“Damos risadas com as lembranças e nos divertimos muito, como crianças. Resgatamos um amor de irmãos muito profundo entre nós”, relata a cantora. Criado em 1969, o grupo lançou em 1972 seu disco mais conhecido, o clássico Acabou chorare, com os sucessos Preta pretinha e Brasil pandeiro. A banda acabou em 1979, já com alguns de seus integrantes apostando em carreiras solo. Houve reuniões de lá para cá (de uma delas nasceu Infinito circular), mas foi a deste ano, em maio, que vingou mesmo.
“Recebemos um convite para a reinauguração da Concha Acústica, em Salvador, que deu origem a esse reencontro histórico. Não conseguimos mais parar, pois principalmente a juventude chegou junto nas redes sociais e as propostas de turnê vieram com força total. Estamos amando curtir esses momentos de reconhecimento tão amoroso. A semeadura é opcional, mas a colheita é obrigatória”, filosofa Baby.
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A sonoridade que cativou o público décadas atrás – mistura vibrante e alegre de samba, rock e bossa nova – é a marca registrada da banda, acredita. “Os Novos Baianos deixaram um dos legados mais importantes da música brasileira e são um divisor de águas. Entre as fusões rítmicas tão desenvolvidas pelo grupo está a que deu origem ao rock brasileiro, o resgate do cavaquinho, bandolim, bumbo, tamborim e do afoxé”, observa. Mas não é só isso.
A identificação com a filosofia de vida que o grupo adotou nos anos 1970 – os músicos viviam em comunidade, “tocando” tudo juntos, da carreira aos filhos – parece continuar encantando as gerações. “Como existe a preciosa coerência entre essas coisas no grupo, pois tudo o que se vivia era transformado em letras que ressoavam nas melodias e arranjos, o som dos Novos Baianos transmite também para as novas gerações uma vibração de alegria, felicidade, amor e, sobretudo, verdade”, conta Baby.
Guitarrinha
“É lindo ver como atingimos um público jovem que tem sede de conhecer tudo sobre os Novos Baianos”, comemora a cantora. Segundo ela, os integrantes souberam atravessar o momento dramático da ditadura no Brasil na medida em que imprimiram nas canções a filosofia que marcou o período em que viveram juntos. E, no meio disso tudo, os rebentos aprenderam o que é ser artista. Pedro Baby (filho de Baby e Pepeu) e Davi Moraes (filho de Moraes Moreira) são apenas dois exemplos.
“Demos a eles guitarrinhas e os colocamos no palco. Eles gostaram e desenvolveram seus talentos. Os pais devem dar o melhor de si para os filhos; e o meu sempre foi a música. Pedi a Deus que me desse filhos músicos para que pudesse contribuir de alguma forma na vida deles. E Deus me deu essa família de sete músicos extraordinários. Além dos seis filhos, tenho uma neta, Rannah Sheeva, que canta lindo, é compositora e, além disso, é mineira”, orgulha-se.
Para Baby, eis a melhor mensagem que pode ser deixada para as novas bandas, que continuam a citar os Novos Baianos como influência: “Para se fazer uma obra como essa, não basta talento. É fundamental ter união, amor, tolerância, fé, sabedoria e domínio próprio. Pois não colocamos o dinheiro com alvo principal ao buscar a arte, mas dividimos tudo para multiplicar. Esta foi a principal chave para o nosso sucesso: o amor”, conclui.
ACABOU CHORARE: OS NOVOS BAIANOS SE ENCONTRAM
Sábado, às 22h. BH Hall. Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro, (31) 3209-8989.
Ingressos: de R$ 180 a R$ 220 (inteira), à venda na bilheteria (das 12h às 20h) e no site www.ticketsforfun.com.br