Madian e O Escarcéu mistura ritmos populares à música erudita em disco de estreia

Trabalho do grupo é influenciado pela literatura do mineiro Guimarães Rosa

por Carolina Braga 06/03/2014 07:00

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Sheyla Castelo Branco/divulgação
O trio Madian e O Escarcéu está rodando o Brasil para divulgar o seu trabalho (foto: Sheyla Castelo Branco/divulgação)
Desde que a banda maranhense Madian e O Escarcéu colocou o disco 'Sinfonia de baticum' na estrada, o trio Madian Filho (voz, violão e cavaco), Érico Monk (guitarra e vocal) e Miguel Ahid (contrabaixo) não teve descanso. A turnê já passou por nove estados e 17 cidades. Só agora os músicos desembarcam em BH. Daqui eles partem para Teresina e Brasília. Em 29 de abril, fazem show em Quito, no Equador.

Hoje à noite, o álbum de estreia será apresentado aos mineiros no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie. “Temos dois produtos: o CD 'Sinfonia de baticum' e o show. Ao vivo é mais visceral, mais rock’n’roll”, detalha Miguel Ahid. Isso porque o disco surgiu de um conceito “bem-amarrado”, segundo ele. A ideia é trabalhar ritmos tradicionais do Nordeste e fazer uma leitura da música afromaranhense em diálogo com arranjos orquestrais assinados pelo maestro Vidal França.

O som do Madian é conhecido por suas harmonias não convencionais, mudanças de andamento e melodias em contracanto, além de instrumentos eruditos mesclados com modernos. Chamam a atenção a percussão e o ritmo bem-acentuado.

Miguel Ahid conta que a produção do CD se deu em duas etapas. A base – violão, baixo e bateria – foi gravada com instrumentistas parceiros de São Luís. A parte orquestral ficou a cargo de músicos eruditos, em São Paulo. Vinte e cinco artistas participaram da gravação. “É daí que surge o nome 'Sinfonia de baticum': erudito, mas com o nosso sotaque”, resume Miguel.

Nonada

Na apresentação desta noite, a banda Madian e o Escarcéu apresentará sete faixas do CD de estreia. O restante do repertório contará com algumas faixas do próximo CD, em fase de criação. Ele vai se chamar 'Nonada', referência à primeira palavra do romance 'Grande sertão: Veredas', inventada por Guimarães Rosa.

A palavra rosiana também batiza uma das canções de Madian Filho. “Ele tem muita intimidade com a questão da literatura e da poesia, versa sobre questões universais. O cara transita entre o lúdico e o cartesiano”, comenta Miguel Ahid sobre o colega de banda.

O disco 'Nonada' está na fase de pré-produção. Os arranjos, mais uma vez, ficarão a cargo de Vidal França. “Ele já deve ter finalizado os arranjos. A tendência é, no meio do corre-corre da turnê, a gente encontrar um tempo para parar e gravar. Ao longo do segundo semestre, a ideia é trabalhar o novo CD em vários festivais”, conclui o baixista.

Talento do maranhão

Nascido em São Luís, o multi-instrumentista Madian Filho iniciou suas atividades como baterista e percussionista. O artista maranhense percorreu o Brasil para estudar ritmos folclóricos e regionais de vários estados. Em 2012, quando voltou à terra natal, ele se juntou ao grupo O Escarcéu, que reunia premiados músicos do estado. A turnê do CD 'Sinfonia baticum' começou em outubro do ano passado.

MADIAN E O ESCARCÉU
Show de lançamento do disco Sinfonia de baticum. Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Hoje, às 20h. Entrada franca. Ingressos devem ser retirados a partir das 18h.

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