Musical destaca a genialidade dos compositores brasileiros

'Grandes encontros da MPB' celebra a obra de Tom Jobim, Roberto Carlos, Chico Buarque, Raul Seixas, Luiz Gonzaga e Chico Science, entre outros.

Augusto Pio 17/01/2020 06:00

Um passeio pelo cancioneiro nacional, com seus diversos gêneros e enredos. É o que promete o musical Grandes encontros da MPB, em cartaz no Sesc Palladium. Com direção de Sergio Módena e texto de Pedro Brício, a montagem tem um pouco de tudo: a bossa nova de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, a era dos festivais de Caetano e Gil, o Clube da Esquina de Milton Nascimento, a música nordestina de Elba Ramalho, Alceu Valença, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo, o samba de Clementina de Jesus, Cartola, Nelson Cavaquinho e Beth Carvalho e o rock de Cazuza, Nação Zumbi e Raul Seixas.

O repertório é costurado por histórias de músicos brasileiros, explica o diretor Sergio Módena. Uma das cenas mostra Caetano Veloso e Gilberto Gil, exilados na Inglaterra durante a ditadura militar, recebendo a visita de Roberto Carlos. Naquele período, nasceram London London, canção de Caetano que traz diversas vezes a palavra solidão, e Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, homenagem de Roberto ao amigo baiano.

A ideia do espetáculo é celebrar as grandes parcerias da MPB. “A amizade que acaba se transformando numa obra, em música, em algo emblemático que marcou o ponto de vista de uma geração”, observa o diretor.

A viagem começa nos anos 1950, a partir da bossa nova. Depois vêm a Jovem Guarda e a era de ouro da MPB até chegar aos dias de hoje. “Isso porque era preciso um recorte, pois as grandes parcerias são inúmeras. Obviamente, muita coisa ficou de fora. Pensamos no que seria muito emblemático”, explica Módena. Entre os encontros icônicos está a parceria de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, por exemplo.

“No espetáculo, a gente vai passeando, pois tem Luiz Gonzaga, bossa nova, Chico Science, Johnny Hooker com o Liniker... A variedade rítmica e de gêneros mostra ao público como é rica a produção musical brasileira. Ampla e cheia de influências, ela se reinventa sempre”, afirma.
Caio Gallucci/divulgação
Musical terá três sessões no Sesc Palladium (foto: Caio Gallucci/divulgação)

CRIAÇÃO 

O espetáculo também busca traduzir o vigor da cultura brasileira. “O público sai com aquela sensação de quantas pessoas boas já criaram neste país e quantas continuam criando. Quando a gente chega na produção contemporânea, representada pelo Hooker e o Liniker, vê que existe continuidade. Nossa música continua fervilhante e criativa. Isso é um legado, um patrimônio que nós temos. Por isso a música brasileira é reconhecida no mundo inteiro”, conclui Sergio Módena.

O elenco é formado pelos atores Ariane Souza, Bruna Pazinato, Édio Nunes, Franco Kuster, Júlia Gorman e Thiago Machado. Entre os clássicos interpretados por eles estão Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim/Vinicius de Moraes), Beatriz (Chico Buarque/Edu Lobo), É proibido fumar (Roberto Carlos/Erasmo Carlos), Sociedade alternativa (Raul Seixas/Paulo Coelho) e Flutua (Johnny Hooker/Liniker).

GRANDES ENCONTROS DA MPB

Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31), 3270-8100. Nesta sexta (17), às 21h; sábado (18), às 18h e às 21h. Inteira: R$ 90 (plateia 1), R$ 70 (plateia 2) e R$ 50 (plateia 3). Meia-entrada na forma da lei.

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