O guitarrista norte-americano Nile Rodgers, fundador da banda Chic (ícone da disco music) e conhecido por sua palhetada cheia de suingue no instrumento, vai participar de duas músicas do próximo disco do grupo mineiro Jota Quest, ainda sem nome e em fase de gravação. Antes que comecem as acusações de oportunismo – Nile participou de 'Ramdom access memories', o recém-lançado e bem falado disco do Daft Punk –, vale lembrar que essa conversa começou há dois anos.

Quem articulou a parceria foi o baixista do Jota Quest, PJ. “Fazíamos versões do Chic, que sempre foi influência para nós. A gente teve a oportunidade de tocar com o grupo há dois anos em São Paulo. Fiz o contato e começamos a trocar ideia”, lembra o músico mineiro. Resultado: Rodgers passou o último fim de semana no estúdio Avatar (em Nova York, nos Estados Unidos), por conta de gravar sua famosa guitarra em duas músicas que estarão no próximo álbum do Jota Quest.

“Ficou superlegal, encaixado e bem disco. Vamos torcer para que essas sejam as músicas de trabalho, mas ainda é cedo para falar disso”, conta PJ. O músico acredita que essa participação especial será marco do momento pelo qual passa sua banda: “A guitarra rítmica dele não tem igual, é a sua marca registrada. Quem conhece o estilo reconhece na hora. Isso tem tudo a ver com as nossas raízes, que estarão de volta nesse próximo disco. Será bem funk e soul”.

Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest, revela que o produtor do álbum, Jerry Burns (baixista que toca com Nile Rodgers), voltará a Belo Horizonte terça-feira para mais uma temporada de trabalho em estúdio com os mineiros. Juntos, desenvolveram cerca de 13 músicas, das quais deverão escolher três para iniciar mixagem nos Estados Unidos. Uma delas, que será o single do disco novo, será lançada em agosto. “Se conseguirmos ser hábeis, o disco sairá ainda este ano”, comenta Rogério.

O artista afirma, ainda, que outros amigos estão envolvidos na produção ao lado de Burns e que estão programadas participações de convidados especiais nas gravações. A propósito, é possível que o Jota Quest viaje até Nova York para concluir as gravações – metais e percussão estão sendo gravados por músicos de lá. “Estamos encerrando um ciclo e começando outro a partir do que a gente fazia no início. Foi um tempo muito bom e saudoso, com espontaneidade enorme”, diz o vocalista.