Scalene apresenta em BH o show do disco 'Magnetite', lançado em agosto

Brasilienses e antenados com os problemas do mundo atual, grupo defende o rock 'verdadeiramente brasileiro'

por Redação EM Cultura 06/10/2017 09:27

Breno Galtier/Divulgação
Banda promete apresentar repertório dos discos anteriores (foto: Breno Galtier/Divulgação)

A banda Scalene apresenta em BH no próximo domingo (08) as canções do disco Magnetine, lançado em agosto. Porém, o repertório não ficará restrito às novas composições. Fãs podem esperar faixas de trabalhos anteriores, como Legado e Histeria, do álbum Éter (2015), e Surreal, do pioneiro Real/Surreal (2013).

 

Entre as novidades está Cartão-postal, que fala sobre amadurecimento e identidade. Uma das inspirações dessa letra foi a participação do grupo no Superstar, o reality show da Globo que o projetou. Foi uma experiência em que tivemos de lidar com expectativas e opiniões dos outros, um processo que poderia ter tirado a gente do nosso caminho. O programa nos colocou em evidência, mas conseguimos não mudar a nossa essência para ampliar o público ou permanecer na mídia'', afirma o vocalista e guitarrista Gustavo Bertoni. Tomás Bertoni (guitarra), Lucas Furtado (baixo) e Philipe Mkk Nogueira (bateria e vocal) são os outros integrantes da brasiliense Scalene.

O novo álbum aborda questões contemporâneas. A fugacidade das redes sociais está em Esc (Caverna digital), que fala de uma sociedade ''digitalmente perdida''. Heteronomia trata do aprisionamento dos indivíduos a padrões, enquanto Distopia critica igrejas que mercantilizam a fé.

As letras dialogam com os problemas políticos e sociais brasileiros. ''Uma das belezas da arte é a capacidade de sintetizar um excesso ou a falta que as pessoas estão sentindo. Nos últimos dois anos, rodamos o Brasil e conhecemos muito deste país. Por isso, questões assim acabam surgindo no nosso trabalho. É um processo natural'', destaca Gustavo.

O guitarrista diz que a brasilidade, expressa nas letras autorais e no ritmo está entre os diferenciais da banda. ''Uma coisa muito comum é o rock gringo cantado em português. Desde o início da carreira, sentimos a necessidade de imprimir identidade ao nosso trabalho. A gente queria fazer um rock verdadeiramente brasileiro. Nossa cultura é muita rica. Tem sido um privilégio percorrer o país e absorver tudo o que é produzido aqui, principalmente na cena alternativa'', afirma Bertoni.

ROCK IN RIO Em setembro, no Rock in Rio, Scalene foi a atração de abertura do Palco Mundo, na mesma noite em que se apresentaram Aerosmith, Fall Out Boy e Def Leppard, referências no cenário internacional. ''É incrível participar de um festival lendário como esse. Daquelas 100 mil pessoas, só umas 10 mil deviam conhecer nossas músicas, mas mesmo assim conseguimos agitar a galera. A recepção foi muito positiva, nossa sensação é de que batalhamos oito anos para chegar àquele momento'', enfatiza Gustavo.

O guitarrista não vê problemas em ''não roqueiros'' participarem do evento. "O Rock in Rio nunca foi só rock. Lady Gaga, pela atitude, ousadia e pela mudança que propõe, pode ser mais roqueira do que muito show de rock por aí."

 

SCALENE
Lançamento do álbum Magnetite. Domingo (8/10), às 18h. Music Hall (Av. do Contorno, 3.239, Santa Efigênia). Ingressos a partir de R$ 70 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Vendas on-line: www.ticketbrasil.com.br.
 

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