Famosos lamentam morte de Inezita Barroso

Cantora morreu neste domingo, aos 90 anos

por Fernanda Machado Correio Braziliense 09/03/2015 10:20

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Cantora Inezita Barroso
(foto: Cantora Inezita Barroso)
Semana triste para a moda caipira brasileira. Depois de José Rico, da dupla com Milionários, no último domingo o cancioneiro popular perdeu uma de suas divas: Inezita Barroso morreu, aos 90 anos, vítima de uma insuficiência respiratória. O corpo de Inezita está sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e o sepultamento marcado para as 17h no Morumbi, na capital paulista.

Inezita Barroso estava internada desde o último dia 19 de fevereiro no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde inclusive comemorou o aniversário de 90 anos no último dia 4 de março. Em dezembro de 2014 a cantora havia sido internada por conta de uma queda. Inezita deixa uma filha, três netas e cinco bisnetos.

Inspiração para várias gerações de cantores caipiras e sertanejos, Barroso foi homenageada por famosos na internet. Confira:
 
 
 

Sem palavras! #RIP obrigada pelos #ensinamentos!! #mestre

Uma foto publicada por Roberta Miranda (@robertamiranda) em

 
 
 
 
 
Maurício de Sousa prestou homenagem à cantora Inezita Barroso, que morreu aos 90 anos, nesse domingo, 8. O criador da Turma da Mônica desenhou Chico Bento triste, com lágrima nos olhos, dizendo: ''Inezita...Sodade da voiz da minha terra!''. Inezita era a mais antiga representante da música caipira no país.  
 
Mauricio de Sousa/Divulgação
(foto: Mauricio de Sousa/Divulgação)
 
 
Universo caipira

A paulistana, nascida em 4 de março de 1925, veio de uma família aristocrática e peitou a sociedade conservadora para tornar-se artista. O choque foi ainda maior por ela ter entrado no universo caipira, tradicionalmente habitado por homens. Inezita cantava lindamente, tocava a viola com propriedade e dedicou-se também a estudar a música de raiz.

Nascida no bairro paulistano da Barra Funda, Inezita, que também foi atriz e professora, começou os estudos de violão e piano ainda na infância. A carreira profissional, contudo, só veio a ganhar força na década de 1950, quando ela se apresentou em um recital no Teatro Santa Isabel, em Recife, e acabou sendo contratada pela Rádio Clube, na capital pernambucana.

A dedicação de Inezita à música caipira de raiz extrapolou os meios de comunicação de massa e chegou às salas de aula. A artista ministrou vários cursos e palestras sobre o folclore brasileiro ao longo de sua trajetória, além de ter sido professora de história da música popular em duas universidades em São Paulo.
 
A carreira de cantora de Inezita Barroso ostenta invejáveis 80 discos em 60 anos de estrada. Seu maior sucesso é 'Moda da pinga' (também popularizada como 'Marvada pinga').
 
 
 
A carreira de atriz rendeu convites para que Inezita participasse de sete longas-metragens. Por Mulher de verdade, de 1954, ganhou o Prêmio Saci, uma importante honraria da época. Ela participou também de 'Carnaval em lá maior' (1955) e 'Desejo violento' (1978). Os prêmios, inclusive, vieram aos montes na carreira de Inezita: são pelo menos 200, entre eles um Prêmio Sharp de Música, como melhor cantora regional, e um Prêmio Roquete Pinto, como melhor cantora de rádio. Ela gravou 80 discos ao longo dos anos.

Viola, minha viola

Para as novas gerações, Inezita Barroso tornou-se conhecida, sobretudo, por comandar o programa Viola, minha viola, da TV Cultura. Exibida ininterruptamente há 35 anos pela emissora, a atração é um dos últimos representantes da música caipira de raiz nos meios de comunicação de massa, sobretudo na televisão.

Folias de reis, reisados, batuques, catiras e cururus: há espaço para todos os gêneros no Viola, minha viola, apresentado nas manhãs de domingo com a voz marcante e o sotaque inigualável de Inezita. A cantora também dava suas palinhas por entre os convidados, de Pena Branca e Xavantinho a Chitãozinho & Xororó.

A carreira dela na tevê, entretanto, é ainda mais longa. Foi a primeira cantora contratada da TV Record, e também protagonizou programas nas TVs Tupi do Rio e de São Paulo, além de emissoras de estados como Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Pará, Amazonas, Maranhão e Minas Gerais.

O trabalho de Inezita é tão reverenciado pelos apreciadores da música de raiz que a artista foi enredo de pelos menos cinco escolas de samba paulistas. Violeira de mão cheia, ela se apresentou ao lado de orquestras regidas por nomes como Radamés Gnatalli, Guerra Peixe e Hervê Cordovil.

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