Relembre a história de Vander Lee e os grandes momentos da carreira do músico

Compositor mineiro faleceu nesta sexta-feira. Vander Lee tinha 19 anos de carreira e nove discos gravados

por Luiz Fernando Motta Estado de Minas 05/08/2016 10:07

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(foto: Reprodução/Facebook)

Conhecido por versos em que brincava com as palavras para falar do amor e do cotidiano, Vander Lee cantava sua simplicidade por meio da música. Com 19 anos de carreira e nove discos gravados - entre registros ao vivo e de estúdio -, o compositor mineiro viu grandes nomes da música nacional interpretarem suas canções, como Elza Soares, Gal Costa, Emilinha Borba, Maria Bethânia, Nando Reis, Rita Ribeiro, Margareth Menezes, Luiza Possi, entre outros.

Nascido em Belo Horizonte, em 1966, Vander Lee era o do meio entre sete irmãos e foi criado no Bairro Olhos D'água. Ele começou tocando em bares, abrindo shows de Maurício Tizumba no bar Vila Velha. O repertório ainda era pequeno, mas pouco depois veio a primeira demo, gravada com o guitarrista Luiz Peixoto, com as músicas próprias Natureza, Caminhada, Minas Gerais e Canção do bicho homem.

Passou a se apresentar em outros bares da noite belo-horizontina saiu da casa dos pais, o emprego e a escola para viver da música, no início, contando com o grande apoio de Tizumba.

Em 1987, participou do projeto Segunda Musical, no Teatro Francisco Nunes e fez a primeira apresentação baseada em composições próprias. No mesmo ano, participou do festival de música "Canta Minas" e ficou em segundo lugar com a música Gente não é cor. A premiação impulsionou Vander Lee a gravar o primeiro disco independente.

Nesta época, a assinatura do cantor ainda era Vanderly, mas o engano de um locutor de rádio, que o chamou de Vanderley, o fez repensar o nome artístico.

IMPULSO Em novembro de 1998, Vander Lee soube do lançamento de um livro de Elza Soares, no Cozinha de Minas. O mineiro superou a timidez e levou o disco até a cantora. Duas semans depois, Elza o ligou e pediu para incluir a música Subindo a Ladeira nos shows dela. Vander Lee dividiu o palco com ela em uma apresentação, em BH e logo depois em vários espetáculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A partir daí viu seu nome projetado para todo o país.

Em 1999, o produtor Mário Aratanha ouviu músicas inéditas de Vander Lee e o convidou a gravar um CD pelo selo Kuarup. No balanço do balaio rendeu boas críticas e teve participações do gaitista e produtor Rildo Hora e de alguns companheiros mineiros como Maurício Tizumba, Tambolelê, Raquel Coutinho e do pai, José Delfino.

Vander Lee foi chamado para fazer vários shows, quando foi morar na capital carioca e conheceu o poeta Sérgio Natureza. O escritor fez a ponte até Luiz Melodia, que apadrinhou o projeto Novo Canto, naquele ano, com apresentações em Copacabana, São João do Meriti, e, pouco depois, outras performances conjuntas em BH e São Paulo.

Em 2003, Vander Lee conquistou o terceiro lugar no 6º Prêmio Visa, entre três mil concorrentes. A premiação deu fôlego para o primeiro disco ao vivo, que trouxe participações especiais de Elza Soares e Rogério Delayon.

Faixa Esperando Aviões, que foi lançada no disco ao vivo de 2003:



A gravadora Indie Records distribuiu o disco e, em 2004, viabilizou o lançamento do álbum Naquele Verbo Agora, que trouxe os hits Brêu, Meu Jardim e Iluminado.

As faixas do disco foram muito executadas nas rádios e o fizeram finalista do Prêmio Tim de Música, nas categorias “Melhor Disco” e “Melhor Cantor” da Canção Popular.

 

Em 2006, gravou o CD e DVD Pensei que fosse o céu, mostrando versatilidade entre a MPB, o samba e o funk. Com o registro, conquistou o Prêmio TIM na categoria “Melhor Disco de Canção Popular”.

Sucesso Galo e Cruzeiro foi incluída no DVD Pensei que fosse o céu:


Fez shows internacionais, se apresentando em Turim, na Itália, em 2008, além do Festival SXSW, nos Estados Unidos e do Festival Romerias de Mayo, em Cuba, ambos em 2009. Em 2010, votlou ao SXSW e em 2013 se apresentou em Lisboa, na programação do "Ano do Brasil em Portugal".


Em 2009, Vande Lee lançou o disco Faro, com dez canções novas e duas regravações, Obscuridade, de Cartola e Ninguém vai tirar você de mim, de Edson Ribeiro e Helio Justo que virou sucesso na voz de Roberto Carlos.

 

O trabalho seguinte foi Loa, em 2014, disco romântico de MPB com arranjos delicados de piano, violões, sax e flauta.


No ano passado, Vander Lee lançou seu nono disco, com 12 faixas, todas assinadas por ele, exceto Idos janeiros, feita com Flávio Venturini. Confira matéria do Estado de Minas sobre o disco.

Vander Lee participou da Virada Cultural de Belo Horizonte. No sábado, ele subiu ao palco para cantar No Balanço do Balaio na companhia de Flávio Renegado.

Há apenas um mês, no dia 2 de julho  Vander Lee esteve no Rio de Janeiro, e gravou um DVD no Teatro Tom Jobim, em comemoração aos 20 anos do lançamento do primeiro disco. O registro tem lançamento previsto para 2017.

 

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