Massagista que atendeu Paul McCartney no hotel em que estava hospedado em BH confessa que temeu não agradá-lo

Artista britânico gostou tanto que repetiu a experiência

por Clarisse Souza 08/05/2013 08:27

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"Paul era o famoso, mas ele foi tão gentil que senti que naquele momento a estrela fui eu" - Regina Beatriz de Faria
Os 26 anos de experiência pareceram nada diante do nervosismo da massagista Regina Beatriz de Faria, de 47 anos, ao descobrir que seria a responsável por atender o cliente mais ilustre hospedado no Hotel Ouro Minas na sexta-feira passada. Enquanto subia os 25 andares do edifício até a Suíte Presidencial Real, onde o beatle Paul McCartney se preparava para a grande abertura, no Mineirão, em Belo Horizonte, de sua turnê mundial, Regina tentava se concentrar no trabalho que suas mãos deveriam fazer. A ansiedade tinha uma razão específica: Paul havia solicitado uma técnica específica, conhecida como “deep tissue”, à qual já está acostumado, mas a profissional não a conhecia. “Deu um frio na barriga, porque uso uma mistura de vários métodos e tinha receio de que ele pudesse não gostar”, conta. Depois da primeira sessão, o alívio. As mãos da massagista conquistaram o músico, e Paul quis repetir a experiência no dia seguinte.

“Foi emocionante. Ele poderia ter me dispensado por não saber fazer o que ele queria. Mas foi supersimpático e demonstrou ter gostado do meu atendimento”, diz Regina. O serviço fazia parte do pacote fechado pela equipe do artista e a primeira chamada de Paul foi às 13h15 de sexta-feira. A sessão durou uma hora e 20 minutos, e o beatle permaneceu deitado em uma maca colocada no quarto da suíte, enquanto sua mulher, Nancy Shevell, recebia o mesmo tratamento em outra parte do apartamento de 300 metros quadrados. Acostumada a tratar músculos afetados pela tensão provocada por uma rotina estressante, Regina se surpreendeu ao massagear o corpo de Paul McCartney e percebê-lo totalmente relaxado. “Não detectei nada enquanto aplicava a técnica. Ele parecia muito tranquilo.”

O método especial que conquistou Paul não tem um nome específico. É um mix que resulta em uma massagem profunda e relaxante criada pela própria profissional. Segundo ela, o tratamento começa pelo pescoço, passa pelas costas e vai até os pés, com fricções que variam de intensidade. “Ele já está acostumado a ser massageado e pediu-me movimentos mais pesados em alguns momentos”, relata. Para proporcionar melhores sensações, ela contou com o auxílio de cremes e óleos à base de amêndoas. Mas o segredo, ela garante, está no toque.

Ao ser chamada no sábado para repetir o atendimento, a massagista teve ainda uma agradável recepção. Ao entrar no quarto e cumprimentar o músico, ela foi surpreendida com uma saudação em português. “Ele olhou para mim e disse: ‘Bom dia, Regina’. Para mim, aquilo foi o máximo.” Na saída, nova demonstração de carinho ao se esforçar para pronunciar um “muito obrigado”. “A maioria das pessoas não se preocupa em saber nosso nome. Vejo essa atenção dele em falar nosso idioma como uma qualidade dele”, considera.

EXPERIÊNCIA Moradora do Conjunto Habitacional Cristina A, em Santa Luzia, na Grande BH, Regina se tornou massagista quando tinha pouco mais de 20 anos. Antes de se especializar, ela trabalhava como manicure em um salão de beleza e atendia clientes em busca de massagens, esporadicamente. Os elogios recebidos fizeram com que ela procurasse cursos para aperfeiçoar o trabalho. “Comecei a pesquisar e, há cinco anos, cheguei a trabalhar em uma clínica na Itália, onde aprendi várias novidades”, explica. Para ela, poder proporcionar relaxamento a outra pessoa é motivo de realização profissional. “Recebo pessoas cansadas, estressadas e reclamando dores no corpo. Quando consigo dar a elas algum alívio, é muito gratificante.”

No Hotel Ouro Minas há 17 anos, a massagista já atendeu vários artistas, mas para ela a experiência da semana passada tem um gostinho especial. Fã da música Twist and shout, sucesso do quarteto de Liverpool, do qual McCartney fez parte, Regina se sentiu lisonjeada por poder atender o ícone do rock. Depois da experiência, ela fez questão de contar para a família. “Tenho um sobrinho que curte as músicas do Paul e ele achou o máximo”, conta. Para ela, foi uma experiência para ficar entre as melhores lembranças. “Paul era o famoso, mas ele foi tão gentil que senti que naquele momento a estrela fui eu”, diz.

Ricardo Rafael/O Popular/Folhapress
Paul chamou de Harold o gafanhoto que ficou grudado em sua roupa durante várias músicas (foto: Ricardo Rafael/O Popular/Folhapress)


CAPA DO EM COMPARTILHADA
Dias depois do show de Paul McCartney em Belo Horizonte, a capa de sábado do Estado de Minas ainda repercute na internet. A página foi mostrada pelo Twitter oficial do beatle, que tem mais de 1,3 milhão de seguidores. Até o início da noite de ontem, eram 1.018 compartilhamentos. O tuíte com a capa do EM também tornou-se favorito de centenas de usuários do microblog. Para produzir a foto estampada na primeira página, o jornal convidou 18 fãs de Paul para se reunir na Praça do Papa e segurar cartazes que formavam o refrão do clássico Hey Jude, com uma diferença: a frase final era “Hey Paul.”

Gafanhoto rouba a cena

Uma multidão de insetos “invadiu” o show de Paul McCartney no Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO), na noite de segunda-feira. Na segunda parada da turnê Out there no Brasil, depois do memorável show em BH, o beatle apresentou repertório idêntico, mas teve que lidar com os imprevistos fãs. Muitas das pequenas criaturas subiram ao palco e dançaram ao redor do astro, enquanto ele cantava. Algumas, mais ousadas, pousaram em seus ombros e costas. Havia esperanças, mariposas... E gafanhotos, que roubaram a cena. O músico não pareceu se incomodar e até apontou aqueles pendurados em sua roupa. “Estamos nos divertindo com os gafanhotos, hein?”, perguntou ao público. Depois, apresentou o mais insistente, que ficou “grudado” a ele ao longo de várias músicas e acabou sendo “adotado”. “Este é o Harold. Diga oi para as pessoas”, brincou. E pediu: “Agradeça, Harold!”.

O show em Goiânia durou duas horas e 40 minutos. Na chegada ao hotel onde estava hospedado, por volta da 0h45 de ontem, Paul atendeu alguns fãs que o aguardavam e distribuiu autógrafos, segundo o jornal O Popular. Já no lobby, ele foi fotografado por fãs hospedados no mesmo hotel. E, seguida, ele ainda teve pique para oferecer um jantar restrito para cerca de 20 pessoas, com cardápio inteiramente vegetariano. A refeição durou até as 3h. Às 14h35, o britânico seguiu para o Aeroporto Santa Genoveva, segundo o mesmo jornal. No trajeto, o músico foi acompanhado por 12 batedores, uma unidade do Corpo de Bombeiros, uma da Polícia Militar, além de oito veículos particulares. Paul encerra amanhã em Fortaleza a turnê pelo país. Depois, prossegue nos EUA. Também haverá apresentações agendadas na Polônia, Itália, Áustria e Canadá.

 

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