Orquestra Voluntária de Belo Horizonte faz seu primeiro concerto

Formada por estudantes de música e com o apoio de instrumentistas tarimbados, OvoBH vai estrear nesta terça (17), na Sala Minas Gerais, sob a regência do percussionista Werner Silveira

Mariana Peixoto 17/12/2019 06:00
Ana Paula Blanc/divulgação
Orquestra Voluntária de Belo Horizonte vai estrear nesta terça-feira, na Sala Minas Gerais (foto: Ana Paula Blanc/divulgação)
Integrante do naipe de percussões da Filarmônica de Minas Gerais desde 2008, quando da criação da orquestra, Werner Silveira, de 41 anos, está acostumado a ficar na parte de trás do corpo de instrumentistas – e sempre olhando para a frente. Nesta terça-feira (17), na Sala Minas Gerais, ele se posicionará, pela primeira vez, na frente dos músicos – e olhando para trás. Silveira será o regente da recém-criada Orquestra Voluntária de Belo Horizonte (OvoBH), que faz sua estreia com o concerto O legado de Beethoven.

Um corpo de 70 instrumentistas, a grande maioria estudantes de graduação e pós-graduação das escolas de música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), integra a formação. O projeto começou a tomar forma em outubro, segundo Silveira. Professor da Orquestra Sinfônica de Betim, voltada para jovens instrumentistas, ele regeu a formação em um concerto sobre a obra Mozart realizado na Fundação de Educação Artística.
“A apresentação de setembro encerrou as atividades da orquestra, que só volta em abril. Meu pai, ciente desse gap (lacuna), sugeriu a criação de uma orquestra voluntária. Comentei com os meninos de Betim, com colegas da Filarmônica e muita gente resolveu ajudar. Daí o projeto cresceu”, diz Silveira.

No início receoso, ele viu o entusiasmo tomar contar de vários colegas. “O spalla da Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais me ligou querendo tocar. Nos ensaios, todos os naipes da orquestra têm um músico da Filarmônica acompanhando. É uma proposta agregadora”, acrescenta. Na apresentação, serão poucos os profissionais em cena. “A ideia é colocar a galera nova para tocar”, explica.

De acordo com Silveira, nada melhor que Beethoven para uma orquestra em formação. O dia 17 de dezembro é a data de 249 anos de nascimento do gênio alemão. “Isso significa que neste dia terá início o ciclo de comemorações dos 250 anos dele. Beethoven é parte fundamental da formação de um músico de orquestra. Aquele que não passa por Mozart e Beethoven possivelmente vai enfrentar gargalos técnicos. Pessoalmente, considero-o o maior humanista da história.”

O repertório reúne Egmont: Abertura, op. 84, Romance para violino nº 2 em fá maior, op. 50, e a Sinfonia nº 5 em dó menor, op. 67. Violinista da Filarmônica, Rodrigo de Oliveira será o spalla da OvoBH. O concerto terá 90 minutos – no intervalo entre as peças, Silveira vai explicar para o público o contexto de cada peça.

Silveira é otimista em relação ao futuro. “A intenção era fazer essa apresentação. Mas como o projeto tomou proporção maior, ele deve ser o início de alguma coisa. As pessoas estão esperando isso, e eu também”, conclui.

ORQUESTRA VOLUNTÁRIA DE BELO HORIZONTE

Concerto O legado de Beethoven. Nesta terça-feira (17), às 20h30. Sala Minas Gerais, Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto. Ingresso: R$ 20. À venda no local e no site ovobh.byinti.com.

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