Banda Eddie não perde a leveza e traz temas existenciais em novo disco

Grupo pernambuco investe em novas ideias, temas existenciais e na defesa do meio ambiente. Pupillo assina a produção de 'Mundo engano'

por Matheus Rangel 28/02/2018 10:59

Beto Figueiroa/Divulgação
Grupo com mais de duas décadas de carreira se inspirou na própria trajetória para novo álbum. (foto: Beto Figueiroa/Divulgação)

Ao longo de duas décadas de trajetória, a Banda Eddie acumulou experiência suficiente para saber aonde quer chegar. Às vezes, porém, faz questão de fechar os olhos e se perder no caminho com a esperança de esbarrar acidentalmente em novas ideias. Quem acredita nisso é o vocalista Fábio Trummer, que se abriu à possibilidade de absorver todo o aprendizado possível no processo de produção de Mundo engano, sétimo álbum do grupo pernambucano.

Disponibilizado nas plataformas digitais desde segunda-feira (26), o disco é resultado de 14 meses de trabalho em estúdio sob o comando do produtor Pupillo, baterista do grupo Nação Zumbi, ícone do manguebeat. De propósito, o tempo e o custo de produção foram significativamente superiores aos do trabalho anterior, Morte e vida (2015).

“Estúdio é uma escola muito intensa. No outro disco, fizemos o teste de produzir com menos grana e tempo. Neste, foi o contrário. Nos entregamos ao Pupillo, um produtor novo, mas experiente, e deixamos que ele nos guiasse”, descreve Trummer.

O esmero de Mundo engano incluiu até preparação fonoaudiológica de Trummer. “Numa carreira longa, você precisa sempre aprender a evoluir. Foi um trabalho muito bacana e estou percebendo o resultado disso pelos comentários das pessoas. Talvez a gente tenha conseguido uma voz mais clara para a emoção, e não necessariamente só para o verbo”, diz.

Apesar do conceito de “esbarrar em novas ideias”, na qual Trummer acredita, a sonoridade de Mundo engano reforça a identidade da banda. “Conseguimos colocar ali os ritmos que a gente frequenta. As festas diferentes, as pistas de dança diferentes. Uma coisa ‘muito Eddie’ que fizemos é falar sério nas letras, mas sem deixar a leveza nas músicas mais dançantes. Mesmo as faixas com temas mais existenciais não são ‘cabeçudas’. Também mantivemos a veia de levantar algumas bandeiras, como a defesa do meio ambiente”, enumera Fábio Trummer.

O mar é elemento recorrente nas letras das faixas A correnteza, O samba surf, O mar apaga e O mar lá fora. A associação imediata com o litoral pernambucano foi inevitável, mas Fábio afirma que não foi essa a intenção. “Estamos falando de praias universais. Até mesmo a praia nórdica que visitamos durante uma turnê. Contudo, é legal que as pessoas leiam assim, pois estão vendo o regional no universal.  Eddie toca muito em Olinda, mas também costuma se apresentar fora do país”, comenta o vocalista.

Assuntos políticos ficaram de fora para manter a tão citada “leveza do ser”. Nas 10 faixas, a banda – composta também por Alexandre Urêa (percussão e voz), Andret Oliveira (trompetes, teclados e samplers), Rob Meira (baixo) e Kiko Meira (bateria) – contou com as participações especiais de Jorge du Peixe (Nação Zumbi, em Brooklin), Tiné (backing vocal), Frederica Bourgeois (flauta) e Everson Pessoa (violão de sete cordas).

 

Abaixo, confira o single A correnteza: 

 


MUNDO ENGANO

De Banda Eddie
10 faixas
Disponível nas plataformas digitais

MAIS SOBRE MUSICA