Bruno Capinan lança o primeiro disco no Brasil, inspirado no samba e na bossa nova

No CD, o "baiano-canadense" conta com participações de Mallu Magalhães, Luisão Pereira e Bem Gil

por Mariana Peixoto 23/12/2014 00:13

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Oliver Banyard/Divulgação
Oliver Banyard/Divulgação (foto: Oliver Banyard/Divulgação)
Radicado há 13 anos em Toronto, o baiano Bruno Capinan só veio descobrir a veia de cantor e compositor no Canadá. Até então ator, lançou naquele país, há quatro anos, Gozo, seu álbum de estreia. Como esse primeiro trabalho ficou restrito ao mercado externo, Tudo está dito também tem gosto de estreia. Lançado nas plataformas digitais, o trabalho deve ganhar sua versão física no início de 2015. Simultaneamente, o álbum saiu em CD no Japão pelo selo P-vine.

Ainda que boa parte de sua carreira tenha ocorrido lá fora, o disco é uma produção quase 100% brasileira. Produzido pelo conterrâneo Luisão Pereira, o trabalho foi gravado entre Salvador, Lisboa e Rio de Janeiro. Bem-acompanhado, Bruno reúne no disco nomes que dispensam apresentações. Amigo de Mallu Magalhães, mandou para ela, por e-mail, o convite para que dividisse com ele a canção Sambolento. Ela não só aceitou de imediato como se propôs a fazer as ilustrações. Criou pelo menos 50 desenhos, que estão na capa e no encarte.

 MADAME SATÃ


“Dei a ela a ideia para que fizesse desenhos meio Madame Satã misturado com Marcel Duchamps. O primeiro que ela me enviou virou a capa”, conta Bruno. A banda que o acompanha traz, entre outros, Domenico Lancellotti na bateria e Bruno di Lullo (da banda Tono) no baixo. “Os dois estavam em turnê com a Gal (no show Recanto), então tivemos que esperar para poder gravar as bases”, explica.

Para chegar às 10 canções do repertório, Bruno e Luisão trabalharam sobre material extenso. A partir de um incidente marcante – “tomei remédios para dormir misturado com outras substâncias, o que me deu uma paranoia achando que iria morrer, ainda mais longe de casa” –, ele compôs uma centena de músicas. “Cento e três, para ser mais específico”, revela.

“Sempre quis fazer um disco de samba e bossa nova. Quando vi, tudo o que escrevia era nesses gêneros”, conta ele. Outro fator norteou a seleção do repertório: temas versavam sobre a boemia e as dificuldades de morar longe das origens. Com voz delicada, em tom bastante agudo, Bruno desfia canções que versam sobre o mar, o carnaval e a noite, sempre de maneira suave.

Com um disco bem brasileiro, Bruno está em Toronto, mas em janeiro retorna ao Brasil, onde inicia turnê com a banda formada por Domenico Lancellotti, Di Lullo e Bem Gil. Desta vez, não tem data para ir embora. Pretende ficar por aqui até rodar boa parte do país.

MAIS SOBRE MÚSICA