Amigos e parceiros fazem homenagem a Flávio Henrique no Palácio das artes

Cantor e compositor completaria 50 anos nesta sexta (20)

por Márcia Maria Cruz 20/07/2018 08:00

A morte do músico Flávio Henrique, em 18 de janeiro, deixou a classe artística de Minas Gerais sem chão. Alegre, dono de raro talento, o compositor e cantor era conhecido por promover encontros, estabelecer pontes entre gerações, ser generoso e abrir portas para quem estava chegando. Na comemoração de seus 50 anos, nada mais justo do que evocar esse sentimento agregador para homenageá-lo.

FCS/Divulgação
Cantor e compositor foi vítima da febre amarela no começo do ano (foto: FCS/Divulgação)

Recorte Nesta sexta-feira (20), o show Flávio Henrique 50 anos será apresentado no Palácio das Artes, com entrada franca. “É um recorte feito por um grupo de amigos, extraído da extensa e importante obra do Flávio”, afirma Máximo Soalheiro, que assina a direção artística do evento.

 

Participam do tributo Mariana Nunes, Kadu Vianna e Pedro Morais (do Cobra Coral, grupo fundado por Flávio), além de vários parceiros dele: Juliana Perdigão, Lucas Fainblat, Marina Machado, Mônica Salmaso, Sérgio Santos, Tatiana Parra e Vitor Santana. Entre os instrumentistas estão Chico Amaral, Juarez Moreira e Thiago Delegado.
Máximo relata que foi preciso vasculhar cerca de 200 canções compostas por Flávio, muitas delas inéditas. “Não conseguimos ouvir tudo. Podem ser feitos mais 10 shows com a obra dele.” Ele destaca o leque de parcerias construídas pelo compositor, que vão da jovem Clara Delgado, de 22 anos, aos consagrados Paulo César Pinheiro, Chico Amaral, Milton Nascimento e Toninho Horta.


“Todo mundo está muito tocado. Pra mim, foi um esforço muito emocionante. Flávio foi amigo-irmão. Temos de ser profissionais, mas ser essas duas coisas juntas é muito difícil”, revela Máximo.
Foram escolhidas 16 canções e marchinhas que Flávio compôs para o carnaval de Belo Horizonte. “Uma das características dele era saber transitar entre os jovens e os artistas com estrada”, diz Máximo, que se emociona ao falar do amigo. A direção musical é de Rafael Martini.

MARCHINHAS

Compositor diverso, com capacidade de propor sons e harmonias inusitadas, Flávio deixou sua marca no carnaval de BH. “A obra dele é de enorme importância. As canções mais conhecidas estão no show, tem também choros maravilhosos. Nossa tentativa é mostrar essa diversidade. Incluímos o pout pourri com as principais marchinhas, uma tentativa de colocar o ser político que o Flávio era. Ele estava preocupado com a política e o momento (do país), fazia isso com muito humor. Eram marchinhas incríveis, alegres e sarcásticas”, afirma Máximo.
Flávio Henrique produziu os primeiros discos de Vitor Santana
. “A notícia da morte, por febre amarela, veio de jeito trágico, mas nos demos conta da efeméride dos 50 anos dele. É uma forma de coroar a história do Flávio”, diz Vítor. No último réveillon, os dois fizeram uma canção, ainda inédita. “Estaremos todos juntos na energia da celebração. Estamos juntando forças pra fazer isso lá no Palácio das Artes”, conclui Vítor Santana.

FLÁVIO HENRIQUE 50 ANOS
Show nesta sexta-feira (20), às 20h30. Grande Teatro do Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Entrada franca. Retirada de ingressos na bilheteria do teatro, limitada a quatro entradas por pessoa.

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