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No Palácio das Artes, desde o momento em que o locutor pronunciou, com voz impostada, a frase “ladies and gentlemen, mister B.B. King”, abrindo o show, até o indefectível bis, o Rei do Blues exibiu talento, humor e irreverência em doses de extrema generosidade. Os solos de guitarra, invariavelmente acompanhados do balançar da cabeça, as brincadeiras com o público e com os demais músicos da banda e o prazer de tocar para uma plateia atenta e fascinada marcaram as quase duas horas de espetáculo. A apoteose da plateia veio quando o bluesman tocou Lucille, a música homônima à sua guitarra. No fim, no hall de entrada do Palácio das Artes, a conversa nas muitas rodinhas de fãs que se formaram podia ser resumida em poucas palavras: “genial, extraordinário”, fantástico”.
Nove anos depois, no Minascentro, os problemas de acústica do auditório causaram certo desconforto em algumas pessoas do público, mas King não se perturbou. A magia de sua guitarra, como ao longo dos seus 70 anos de carreira, manteve-se intacta e fascinante. É por isso que digo, com orgulho: “Meninos e meninas, eu vi e ouvi B.B. King por duas vezes”.