coloca o que de mais recente realizou e embaixo o que veio antes, e assim por diante. Além de sinalizar o nome do cargo, da empresa e em que data atuou, vale colocar uma breve descrição do que fez na ocupação.
Este é um exemplo:
Chef de cozinha no Restaurante ABCD - 02/06/2018 a 09/05/2023
Elaboração de pratos salgados com foco na culinária regional do Nordeste.
Criação do prato ABCD que ganhou o prêmio local pela Revista Gastronomia.
Chef de cozinha no Restaurante EFGH - 01/02/2015 a 01/05/2018
Elaboração de marmitas e pratos para self service
Mantenha a objetividade na formação
A lógica das datas decrescentes também se aplica à
formação acadêmica. Caso a pessoa possua uma pós-graduação, por exemplo, é importante que ela venha acima do curso de graduação. Nessa parte do currículo, basta citar o que foi feito e em qual data.
Ao descrever o idioma que domina, vale a pena colocar uma certificação, se tiver feito algum curso. Se o candidato não tiver, é interessante buscar na internet algum teste, como um exame de inglês, para fazer uma auto-análise. Assim como as soft skills, os idiomas podem ser comprovados durante a entrevista, se a empresa decidir fazer uma entrevista na outra linguagem. Por esse motivo, mentir e aumentar os conhecimentos não é o mais indicado, pois pode prejudicar no futuro.
Use o formato certo
Da mesma forma que ninguém daria atenção a um currículo impresso escrito em uma página de caderno, formatar o documento digital também é importante. Segundo especialistas, o ideal é que a aparência seja simples, clara e objetiva. Por isso, prefira fontes tradicionais de texto, poucas cores e dispor as informações de maneira que possam ser feitas com facilidade, e em no máximo duas páginas.
Como o editor de texto pode ser alterado, vale a pena enviar o currículo no formato de PDF. Para quem tem Microsoft, basta escrever no aplicativo padrão e depois usar uma ferramenta gratuita para converter de
Word para PDF. Além do mais, o nome do arquivo deve ser claro, para demonstrar profissionalismo e facilitar a rotina dos recrutadores. O PDF pode ser nomeado com o nome completo do candidato e, no máximo, a palavra currículo ao lado, por exemplo, João da Silva Torres_curriculo.
Dedicar-se na produção do currículo é o primeiro passo para alcançar a vaga que tanto precisa e deseja. Por esse motivo, essa etapa não deve ser negligenciada, já que pode ser a responsável por abrir portas no futuro.