Orquestra Filarmônica de Minas Gerais vai tocar peça feita exclusivamente para o grupo

'Suíte para harpa e orquestra' foi composta pelo bandoneonista e compositor argentino Daniel Binelli

por Ana Clara Brant 14/05/2013 08:41

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Desde o ano passado, a holandesa Giselle Boeters é a principal harpista da Filarmônica
(foto: Desde o ano passado, a holandesa Giselle Boeters é a principal harpista da Filarmônica)
Com cinco anos de vida e já uma referência no Brasil e no exterior, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais vai viver momento especial nesta terça-feira. Pela primeira vez, um compositor criou uma peça exclusiva para o grupo, regido e dirigido pelo maestro Fabio Mechetti. O renomado bandoneonista e compositor argentino Daniel Binelli foi o escolhido para a tarefa.


Há dois anos, ele esteve em Belo Horizonte se apresentando ao lado da Filarmônica e foi quando Mechetti se interessou pelo trabalho do artista portenho e lhe encomendou uma composição. Assim nasceu a 'Suíte para harpa e orquestra', que terá sua estreia mundial logo mais, executada pela holandesa Giselle Boeters, que, desde o ano passado, é a principal harpista da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. “Já fui encarregado de criar obras para orquestras e grupos de vários países e para os mais diversos instrumentos, como o próprio bandoneon, violino, piano, guitarra e, agora, a harpa. Estou muito honrado em saber que é a primeira vez que a Filarmônica de Minas Gerais encomenda uma peça para alguém. É um prazer e uma satisfação enorme, não só por se tratar de grupo de excelência artística ímpar, como pela solista de grande talento que é Giselle Boeters”, ressalta Binelli.

O argentino revela que criar uma composição para harpa é um trabalho que exige bastante e um desafio. Segundo ele, a combinação de pedals é extremamente complexa e o compositor tem que selecionar cuidadosamente em qual tonalidade vai atuar, e se preocupar não só com o solista, mas com o equilíbrio com a orquestra. “Exige muita técnica e conhecimento e, pela primeira vez, criou-se uma peça com características da música latina. Geralmente, a harpa é associada aos compositores do século 19, como Ravel e Debussy. E a minha peça tem essa influência do tango, da milonga”, comenta.

Daniel Binelli conta que, por ser argentino, tem influência muito grande da música de seu país, mesmo vivendo há muitos anos em Nova York. Apesar de ter buscado inspiração para o tratamento solista da harpa em Ravel e Ginastera, incorporou-os à linguagem do tango e compôs o concerto em três movimentos. “Sou de Buenos Aires, então optei por dar esse espírito mais latino-americano à 'Suíte'. No ensaio, já fiquei emocionado com o resultado e acho que essa combinação de uma composição argentina, e ainda com a regência do maestro convidado, o chileno Maximiano Valdés, além da orquestra brasileira, vai casar bem na hora da apresentação”, acredita Binelli, que já recebeu o Konex Prize como melhor instrumentista de tango.

Concerto Orquestra Filarmônica Minas Gerais
Terça-feira, às 20h30. Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Ingressos: Plateia 1, R$ 60 (inteira); plateia 2, R$ 46 (inteira); e plateia superior, R$ 30 (inteira). Informações: (31) 3236-7400.

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