Trio Azymuth faz show com entrada franca na Praça Floriano Peixoto

Grupo apresenta trabalhos que passam por mais de 25 álbuns, que passam por jazz, soul, samba e funk, entre outras sonoridades

por Pedro Galvão 14/09/2018 08:00

Marcus Schaefer/Divulgação
Alex Malheiros, Ivan Mamão Conti e Kiko Continentino acabam de voltar da Europa (foto: Marcus Schaefer/Divulgação)
Com mais de 40 anos de mistura de ritmos, muitos discos e turnês pelo mundo, o trio Azymuth desembarca em BH no sábado (15) para fazer show na Praça Floriano Peixoto. Consagrado como um dos principais nomes da música instrumental do Brasil, o grupo traz em seu repertório trabalhos mais recentes e antigos sucessos.


Os veteranos Alex Malheiros (contrabaixo e vocais) e Ivan Conti (bateria e vocais), fundadores do trio, contam com a companhia do pianista Kiko Continentino. Em 2015, o belo-horizontino substituiu o tecladista José Roberto Bertrami, falecido em 2012.

Com carreira destacada na MPB e parceria de longa data com Milton Nascimento, Kiko celebra o momento do Azymuth. “Hoje, o entrosamento está perfeito. Tenho muita gratidão aos companheiros Alex e Ivan Conti, que me receberam de braços abertos. A química foi instantânea, mas se aprofundou ao longo de três anos e meio. Tenho grande identificação com o caráter libertário dos dois de sempre quebrar as barreiras de estilos e gêneros musicais, tendo como critérios a criatividade, o talento e a inteligência marcante”, diz o mineiro, de 49 anos, que se refere aos colegas, de 72, como “rapazes”. “Eles são jovens, tanto pela energia no palco quanto pela cabeça, sempre atenta às tendências”, reforça.

JOVENS A juventude marca presença na plateia. Recém-chegado da Europa, o trio fez 10 shows em nove países ao lado de Marcos Valle, considerado “padrinho” do Azymuth. Kiko Continentino destaca a diversidade etária do público. A turnê passou por Espanha, Portugal, França, Holanda, Croácia e Inglaterra.

“Todos os shows estavam lotados. Isso mostra o poder que a música brasileira de qualidade tem lá fora. Na Europa, existe um público jovem muito interessado na gente. Tocamos para plateias distintas, em situações diversas. Na Croácia e na Holanda, participamos de eventos voltados para a música eletrônica. Esse pessoal nos abraçou muito. Grandes DJs da Europa admiram o Azymuth”, conta Kiko.

A turnê passou também por clubes de jazz e eventos mais fechados, para outro tipo de público. Em setembro, o Azymuth retorna à Europa para se apresentar na Geórgia, a convite do conservatório nacional do país.

VERSÁTIL
De volta à terra natal, onde fez seu primeiro show com a banda em 2016, Kiko conta que ele e os companheiros pretendem mostrar a BH um pouco dessa versatilidade, traduzida em mais de 25 álbuns, que passam por jazz, soul, samba e funk, entre outras sonoridades.

O repertório deve incluir três músicas de Fênix, álbum lançado no ano passado pelo selo inglês Far Out Records. “Uma delas se chama Vila Mariana, composta por nós três no intervalo de uma passagem de som em São Paulo. Outra é Orange cloud, composição minha feita na casa do Alex Malheiros. É dedicada ao Azymuth original, especialmente ao Zé Roberto Bertrami, que partiu para a orquestra celestial. E ainda Papa samba, composição do Ivan dedicada ao Alex Malheiros”.

Kiko também promete “clássicos com uma pegada atual”, citando Partido alto, Linha do horizonte e Last summer in Rio. “Vamos contemplar diversas fases da banda com músicas que não podemos deixar de tocar”, garante.

Os belo-horizontinos Matheus Barbosa e Marcus Abjaud abrem a noite com o projeto Religare, que também segue o caminho da experimentação instrumental a partir do contato do jazz com outros ritmos.

BH INSTRUMENTAL
Com Azymuth. Abertura: Matheus Barbosa e Marcus Abjaud/Religare. Sábado (15), a partir das 19h30. Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia. Entrada franca. Informações: (31) 3222-5271.

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