Jota Quest, Pato Fu, Skank e Tianastácia se apresentam no Palácio das Artes

O Jota revê seus 25 anos em show acústico, as outras bandas se unem para comemorar o aniversário da capital

por Mariana Peixoto 03/11/2017 07:55
Cesar Ovalle/Jota Quest/Divulgação
(foto: Cesar Ovalle/Jota Quest/Divulgação)

De hoje a segunda-feira, as quatro principais bandas da geração 90 do pop rock de Belo Horizonte serão as atrações no principal palco da cidade. O Jota Quest dá início à curta temporada no Grande Teatro do Palácio das Artes. Hoje (3) e sábado (4), o grupo apresenta seu show acústico, com repertório que relê uma carreira de quase 25 anos.

Na segunda-feira (6), Skank, Pato Fu e Tianastácia se reúnem para a apresentação única de A música da cidade, show que antecipa as comemorações dos 120 anos de BH (em 12 de dezembro).

Jota Quest – Acústico: Músicas para cantar junto é o quinto álbum ao vivo da banda. Mesmo com muita cancha de palco, os integrantes admitem não ter sido fácil fazer o registro, gravado em maio, durante duas noites, nos Estúdios Quanta, em São Paulo.

Com a palavra, o vocalista Rogério Flausino: “Queria ter cantado mais suave, mas no dia da gravação a gente ficou muito nervoso, tanto que acabei cantando forte. Agora, nos shows, quando a tensão já passou, estou cantando do jeito que deveria ter sido na gravação.”

Uma das explicações para tamanho nervosismo foi que a banda não conseguiu fazer nem sequer um ensaio completo de todo o repertório. E a lista é grande: 25 músicas, três delas inéditas: Morrer de amor (Alexandre Carlo), A vida e outras histórias (Marco Túlio Lara, Tibless, Simões e Leoni) e Você precisa de alguém (Marcelo Falcão).

A verdade é que, mesmo trabalhando em um repertório conhecido – estão lá todos os hits, da seminal Encontrar alguém (1996) à dançante Blecaute, de Pancadélico (2015) –, a ideia foi não repetir o que já havia sido feito.

“Tudo foi difícil. Como a gente estava naquela de desconstruir cada música, não queríamos lembrar nada delas, o arranjo tinha que ser outro. O complicado é que eram músicas com uma identidade forte”, comenta o baterista Paulinho Fonseca.

Ele diz ter dado muita dor de cabeça para Liminha, que assinou a produção. Paulinho saiu à procura de sons que dessem uma nova cara à bateria. “Quando achei tudo o que queria, mandei fazer uma bateria nova com as características dos sons que tinha achado. Aí o Liminha surtou”, relembra. O Jota perdeu alguns bons dias de ensaio, pois Paulinho teve que viajar para buscar o instrumento.

COMPLICADO O baixista PJ, responsável pela assinatura de muitos grooves da banda, usou vários instrumentos nos ensaios. Porém, foram apenas dois baixos na hora de gravar. Já o tecladista Márcio Buzelin usou instrumentos analógicos por insistência de Liminha. “É complicado mudar a estrutura de uma banda com mais de 20 anos. Sofremos para sair da nossa zona de conforto.”

Serão 11 pessoas no palco. O repertório, com CD e DVD prontos, dá uma boa perspectiva da carreira do Jota Quest. Das músicas mais dançantes estão As dores do mundo, Mandou bem e Na moral, além das já citadas.

O que chama a atenção é o tom das canções. Três delas têm amor no título: Amor maior, Morrer de amor e Daqui só se leva o amor. Várias outras trazem mensagens positivas, tanto de amor romântico quanto de amor entre as pessoas ou de esperança (Dias melhores, Dentro de um abraço, O sol, que na gravação contou com a participação de Milton Nascimento).

“Acho que só fui sacar isso depois”, diz Flausino. “Fico feliz, pois a banda tem frases e pensamentos que geram uma energia gostosa, vão além do pop. Falo isso não no mau sentido, mas o inerente ao artista pop é a busca pelo sucesso, pelos grandes palcos. A gente é assim. Porém, temos canções que ficaram pela mensagem. Quando fizemos Dias melhores, por exemplo, não poderíamos imaginar que ela viraria o que virou. E olha que não foi um single forte. Ainda hoje tem gente de instituições pedindo para usar essa música em campanhas (sociais), e a gente libera. Só que nada disso foi programado”, diz Flausino.

Tulio Santos/EM/DA Press
(foto: Tulio Santos/EM/DA Press)

BANDAS UNIDAS


O show de segunda-feira é mais despretensioso. Produzido pelo projeto social Querubins, A música da cidade vai reunir, pela primeira vez no mesmo palco, as bandas Skank, Pato Fu e Tianastácia.

A ideia é simples. Primeiramente, o Pato Fu, depois o Skank e por último o Tianastácia, cada um tocando seis músicas de seu repertório. A parte final será com O sol – a canção foi popularizada pela gravação do Jota Quest, mas é do Tianastácia. Foi composta pelo guitarrista Antônio Júlio.

O baixista Beto Nastácia não descarta participações surpresas. “Tudo vai ser ao vivo, sem ensaio, para não perder a espontaneidade”, comenta ele.

Das três bandas, apenas o Skank não está com trabalho novo na praça. O Tia, que completou 21 anos em 2017, lançou, em julho, Escorrega 1 cai 5, seu 10º álbum de estúdio. O título, de acordo com Beto, é “uma cutucada na política brasileira”, em que todos (ou quase) estão caindo juntos. É o primeiro trabalho da banda gravado pelo baterista Alexandre Vermelho, que há dois anos entrou no grupo em substituição a Glauco, que hoje toca com o Pato Fu.

BRINQUEDO Por falar no Pato Fu, o grupo também tem novidades. Em setembro, lançou Música de brinquedo 2. Sete anos depois do trabalho original, a banda refaz o mesmo caminho: regravar, com instrumentos para crianças, clássicos do universo pop.

É claro que, na segunda-feira à noite, como se trata de um show de comemoração, o repertório dos grupos será centrado nos principais sucessos. Assunto no qual o Skank, decano das bandas mineiras, é mestre. Tanto que, no fim deste mês, vai gravar, no carioca Circo Voador, o disco ao vivo que reunirá canções de seus primeiros três álbuns: Skank (1992), Calango (1994) e O samba poconé (1996).


ACÚSTICO JOTA QUEST: MÚSICAS PARA CANTAR JUNTO
Sexta (3) e sábado (4), às 21h. Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Ingressos esgotados.

A MÚSICA DA CIDADE
Com Skank, Pato Fu e Tianastácia. Segunda-feira (6), às 20h. Palácio das Artes. Plateia 1: 3º lote, R$ 135 e R$ 67,50 (meia). Plateia 2: 2º lote, R$ 100 e R$ 50 (meia). Plateia superior: 2º lote, R$ 80 e R$ 40 (meia). Recomenda-se verificar previamente a disponibilidade de ingressos.

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